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:: 30/dez/2021 . 22:56

A SECA E A CHUVA

Fotos de Jeremias Macário

Há pouco tempo, a paisagem no sertão era assim, só sequidão e desolação. Desesperado, com tudo perdido, o sertanejo rogava pela chuva. Rezava para São José e São Pedro. Aí, vem chuva em demasia, e o sertão seco vira mar, como na profecia do Conselheiro. Não se sabe qual dos dois castiga mais. A diferença é que na estiagem prolongada, o sofrimento é mais lento do que nas enchentes que logo se vão. No entanto, ambos geram fome e tristeza diante das perdas físicas e humanas. São justamente as adversidades que fazem do sertanejo um forte, como dizia Euclides da Cunha em seu livro “Sertões”. Esses desastres climáticos, provenientes do aquecimento global, poderiam ser minimizados se houvesse prevenções antecipadas, porque a ciência já faz suas previsões. Em outros países que investem em tecnologia e pesquisa, esses efeitos causam menos danos às pessoas. A situação é bem mais controlada. Os governantes aqui só pensam no poder e se apropriar da coisa pública, como se fosse privada. Agora são as inundações que deixaram um rastro de terra arrasada. As plantações foram perdidas, como acontece no período da seca. É pau de todo lado!

LA VIE EST AUSSI

Poeminha do jornalista e escrito Jeremias Macário

La vie est aussi,

Comme toujours, c´est fini.

O venal é um avestruz avarento,

Como se não existisse finitude,

Quer mudar a direção do vento,

E imola os ideais da juventude.

 

La vie est aussi,

Comme toujours, c´est fini.

 

Tem o passageiro farsante peru,

Almofadinha na linha do metrô,

Que imagina ser do capital guru

E não passa do sistema um gigolô.

 

La vie est toujours aussi,

Feita de sonho e de amor,

Às vezes nascida da violência,

Nas favelas dos morros da milícia,

Ou no fuzil rasante da polícia,

Que rouba da criança a inocência,

Suga o seu sangue até o fim,

E vota no patrão, sim senhor.

 

La vie est toujours aussi,

Vinda do campo ou da cidade,

Com seu tempo limite de idade,

Uns sofrendo na danada seca,

Outros no torpeço da travessia,

A vida é assim na máquina moída,

Do império ao marechal Fonseca,

Nessa república nua sem saída.

 





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