Filho do ex-padre José Martiniano de Alencar, casado com a prima Ana Josefina, o escritor José de Alencar nasceu em 1º de março de 1829, em Mecajura – Ceará. Seu pai torna-se senador em 1832 e presidente da província do Ceará entre 1834 a 37, seguindo depois para o Rio de Janeiro no ano seguinte. Alencar, então, contava com apenas nove anos de idade.

A viagem do menino por terra, do Ceará até a Bahia, causou profunda impressão no futuro escritor, conforme relata o biógrafo e historiador, José Luiz Beraldo, em “Literatura Comentada”.  Por volta de seus 45 anos, José de Alencar faz referência a essa viagem em seu livro “O Sertanejo”.

No Rio de Janeiro, Alencar completa sua instrução primária, em 1840, e em 1844, aos 15 anos, inscreve-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, no mesmo ano da publicação de “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo.

O adolescente ficou bastante impressionado com o primeiro romance brasileiro de sucesso. Como estudante, começou a ler os clássicos Balzac, Alexandre Dumas, Alfredo de Vigny, Chateaubriand e Victor Hugo. Foi em São Paulo onde ele começou a lançar seus primeiros escritos e funda a revista semanal “Ensaios Literários”, na qual publicou um artigo de crítica “Questões de Estilo” sobre o índio Camarão.

Seu primeiro romance “Os Contrabandistas” saiu em 1848, aos 18 anos. Tempos depois o escritor conta que os originais da obra foram destruídos por uma colega que usava suas folhas para acender o cachimbo, na república dos estudantes. Ainda aos 18 anos transfere-se para a Faculdade de Direito de Olinda, e a literatura continua sendo sua principal preocupação, além das leis e dos estudos de Direito.

Em Olinda interessa-se pelas crônicas do período colonial, como fonte de personagens e enredos. Nessa época começa a redigir dois romances “A Alma de Lázaro” e “O Ermitão da Glória”. Em fins desse mesmo ano (1848), manifestam-se nele os primeiros sinais de tuberculose e retorna para São Paulo onde se forma em 1850.

Aos 22 anos (1851), Alencar inicia-se na profissão de advogado exercida até o final da sua vida, com raras interrupções. O escritor chegou a viajar para Europa, para tratamento de saúde, em 1877, mas de volta ao Rio morre aos 48 anos, em 12 de dezembro do mesmo ano.

Na literatura ele é muito conhecido pelo seu gênero indianista, como “O Guarani”, marca do seu maior sucesso. Em sua vida, também atuou como jornalista. Chegou a ser deputado e ministro da Justiça. Desiludido com a política, passou a se dedicar à literatura quando aumentou seu sucesso, mas também sofreu terríveis ataques da crítica.