Pelos anos de agiotagem dos banqueiros, financeiras e operadoras de cartão de crédito, cobrando juros exorbitantes dos brasileiros, o governo, se fosse sério e tivesse pulso forte, deveria decretar anistia total para as dívidas dos empréstimos consignados descontados todos os meses dos aposentados do INSS.

O mesmo poderia ser feito para daqueles que também foram obrigados a se endividar, vítimas da inflação e dos baixos salários que não são suficientes para cobrir as necessidades básicas de sobrevivência. Essa anistia não abalaria o sistema financeiro e ainda reduziria substancialmente o endividamento e a pobreza no Brasil. Numa pancada só, resolveria boa parte de um grave problema social.

Nesses tempos “modernos” de tanto consumismo desvairado que se mistura com as necessidades básicas de viver nas cidades, nos deparamos com intrincados problemas sociais que às vezes nos deixa até em estado de depressão e estresse.

O desemprego, o custo de vida, o endividamento e a pobreza são faces da mesma moeda maldita que está deixando milhões de seres brasileiros aflitos, atormentados e doentes do corpo e da mente. O pior é que de imediato não existe uma vacina para curar esse paciente desses vírus.

Em parte, esse endividamento vem da ânsia consumista (uma droga perigosa) de se comprar tudo que se vê, para manter uma aparência imposta pela sociedade capitalista. Da outra, é acarretado pela inflação nos produtos e serviços que a pessoa tem que pagar para sobreviver, incluindo luz, água, aluguel e alimentos.

Existem vários tipos de endividados. Tem aqueles que usam o cartão de crédito, com juros na estratosfera, como se fosse dinheiro de graça em caixa. Quando se acorda do sonho e é intimado a quitar o débito, escolhe como única saída pagar o mínimo que vira uma bola de neve.

Tem o endividado do empréstimo, feito justamente para amortecer a dívida contraída, e ainda o do consignado idoso aposentado do INSS que foi obrigado a apelar para essa modalidade porque seu benefício é simplesmente uma merreca que não dá para atender suas despesas com comida, habitação e remédios.

Nisso tudo aí, entram os vilões roedores de porões que são os banqueiros, financeiras e as operadoras de cartão de crédito. O desemprego, outra marca da nossa miséria, levou uma legião de gente às ruas para oferecer possibilidades de crédito, principalmente de jovens que ficaram no olho da rua interceptando os transeuntes a entrar numa loja para pegar uma grana.

Esses setores são os exploradores frios e avarentos que mais estão se enricando com a miséria provocada pelo sistema econômico perverso e a fraqueza de espírito dos viciados consumidores compulsivos. Esses segmentos agiotas improdutivos são os verdadeiros sugadores de almas, os chamados chupa-cabras alienígenas extraterrestres.

Para essas lacrais venenosas, que há anos já embolsaram bilhões de reais com juros nas alturas (existem até a taxas de riscos por perdas), caso houvesse um governo de credibilidade e sério, deveria ser decretada uma lei de anistia total para os endividados nas classes dos consignados e para as vítimas da inflação que tentam sobreviver com o salário mínimo para pagar as contas básicas em dia.

Pelos anos de parcelas e mais parcelas que já foram quitadas, com juros exorbitantes, essa turma da agiotagem (bancos, financeiras, operadoras de cartão de crédito) já recebeu de volta tudo que já foi emprestado com o triplo dos valores. Portanto, uma anistia total não abalaria os alicerces desse sistema selvagem que arranca até as entranhas dos pobres brasileiros.