Fotos de Jeremias Macário

Há pouco tempo, a paisagem no sertão era assim, só sequidão e desolação. Desesperado, com tudo perdido, o sertanejo rogava pela chuva. Rezava para São José e São Pedro. Aí, vem chuva em demasia, e o sertão seco vira mar, como na profecia do Conselheiro. Não se sabe qual dos dois castiga mais. A diferença é que na estiagem prolongada, o sofrimento é mais lento do que nas enchentes que logo se vão. No entanto, ambos geram fome e tristeza diante das perdas físicas e humanas. São justamente as adversidades que fazem do sertanejo um forte, como dizia Euclides da Cunha em seu livro “Sertões”. Esses desastres climáticos, provenientes do aquecimento global, poderiam ser minimizados se houvesse prevenções antecipadas, porque a ciência já faz suas previsões. Em outros países que investem em tecnologia e pesquisa, esses efeitos causam menos danos às pessoas. A situação é bem mais controlada. Os governantes aqui só pensam no poder e se apropriar da coisa pública, como se fosse privada. Agora são as inundações que deixaram um rastro de terra arrasada. As plantações foram perdidas, como acontece no período da seca. É pau de todo lado!