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:: 25/out/2019 . 2:45

O POVO PEDE PASSAGEM E MAIS ESPAÇO

Por muitos anos, para alimentar a indústria automobilística, as ruas e avenidas das cidades brasileiras, principalmente as médias e grandes, foram entupidas de veículos, através de uma política financeira vesga dos governantes, em detrimento do bem-estar do ser humano, que passou a ser sufocado pela fumaça dos carros e com a falta de espaço até nas calçadas.

Calçadão da Catedral

Há muito tempo, o povo vem pedindo passagem nas ruas e clamando por mais espaço, especialmente nos grandes centros onde estão concentradas as maiores atividades comerciais. O surgimento dos shoppings center foi um atrativo para as pessoas ficarem mais à vontade e se sentirem mais seguras, longe dos labirintos dos vaivéns dos automóveis. Na verdade, as cidades ficaram desumanas para se andar e passear nelas.

O calçadão da Catedral

Lima Guerra (Beco da Tesoura)

No Brasil, somente agora alguns governos passaram a perceber que os veículos têm que ceder espaço para as pessoas nas cidades, e isso pode ser feito através dos calçadões, tornando a vida mais humana, descontraída e prazerosa. Vitória da Conquista, por exemplo, ainda tem um centro nervoso congestionado de veículos, mas alguns calçadões vêm aliviando essa situação de caos.

Quando a prefeitura resolveu abrir um calçadão em frente da Catedral e da Praça Tancredo Neves, recebeu muitas críticas egoístas daqueles que, infelizmente, ainda têm a mentalidade de priorizar o carro no lugar do humano, não sabendo que ele também é um pedestre, e circulam na cidade mais de 130 mil veículos, tomando, inclusive, as calçadas. Outro calçadão que beneficiou a população foi construído perto do Fórum, na travessa entre as ruas Góes Calmon e a Lions Clube.

Praça Barão do Rio Branco

Fora esses recentemente abertos, só existem, no centro, os calçadões da Ramiro Santos para a Praça Nove de Novembro e a Alameda Lima Guerra (antigo Beco da Tesoura), sendo que o poder público, através da sua Secretaria de Mobilidade Urbana, cometeu o erro de liberar a outra travessa paralela, onde estão localizados o Sebo e a Lotérica, para a passagem de veículos, quando deveria ter feito outro calçadão.

Todo o centro

Travessa Ramiro Santos – fotos de Jeremias Macário

Não sou especialista em trânsito, e nem precisa ser, para entender que as cidades se transformaram num amontoado de carros de gente estressada, tornando-se mais desumanas e difícil de se transitar nelas. Conquista é uma delas e necessita ser desafogada, livre de tantos veículos, sem estacionamentos para atender a grande demanda, principalmente no centro.

Diante do quadro caótico, em minha opinião, todo centro da cidade deveria ser transformado num grande calçadão, inclusive a Praça Barão do Rio Branco e a rua Ernesto Dantas, com uma urbanização e arborização onde a pessoa se sinta bem para caminhar livremente, sem a perturbação de automóveis.

Creio que todos ganhariam em termos de humanização, inclusive os lojistas que ainda, nos tempos atuais, pedem mais carros em frente de suas portas, como se isso ajudasse a ganhar mais clientes. É um grande engano quem pensa assim. O consumidor quer mais conforto e sossego, mas ainda tem muita gente individualista e conformista que só quer parar seu carro em frente do estabelecimento onde trabalha ou do órgão onde vai resolver seu problema.

 

VERDE QUE TE QUERO

O verde da Praça Tancredo Neves encanta a todos que passam por ali. É de encher os olhos e acalma os mais apressados e estressados. Deixa os namorados mais poéticos, como o florido branco desta árvore captada pelas lentes do jornalista Jeremias Macário. Mesmo assim, Vitória da Conquista carece de muito mais verde para acalmar nossas almas.

A MAGIA DAS MÃOS

Poema de Jeremias Macário

Mãos caseiras e finas;

mãos rachadas das lidas,

das armas frias assassinas,

e das inocentes meninas.

 

Mãos que fazem carícias,

que dão adeus e acenam;

de despedida e encontro,

podem ser de malícias.

 

Mãos marcadas e limpas;

de mensagens benditas,

são também carregadas

de ações vis e malditas.

 

Mãos que assinam papéis,

tratados de guerra e paz,

preferem ficar sem dedos

do que entregar os anéis.

 

Mãos da santa rezadeira;

mãos que doem no aperto,

sinal de angústia no peito,

da negra sem eira nem beira.

 

Mãos que clamam aos céus

por uma chuva de São José

no chão estorricado de Javé;

mãos que não perdem a fé.

 

Mãos de lindas camponesas,

de analfabetas manipuladas;

de gente simples e honradas,

escravas das casas baronesas.

 

Mãos que ensinam como rezar,

são as mesmas que se vingam,

e até batem em suas crianças,

nos momentos aflitos do lar.

 

Mãos que arrancam a dor;

enxugam lágrimas do rosto;

mãos de invernos passados,

enrugadas da avó e do avô.

 

Mãos de destino tão incerto,

que fazem da ilusão a magia;

falam na linguagem de gestos,

e nas andanças de cada dia.

 

Mãos que gritam socorro,

são lidas pelas as ciganas;

feitas de água, ar e de fogo;

são abençoadas e mundanas.

 

Nas mãos existem energias

de raios negativos e positivos;

cheias de histórias e de guias;

de crenças, artes e rebeldias.

 

As mãos dizem quem você é,

de personalidade reta e forte;

fraca só para coçar o sujo pé;

e de quem labuta até a mort





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