outubro 2019
D S T Q Q S S
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

:: 31/out/2019 . 0:47

RESISTÊNCIA NA AMÉRICA LATINA E UM PAÍS A SE ISOLAR NO CONTINENTE

Com uma ideologia ultraconservadora de surtos agressivo, onde todo o contraditório virou um monstro de esquerda comunista, em sua estreita visão, o governo do capitão-presidente caminha para um isolamento do Brasil na América Latina, especialmente na região Sul. As resistências de convulsões sociais no Chile, no Equador, na Colômbia, Paraguai, na Bolívia; e as eleições na Argentina, onde a linha peronista saiu vencedora, e logo mais no Uruguai, sem contar o acirramento com a Venezuela, estão levando a esse isolar-se.

De tanto criticar o Maduro de ditador do socialismo e destilar sua raiva contra Cuba, o Brasil pode se transformar numa Venezuela ao contrário, num regime autoritário de extrema-direita. Agora mesmo, o capitão se acha um leão conservador da pátria, acossado por hienas e ataca as instituições (Supremo Tribunal Federal -STF, a imprensa, os partidos de oposição e até a ONU).

A família (pai e os três filhos) detesta a democracia, e isso vem sendo revelado desde a década de 1990. É uma maluquice, ou uma psicopatia pela volta da ditadura? Muita gente não tem levado a sério o que está acontecendo, e até acha graça dos impropérios e afrontas à democracia e à liberdade de expressão. Antes, ninguém acreditava que ele seria eleito com o seu discurso conservador e de discriminação às minorias.

A favor da tortura e retrocessos

Ele e os filhos já se posicionaram a favor da tortura e até da arcaica prática do pau-de-arara, e que tem que matar 30 mil. Em 1990, o clã chegou a afirmar que se fosse eleito presidente da República mandaria fechar o Congresso Nacional e daria um golpe. O filho Eduardo falou, há pouco tempo, que para fechar o STF bastaria um soldado e um cabo. Com relação aos movimentos no Chile, disse, na Tribuna da Câmara, que se essas manifestações chegarem ao Brasil, a história irá se repetir, referindo-se ao golpe ditatorial de 1964.

Cabe aqui assinalar, dentro deste quadro de distanciamento, a diplomacia desastrosa com os governos do continente sul-americano, bem como da Europa (caso do fogo na Amazônia). Em nossa recente história, saímos de um ciclo conflituoso ruim, de escândalos vergonhosos, do raivoso “nós contra eles”, para um outro pior de retrocessos e fechamentos no âmbito interno e externo (censuras às artes), onde o nosso país intolerante, ora dar um passo para frente e dois para trás.

O mais perigoso aqui é estourar uma convulsão social do nível do Chile onde mais de um milhão de pessoas foram às ruas protestar, no início pelo aumento nas tarifas do metrô, mas logo se alastrando para reivindicações salariais e outros benefícios, visando reduzir a desigualdade na distribuição de renda que lá ainda é grande, mesmo se tratando de um país estável em sua economia.

Uma realidade dividida

Ouve-se comentários por aí que o Brasil corre o risco de também acontecer uma convulsão social. Não que não exista clima propício para tanto, como as injustiças e as profundas desigualdades sociais (as maiores do mundo), com a educação e a saúde em farrapos, mas, trata-se de uma realidade diferente no que concerne o nosso povo.

Primeiro é um país dividido, onde há uma aferrada disputa ideológica entre as partes (vermelhos e amarelos), com manifestações alternadas de xingamentos e ódios entre si, sem um sentido coletivo, unidos e de bem-estar para todos, em defesa de uma pátria melhor. Segundo, o Brasil tem um povo culturalmente submisso que carrega a pecha colonial do complexo de inferioridade, ou de vira-lata, como dizia Nelson Rodrigues. Difícil de se indignar e se revoltar em rebeliões, fazendo uma revolução de verdade.

Terceiro, caso isso ocorra, como já foi visto acima nas palavras dos “bozonaristas”, existe um grande perigo de enfrentamento nas ruas entre civis e forças armadas (o país está praticamente sendo comandado por generais no poder e uma grande ala conservadora), culminando até num golpe militar, se bem que o Brasil ficaria numa posição mundialmente mais crítica do que já vive lá fora. O isolamento seria ainda mais profundo.

Como já está, com estes embates rústicos e grosseiros para um presidente destemperado no tratamento, num viés fascista, o isolamento do Brasil na América do Sul não seria uma verdadeira ruína apenas para a economia (a Argentina é um dos maiores parceiros comerciais do nosso país, inclusive com superávits na balança exportação x importação), como também nos relacionamentos interpessoais e culturais.

Desde o início do ano (10 meses) a imagem do Brasil lá fora, não somente na América Latina, principalmente com relação aos cuidados com o meio ambiente e os direitos humanos (xenofobia, homofobia, racismo, violência militar), nunca esteve tão chamuscada ou queimada em toda sua história, sendo alvo de chacotas e piadas.

A única saída para o Brasil, se o quadro de retrocessos permanecer e a incompetência se acentuar, é procurar intercâmbios somente com países ditatoriais de direita, com exceção dos Estados Unidos, de Trump (ameaçado ser cassado), que muito pouco têm a oferecer. Não acredito nesses bilhões dos árabes, que não se dão com Israel, e mudam rapidamente de direção. Vamos preferir ser um povo isolado do resto, com esse papo de soberania e pátria amada que, na verdade, está sendo maltratada e pisoteada, e que não sabe cuidar bem de seus filhos?

CONTINUA O IMPASSE DO EMPRÉSTIMO

Com o atraso de uma hora (a sessão especial sobre os servidores municipais terminou em mista), a Câmara de Vereadores continua no impasse em votar o pedido de empréstimo de 100 milhões de reais da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista à Caixa Econômica Federal.

A oposição permanece obstruindo a votação, sob alegação da falta de detalhamento do projeto, sobre os locais onde a verba será aplicada e que o município poderá ficar mais ainda endividado porque já deve 45 milhões e não pagou a primeira parcela. Na verdade, os vereadores estão negociando e pressionando a liberação das emendas que o executivo não pagou.

Responsabilidade

Como não teve sessão especial porque foi uma decisão tomada praticamente de última hora, os trabalhos foram abertos pelo presidente da Casa, Luciano Gomes, que deu a palavra para o parlamentar Danilo Kiribamba. Ele pediu ao poder público a reforma das praças do Verde e da Murilo Mármore.  O vereador, do PCdoB, disse que a oposição trabalha com responsabilidade, referindo-se à votação do empréstimo.

Os vereadores, de um modo geral, falam de inauguração de obras nos bairros e na zona rural como se fossem prefeitos, como o parlamentar Bibia que citou creches e asfaltamento de ruas. Edmilson Pereira, do PSB, elogiou o trabalho dos servidores públicos, mesmo ausentes na sessão. Na ocasião, reclamou que o prefeito Hérzem Gusmão não está cumprindo com as emendas fixadas para os vereadores.

Quem também bradou contra o prefeito, que não está pagando as emendas parlamentares, foi o vereador David Salomão, com duras críticas. “O prefeito faz o que bem quer e não segue a lei, cumprindo com suas obrigações” –  afirmou, acrescentando que agora quer 100 milhões de reais, sem condições de pagamento à Caixa, inclusive a primeira parcela de um milhão dos 45 milhões tomados. Salomão ainda destacou que até agora o prefeito não conseguiu nada em Brasília.





WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia