ESGOTO ABERTO NA BRUMADO
Durante todo dia de ontem, dia 27 (quarta-feira) o mau cheiro estava insuportável em plena avenida Brumado, nas imediações do Mercado Municipal (Feirinha) e o espaço Glauber Rocha. Um esgoto aberto da Embasa escorria misturado a lixos que são jogados diariamente no asfalto. Para uma cidade do porte de Vitória da Conquista a imagem era deprimente, não somente para os visitantes que chegam.
A questão demonstra não apenas a falta de educação de um povo, como também a má gestão por parte dos órgãos públicos. As eleições estão aí e os candidatos prometem e prometem. O marketing de campanha é o mesmo há mais de 30 anos. As frases são repetidas entre abraços e visitas a lugares mais populares com “direito” a um pastel num boteco ou num restaurante onde é servida uma refeição chamada “gororoba”. Todos dizem que vão colocar tudo em ordem se eleitos forem. Acorda Brasil!
QUEM CRIOU O VANDALISMO?
Foi um silêncio sepulcral da parte das autoridades do governo o caso estarrecedor do esquartejamento do jovem Geovane Mascarenhas de Santana, 23 anos, depois de ter sido detido por três policiais na Cidade Baixa, em Salvador. Definitivamente, a violência está banalizada e a impressão que se tem é que atos desse tipo são normais.
As câmaras flagraram as agressões praticadas pelos policiais, subtenente Cláudio Bonfim Borges, o comandante da Rondespe, Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva. O impressionante é que o pai da vítima, Jurandy Santana, depois de cuidar do enterro de Geovane, disse que não quer pedir punição pra ninguém. O quer pensar disso? Descrédito total na Justiça, ou só queria ficar livre do filho?
No Rio de Janeiro o pedreiro Amarildo foi torturado até a morte e, recentemente, mulheres no Jacarezinho (RJ) foram estupradas, sem contar a morte do dançarino. Na Bahia, o menino Maicon, em Vitória da Conquista (dezembro de 2012), e uma menina, em Amargosa, foram vítimas de ações desastradas de policiais.
São fatos mais visíveis aos nossos olhos que estão se tornando normais por conta de um sistema bruto e contaminado que já perdura por muitos e muitos anos, com promessas demagógicas de mudanças que nunca acontecem. O que mais nos choca é que boa parte da sociedade concorda com estes métodos bárbaros.
Não estou falando apenas da questão militar que é apenas um apêndice da estrutura anacrônica dos poderes executivo, judiciário e legislativo do Estado que viola a cada dia nossos direitos, despreza a opinião pública e subestima nossa inteligência.
É muito simples a mídia condenar de vândalos grupos de manifestantes que partem para agressões e quebra-quebra, sem fazer uma reflexão mais profunda desse sistema excludente que aí está escancarado como um câncer a corroer a sociedade como um todo.
Ai entra a minha pergunta do título: Quem Criou o Vandalismo? Quem criou o vandalismo foi o próprio sistema. As pessoas não nasceram inclinadas e predispostas à violência. A política ficou tão desacreditada que os bons quando entram nela são vistos no mesmo nível da banda suja. Então, de quem é a culpa? Do povo ou das regras que aí estão? É o caso do dito popular de que o feitiço quando é mal feito volta contra o feiticeiro.
COLÉGIO OFICINA DISCUTE DITADURA
“Ditadura: Direito à Memória e à Verdade” foi o tema de discussão do 7º Congresso de Estudantes do Colégio Oficina ( C0NESCO) no último dia 16, um exemplo que deveria ser seguido por todos os estabelecimentos de ensino do país no sentido de que os jovens estudem e pesquisem sobre a repressão que o povo brasileiro sofreu a partir do golpe civil-militar burguês de 1964. Foram mais de 20 anos de mordaça, censura e torturas contra todos que se mobilizaram em defesa da liberdade e contra o regime.
Durante todo o dia 16 (sábado) os jovens estudantes ouviram verdadeiros testemunhos de ex-presos políticos que sofreram interrogatórios e torturas nos porões das delegacias do Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna), nos quarteis e em órgãos clandestinos, principalmente a partir de 1968 com a decretação do AI-5 (Ato Institucional número 5), época chamada de anos de chumbo.
Muitos palestrantes como Ruy Medeiros, Emiliano José, Paulo Pontes, professor Belarmino, Carlos Marighella e muitos outros deram seus testemunhos e incentivaram os alunos a conhecer sobre o assunto para que nunca mais exista uma ditadura no país. Foi um dia intenso de trabalho e troca de experiências entre os convidados e professores que deixaram os jovens alunos atentos e fascinados com o tema.
CURTA AS CURTAS
PROMETEU
Época de eleições e a mídia com suas mesmices jornalísticas sempre repete que o candidato fulano esteve em tal evento e prometeu… e tome prometeu que não acaba mais. Lembra o deus Prometeu da mitologia grega que tentou com seu irmão Epimeteu colocar ordem no caos do universo e quando foi fazer o homem deu-lhe o fogo roubado dos céus para dotá-lo de inteligência especial. Tudo corria bem, mas Pandora abriu a caixa antiga das mazelas e as pragas se espalharam. No fundo da mala, depois de tampada, só restou a esperança. Cada candidato é um Prometeu que promete soltar a esperança.
CHAVÕES
Além das promessas de campanha, sem nenhuma programação objetiva de trabalho, só blábláblá pra lá e pra cá, os discursos ideológicos de melhoria social com mais justiça, transparência e direitos são todos iguais. Não dá para distinguir direita de esquerda, socialista de capitalista ou conservador de liberal. O Tribunal Eleitoral e a mídia falam, exaustivamente, os mesmos chavões de que o voto é um dever cívico de todos os cidadãos e que a eleição é uma festa da democracia. Só se for para eles! E tome prometeu para todos os lados!
É MUITA GRANA!
A imprensa anuncia que a eleição para um deputado estadual pode custar 2,5 milhões de reais e a de um federal pode chegar a 6 milhões. Para governador fala-se em 40 e 50 milhões. É muita grana rolando solta! Além do fundo partidário que diretamente é nosso, corre muito dinheiro por fora que rotulam de doações dos empresários. Acontece que empresário não faz doação e sim investimento para depois receber a superfatura. No fim, é o dinheiro do povo que paga tudo.
SARAU “A ESTRADA”
Mais um sarau em nosso “Espaço Cultural A Estrada” no último sábado á noite (dia 09/08) deu muito que falar entre os participantes que colaboraram para o sucesso do evento. Causos, musical, recital de poemas, debates políticos e literários atravessaram a noite num clima informal e descontraído.
Além do professor da Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) Itamar Aguiar, da nossa companheira Lídia Rodrigues, dos fotógrafos José Carlos D´Almeida e Ney, dos músicos cantadores e violeiros Moacir Morcego, Marta Moreno e Dorinho Chaves, do poliglota e filósofo Sérgio Fonseca, do escritor e pesquisador Mover, tivemos a grata satisfação de receber o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e cordelista João Augusto Lima Rocha e sua esposa e enfermeira Aidil Rocha. Contamos também pela primeira vez em nosso encontro com a presença ilustre e graciosa da psicóloga Regina Chaves e do seu filhinho Francisco Miguel
De sua autoria, o professor João, que também é pesquisador da Comissão da Verdade que investiga a morte do educador Anísio Teixeira, nos privilegiou com várias declamações cordelistas, inclusive uma sobre o padre Palmeira, personalidade muito conhecida da história de Vitória da Conquista nas décadas 50 e 60 quando foi deputado estadual e secretário de Educação no governo Lomanto Júnior.
O violeiro Dorinho foi outro que nos brindou na noite cultural com seus causos, histórias, piadas e estórias da sua interminável coleção. Moacir e Marta Moreno fizeram um dueto que encantou a todos. Com seus quibes gigantes e deliciosos, Lídia nos fez rir com seu companheirismo que lhe é peculiar. Foi mesmo uma noite agradável como muito bate-papo e de conversa fora como se gosta de falar.
FUTEBOL BRASILEIRO EM CRISE – Carlos Gonzalez – jornalista
A notícia de que um jogo amistoso entre Real Madrid e Manchester United, sem os seus principais astros, realizado há poucos dias em Michigan, nos Estados Unidos, reuniu mais de 105 mil espectadores, causando inveja aos dirigentes do futebol brasileiro. Após a vergonhosa derrota do time da CBF na Copa do Mundo, a média de público do Campeonato Brasileiro caiu para 15 mil torcedores, levando a Rede Globo, principal fonte de financiamento dos clubes da série “A”, a convocá-los para uma reunião, a fim de pedir explicações para o baixo nível técnico dos jogos, fato que tem provocado uma queda de audiência da emissora, nas tardes de domingos e nas noites de quartas-feiras.
A Globo mostrou aos “cartolas” que em 2013 foram injetados, em seus clubes, a título de direito de arena, 33% de tudo o que eles arrecadaram, superando bilheteria, patrocínios e venda de jogadores. Os que mais receberam: Flamengo, R$110,9 milhões, e Corinthians, R$102,5 milhões. A revelação dos números provocou protestos dos clubes de torcidas modestas.
Alicerçados num calendário bem elaborado, os clubes europeus, após o Mundial, passaram a jogar amistosos, principalmente nos Estados Unidos, onde o futebol já detém a 4ª posição em público nos estádios, alguns deles improvisados, ficando abaixo apenas de Alemanha, Inglaterra e Espanha – o Brasil é o 13º. Por aqui, o Brasileiro, nas quatro séries, foi retomado, com o torcedor saturado e os times praticando um futebolzinho medíocre, de passes laterais, sem um destaque individual, exceção feita a dois argentinos, Conca, do Fluminense, e D’Alesandro, do Internacional. Ambos teriam vagas na seleção do seu país, vice-campeã do mundo. :: LEIA MAIS »
SEM SINAIS DE MUDANÇAS
Há pouco mais de um ano o povo tomou as ruas para pedir melhorias nos transportes públicos, na segurança, na educação e na saúde, entre outras reivindicações como combate à corrupção, e até o governo (executivo, legislativo e judiciário) prometeu uma reforma na política eleitoral do país. Não houve sinais de mudanças reais. Apenas alguns remendos paliativos do tipo cala-boca.
Enquanto isso, o Congresso Nacional gasta um milhão de reais por hora, segundo cálculos da Ong Contas Abertas. No lugar de educação eficiente e saúde digna para todos, nos dão cotas e mais cotas. – Dona Maria, a senhora vai ter que se candidatar a deputada para preencher a cota exigida para as mulheres – ordenou o presidente do seu partido (são 39 no país).
– Mas, seu moço, eu não tenho a mínima condição! – Não importa dona Maria! É a lei para que o nosso partido participe das eleições. Só falta agora indicar ao eleitor em qual categoria de gênero, cor e sexo ele deve votar. Não são essas baboseira que vão tornar nossa sociedade mais igualitária e justa. Como se diz por aí, “o buraco é mais embaixo”.
“UMA CONQUISTA CASSADA”, ONDE ENCONTRAR?
Quer conhecer toda história do golpe civil-militar que cassou o mandato do prefeito José Pedral Sampaio e prendeu mais de 100 pessoas em Vitória da Conquista em seis de maio de 1964? Quer saber mais sobre as revoluções socialista no mundo e a ditadura que há 50 anos implantou um regime repressivo no Brasil? Para saber sobre tudo isso é só ler o livro “UMA CONQUISTA CASSADA” – Cerco e Fuzil na Cidade do Frio”, do jornalista e escritor Jeremias Macário de Oliveira, que pode ser encontrado nas livrarias da Nobel (avenida Otávio Santos, Siqueira Campos e no Shopping Conquista Sul) ou nas bancas de revistas da Central (Barão do Rio Branco), na Sudoeste(praça Guadalajara – Colégio Normal) e na banca Conquista (avenida Olívia Flores, ao lado do Rondelli)
LANÇAMENTO DE “UMA CONQUISTA CASSADA”
Noite de autógrafo do escritor Jeremias Macário – fotos de Zé Silva
Amigos, escritores, estudantes, professores, políticos e a imprensa em geral compareceram ao lançamento do livro “UMA CONQUISTA CASSADA- Cerco e Fuzil na Cidade do Frio”, de autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário, na livraria Nobel (avenida Otávio Santos), no último dia 31 de julho.
Na abertura dos trabalhos numa noite cultural descontraída e informal, o juiz Reno Soares fez a apresentação do livro do autor, afirmando que a obra não foca apenas o golpe civil-militar que
aconteceu em Vitória da Conquista em seis de maio de 1964, com a cassação do prefeito José Pedral Sampaio, mas também se reporta aos fatos que ocorreram antes e depois de instalada a ditadura no Brasil.
Ainda sobre o livro, Reno considerou um trabalho de pesquisa onde o leitor tem uma visão geral sobre os acontecimentos da época, desde as influências das ideias e das revoluções socialistas na Rússia (1917), na China (1949) e em Cuba (1959), até o golpe de 1º de abril de 1964, quando as forças armadas, com apoio de importantes segmentos da sociedade burguesa, tomaram o poder, derrubando o governo de João Goulart. 
O juiz Reno Soares faz a apresentação do livro “Uma Conquista Cassada”
O jornalista Paulo Nunes prestigia o lançamento do livro – Fotos de Zé Silva
VITÓRIA E MAICON
O modus operandi da ação desastrosa da polícia militar que vitimou a menina Maria Vitória, em Amargosa (BA), é muito parecido com o do menino Maicon há um ano e sete meses, em Vitória da Conquista (BA), sem contar que estes fatos têm sido constantes em outros estados brasileiros.
Uma diferença é que em Conquista quase todo mundo ficou calado e não houve revolta da população. Em Amargosa, moradores foram às ruas e se indignaram contra o procedimento estúpido de dois policiais que nunca deveriam exercer a profissão. Coisa de bandidos!
Quando as pessoas se rebelam, depois de tantos crimes cometidos pelo estado, aparecem “representantes da mídia” para chamar o povo de vândalo. Os governantes não se mobilizam para reformular uma corporação militar arcaica há muitos anos e nós é que somos chamados de vândalos.
O ex-presidente Lula sempre aponta que a mídia é mais um segmento da elite em defesa de seus interesses, mas esquece de dizer que essa mídia sempre esteve ao lado do governo quando a força da repressão recebe ordens para conter protestos e manifestações.
























