UM TERRENO FÉRTIL PARA GOLPISTAS QUE SÃO BLINDADOS PELA IMPUNIDADE
Nós temos no Brasil mais de 200 milhões de habitantes e acho que mais da metade são golpistas, de uma forma ou de outra pelo mal caráter. Posso até estar sendo exagerado e generalista. Os políticos (nem todos) que nos golpeiam desde as eleições, estão nesta categoria, mas não são classificados como bandidos de carteirinha, mas de colarinhos brancos. É até hilário e engraçado.
Nos velhos tempos (nem tanto assim), o golpe do bilhete premiado era o mais divulgado e quase todo mundo caia nele com a lábia do estelionatário falsário. Existiam outros, como o disfarce da corrente de ouro que era de latão, sair da pensão sem pagar com uma sacola de roupa dizendo que ia lavar fora e tantos outros, todos presenciais.
Os tempos mudaram, a tecnologia avançou com o advento da internet e das redes sociais, um terreno fértil e ainda terra de ninguém para os golpistas invisíveis com várias faces de monstros que se disseminaram como uma praga, uma epidemia. Eles são blindados pela impunidade e esse fator muito contribuiu para o aumento deles em todo país.
Em minhas viagens pela Europa sempre ouvia de brasileiros que não mais retornaria ao seu país devido a insegurança. Outra coisa interessante é que o turista brasileiro não é bem visto pelo seu próprio patrício, que procura evitar o contato. Meu filho que passou anos na França, certa vez me disse que brasileiros não ficam juntos numa mesma pensão ou hotel porque um não confia no outro.
Os golpistas não têm a mínima compaixão de suas vítimas que ficam do outro lado a chorar e a sofrer com suas perdas, na maioria das vezes, irreparáveis. Muito pelo contrário, esses golpistas virtuais ficam a rir da sua cara, se gloriam em ser desumanos, se consideram astutos e chamam os outros de otários. Nem estão aí para a desgraça alheia.
Com a tecnologia da informática e agora a inteligência artificial, eles sempre pegam a pessoa desprevenida. Surgem do outro lado desconhecido, muitas vezes de dentro das penitenciárias ou em grupos de quadrilhas bem treinados no computador e nos celulares. Existem várias espécies de golpistas, inclusive os influenciadores marginais, denominados de virtuais.
São tantos navegadores criminosos que acho que de dez brasileiros, oito ou mais já caíram num golpe. Eu mesmo já fui um otário deles que gozaram com minha cara. São bandidos e bandidas cruéis que são comparáveis aos assaltantes que lhe apontam uma arma em sua cabeça. O modus operandi é que é diferente.
Certa vez um indivíduo me ligou dizendo que era do partido do PSOL e queria atualizar minha ficha cadastral. Me pegou de surpresa. Pediu para que esperasse um pouco na linha e, enquanto, isso, emendou um papo político. Durante esse pequeno período ranquearam meu WhatsApp. Quando caiu minha ficha, já era tarde e ainda riram de mim. Cai em outras e não tenho vergonha de contar.
Na internet eles são comparados a piratas sagazes antigos do mar (homens e mulheres), com rostos horríveis cheios de cicatrizes, dentes sujos apodrecidos, roupas sebosas, de armas na mão que invadem seu barco ou navio, rendem os passageiros e tripulantes, matam e levam todos seus pertences.
Os golpistas não tiram férias nem feriados, sempre estão de plantão durante 24 horas, têm até advogados bem pagos e agem como se fossem trabalhadores informais sem carteira assinada. Vivem de recheadas comissões e exibem seus luxos. Poucos são presos pela polícia porque a terra é fértil e em plantando, tudo dá.
O curioso é que eles são bastantes criativos e ricos em imaginação, bons “empreendedores” e sempre estão inovando, até mais que os empresários legalizados que pagam impostos e suas obrigações para os governantes, um bando de incompetentes, muitos dos quais golpistas, corruptos e ladrões também.
Temos como exemplo mais recente a fraude do INSS, da qual também fui vítima. Fizeram descontos em meu extrato sem minha autorização. Estive na sede local da instituição que me mandou ligar para o 135. Do outro lado do balcão, uma mulher, ou senhor, me disse apenas que iria fazer o bloqueio, mas nada de reembolso.
Levei o caso à polícia civil e ao Procon. Na audiência uma representante da empresa golpista me ofereceu apenas 300 reais quando já havia me roubado cerca de mil reais. A questão ficou para o juizado de pequenas causas. Agora o governo federal está dizendo que vai restituir as cobranças indevidas. Quem está acreditando nisso?
Portanto, meu amigo, e todos nós brasileiros, estamos “num mato sem cachorro”, como se fala no popular. E a bandidagem só cresce e se alastra. Além dos virtuais, ainda temos que lidar com os presenciais tradicionais, como estelionatários, assaltantes de celulares, os que usam falsidade ideológica, se metem a fazer estética do físico e deformam seu corpo, prestadores de serviços safados e tantos outros.