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:: 10/abr/2025 . 23:36

ALGUNS VERSOS

(Chico Ribeiro Neto)

Hoje eu tô pra versos.

POEMA DA CARNE

Ela tem uma angústia

que é natural

e resolveu fazer

medicina natural

 

Ela tem um corpo

que não se joga

e resolveu tomar

aula de yoga

 

Ela não tinha uma certa paz

que lhe fazia um certo mal

e resolveu trocar a carne

pelo arroz integral

 

Quando se aborrecia

parava e dizia: “Eu penso”,

mas começou a sentir falta

do cheiro de incenso

 

Entre a mesa e a dança

ela descobriu num abraço

que entre o arroz e o passo

está faltando um pedaço

XXXX

 

O menino que já me ensinou muita coisa

continua do meu lado.

Tem olhos bem abertos e mãos sujas de terra.

Seu calção é leve e dança cores debaixo do sol.

Traz na boca um sorriso leve

e seus pés preparam um grande pulo

para dentro do coração do mundo.

XXXX

 

ARMARINHO

 

no fundo do poço

parecia chave

mas era um osso

XX

 

ninguém duvida

olhos verdes

alumiam a vida

XX

 

dá prazer

fazer gol

dentro de você

XX

 

creia, rapaz,

zerei sua dívida

pra você comprar mais

XX

 

para melhorar

um mergulho

no mar

XX

 

para piorar

o carro acaba

de quebrar

XX

 

creia, senhor,

dá samba

riso e dor

XX

 

algo quente no ombro

bala perdida?

cocô de pombo

XX

 

coisa boa é

tênis velho

conhece o pé

XX

 

cheio de moedinha

meu porquinho fugiu

com a porca da vizinha

XX

 

falta sempre uma coisa

pagar o boleto

consertar o dente

visitar um parente

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

 

 

O SARAU DOS QUINZE ANOS

Logo mais, entre junho/julho, o nosso “Sarau A Estrada” estará celebrando 15 anos de existência, o mais longevo de Vitória da Conquista que resistiu a diversas dificuldades, inclusive durante a pandemia de 2020 a 2022 quando realizamos encontros virtuais e a produção de vídeos que renderam duas edições documentais memoráveis. Antes disso, porém, temos um evento marcado com os amigos frequentadores e demais visitantes neste sábado (dia 12/04/25), no Espaço Cultural A Estrada, cumprindo a nossa programação bimensal, com o tema (carro-chefe do sarau) sobre “A Coluna Prestes e Seus Desdobramentos”, que abrirá nossos trabalhos depois dos informes e homenagens. O palestrante será nosso companheiro historiador, Eduardo Moraes, membro da comissão, e a cantoria ficará por conta do músico, poeta e compositor Manno Di Souza (voz e violão). Tudo indica que vamos ter mais apresentações com a presença de outros músicos. Além dos cancioneiros e violeiros, haverá declamação de poemas autorais e a contação de causos e estórias. Toda organização está sendo feita pela comissão composta por Cleu Flor, Dal Farias, Alex Baducha e Eduardo Moraes, a qual promete novidades nos comes e bebes. Tudo começou há 15 anos num bate-papo festivo e descontraído numa noite de inverno entre Jeremias Macário, Manno Di Souza e José Carlos D´Almeida, os primeiros fundadores, com o nome de “Vinho Vinil”. O propósito era só tomar vinho e ouvir vinis, mas o grupo foi crescendo e tomou outras proporções. De lá para cá realizamos vários projetos, como um CD autoral, vídeos e até uma apresentação pública no Teatro Carlos Jheovah. Pelo seu reconhecimento cultural, o Sarau A Estrada foi premiado no ano passado com o troféu Glauber Rocha, indicação do Conselho Municipal de Cultura e entrega solene pela Câmara Municipal de Vereadores.

EU GOSTARIA

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Alô, poetas cancioneiros!

De viagens passageiras,

Desse sarau, estradeiros!

Está é uma canção que faço

No compasso do coração,

Em noites etílicas e bíblicas,

Que ficam em nossos anais

Nesses debates intelectuais.

 

Eu gostaria,

Que não houvessem

Mais barreiras nas fronteiras,

Que todos fossem livres,

Para expressar seu pensamento,

Num mundo de paz e harmonia,

Sem escravos nessas caravelas,

Nem ódio nas paralelas,

Adorar o pôr-do-sol,

O alvorecer do dia,

Com amor e alegria.

 

Eu gostaria

Que banissem a guerra,

Nesta tão castigada terra,

Sem mais os preconceitos,

Que cada um respeitasse os conceitos,

Com apertos de mãos,

Como diferentes irmãos.

 

Eu gostaria,

Que abrissem todas telas,

Das coloridas aquarelas,

Apagassem todas as mazelas,

Que não queimassem nossas florestas,

Tudo fosse só festas,

Aparassem todas arestas,

Mas esse sonho é uma quimera,

Não passa de uma utopia,

De filosofia e poesia,

Numa noite florida de primavera.

 

 

 





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