Estamos vivendo aquela era dos anos 50 do complexo de vira-lata no futebol brasileiro, como assim denominava o nosso grande cronista Nelson Rodrigues. Contra a seleção da argentina, vimos um bando de vira-latas em campo sendo amassados pelos hermanos. Foi uma surra vergonhosa e podia até se repetir o 7 x 1 a favor da Alemanha.

Depois de 1958, 62 e 70, a nossa seleção com Pelé, Garrinha, Vavá, Pepe, Zagalo, Amarildo, Djalma Santos, Didi, Carlos Alberto, Rivelino, Tostão, Dirceu, Jairzinho, Romário, Ronaldão e Ronaldinho gaúcho, Rivaldo, Roberto Carlos e tantos outros craques, era temida por todos.

Nos últimos anos, ninguém tem mais medo do nosso time, muito pelo contrário, é a seleção “amarelinha” ou amarelada que treme quando disputa uma partida, como aconteceu contra a Argentina. A única solução é mandar esses jogadores para o divã psicanalítico, para superar o complexo de vira-lata, que voltou com toda força.

Não temos mais nenhum craque na seleção que arrebenta e encara os adversários como antigamente. Não existe mais aquele suingue. O Neymar, de cai, cai no gramado, se tornou um moleque irresponsável, e acabou. A maioria dos atletas só joga uma bolinha mais redonda em seus times na Europa.

O Rafinha entrou na pilha do Romário senador e falou um bocado de besteiras, de que ia ser na porrada dentro e fora das quatro linhas. De valentão virou um cordeirinho, murchou as orelhas e nem conseguiu berrar. O Vini Júnior provocador só joga lá fora em seu clube espanhol.

Para dizer que está com toda moral, o conquistense Ednaldo Rodrigues demitiu o técnico Dorival Júnior e está agora pensando trazer Jesus para salvar a seleção do tormento. Afasta de mim esse cálice! Será que não estamos também com o complexo de colonizado, isto porque a nossa bola murchou a partir da debandada dos jogadores para outros países.

O jeito é fazer uma seleção tipo puro sangue pedigree, somente com atletas brasileiros que estão atuando nos campeonatos nacionais das Séries A e B. Os que foram para Europa, principalmente, estão todos contaminados com um futebol que não é mais o nosso.

Além de um novo técnico, que não seja um colonizador, a CBF (uma máfia) tem que contratar um bom psicanalista para, antes de começar a treinar, expelir o complexo de vira-lata da cabeça desses jogadores brasileiros. Sugeria também convocar um pai-de-santo afro-brasileiro, um babalorixá e um cacique indígena.