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:: 31/jan/2025 . 22:09

CONSPIRADORES SÃO ELIMINADOS E OTÁVIO SE TORNA REI IMPERADOR

Quase todos conspiradores, principalmente os maiores líderes e aqueles que apunhalaram Júlio César com suas afiadas adagas tiveram mortes trágicas e alguns cometeram suicídio durante uma guerra civil de quinze anos que se seguiu após os idos de março de 44 a.C.

Otávio, o sobrinho herdeiro de César, que passou a usar seu nome e depois Augustus, foi mais esperto e venceu todas as batalhas, com entrada triunfal em Roma como rei imperador até 14 d.C. Estava estabelecida uma dinastia. Com um templo erguido em sua memória, Júlio César passou a ser cultuado como um deus santo e seu nome se perpetuou como imperador.

Brutos, Cassius e Decimus caíram em desgraça. Este último foi aprisionado com disfarce de gaulês e executado, segundo antigos historiadores, a mando de Marco Antônio que se uniu a Otávio e depois lutou contra ele. Foi amante de Cleópatra e ambos se suicidaram depois das derrotas no Egito.

Barry Strauss, autor da obra “A Morte de César” narra precisamente com detalhes todos os fatos de um império, que mesmo dividido, conseguiu sobreviver até 1453. Nessa luta pelo poder imperial, até Cícero, o grande tribuno orador da Quinta Filípica, que disse que o dinheiro é o alicerce da guerra, foi morto por Antônio em vingança por ter sido criticado pelo seu inimigo.

Em 42 a.C., Brutus e Cassius abriram centros de resistência. Cassius fez guerra na Ilha de Rhodes. Depois de duas derrotas, os habitantes abriram os portões da cidade para os romanos. Brutus atuou na Anatólia (Turquia), nas cidades de Lícia e Xanto que foram rendidas.

Em junho de 42 a.C. os dois se encontraram em Sadis, no oeste da Anatólia. No encontro, resolveram suas diferenças e decidiram rumar para a Macedônia. Do outro lado, Antônio e Otávio, que faziam parte dos triúnviros, deixaram Lepidus para trás cuidando da Itália. Eles cruzaram o Mar Adriático com dezenove legiões (cada uma com cerca de cinco mil soldados).

Vários orientais enviaram tropas auxiliares para Brutos e Cassius, tanto Deiotarus como o rei da Pártia (Îrã). Por um ano ou mais, os comandantes se dedicaram a levantar dinheiro, pela diplomacia ou pela força. Seus oficiais cunharam moedas.

A mais importante e famosa foi a denarius de prata de Brutos, com a inscrição de Imperator e a figura de duas adagas, justamente ele que sempre defendeu a República e a liberdade do povo. César nunca se fez retratar em moedas.

O grande confronto teve lugar nos arredores de Philippi (cidade em homenagem ao rei Felipe, pai de Alexandre, o Grande, da Macedônia). Numa noite, Brutos teve uma visão de um gênio ruim. Esta visão alertava Brutos: “Você me verá em Philippi”. No dia seguinte, Cassius teria avistado o fantasma de César, vestido com uma capa de comandante militar vermelho-púrpura.

Antes dos combates, Brutos escreveu a Aticus: “Ou eles libertariam o povo romano, ou morreriam e seriam libertados da escravidão”. Em Cassius, um comandante bom e em Brutus, um competente. Em contraste, Antônio, um general inteligente e versátil, e Otávio tinham poucos suprimentos.

No entanto, construíram fortificações para isolar o inimigo de seu acesso ao mar. Brutos e Cassius iniciaram operações de contrafortificações. Antônio atacou com toda sua fúria. Os homens de Cassius fugiram em debandada, mas os de Brutos conseguiram tomar o acampamento de Otávio que não estava ali, pois se ausentara a tempo devido a uma visão divina. Ele usou um anel de César como amuleto de boa sorte.

Na fuga e prestes a ser capturado, Cassius preferiu o suicídio, fazendo com que um escravo o decapitasse, mas historiadores dizem que não foi bem assim. O homem o matou sem que tivesse recebido ordens. Era o dia do aniversário de Cassius. Ele foi um político de convicções, membro dos Melhores Homens e contra um governo exercido por um único homem. Ele era favorável que Antônio também tivesse sido morto nos idos de março (14) de 44 a.C. Não concordou também com o funeral público para Julius César.

Brutos fez com que Cassius fosse enterrado em segredo para não deprimir seu exército. Com Brutus no comando (não era um general), as chances de vitória se reduziram. Não existia mais Decimus. O traidor Deiotarus, folha seca, passou para o lado de Antônio.

Brutos resolveu atacar e foi rompido pelas linhas do inimigo. Antônio foi o arquiteto da vitória, em Philippi. Brutos conseguiu fugir, viajando pelas colinas em companhia de alguns amigos. Como filósofo, recitou versos gregos sob as estrelas. Ele decidiu morrer feliz e deixar para trás sua reputação virtuosa, como descreveu Plutarco.

O poeta Horácio fez as pazes com o novo regime depois do seu combate em Philippi. Criticou Brutos e indagou do porquê ele não continuou a lutar ao invés de ter tirado a própria vida, mas tempos depois ele foi glorificado como Homem de Virtude, filho da grande Servília. Era final de 42 a.C. O corpo de Brutus foi cremado e Antônio mandou levar suas cinzas para a Vila Servília.

Sobre sua cabeça, segundo fontes, Otávio mandou que fosse decepada, tal como fez com Decimus.  Certa vez, Antônio declarou que Brutos fora o único a conspirar contra César, que era motivador pelo esplendor e a nobreza do ato. Quanto aos outros, somente o ódio e a inveja os motivavam.

A vitória ainda não estava consolidada. Da Sícilia, a frota de Sextus Pompeu controlava o mar. Ele fora derrotado em uma batalha, em 36 a.C. Fugiu para Anatólia onde foi capturado e executado. Lepidus sofreu um declínio implacável. Em 40 a.C. trocou a Hispania Próxima e a Gália Narbonesa pela província da África Romana. Depois, Otávio mostrou-se forte para afastar Lepidus. Em 36 a.C. foi forçado a um exílio numa cidade costeira ao sul de Roma.

Antônio e Otávio dividiram o império entre si, mas não tardou a se enfrentarem. Antônio ficou com o Oriente, onde foi amante de Cleópatra, e Otávio com o Ocidente com a tarefa de confiscar terras para dar aos seus veteranos de guerra. A poesia falava da miséria dos despossuídos.

Fúlvia, a esposa de Antônia, e Lucius, seu irmão, incitaram oposição à apropriação de terras. Isso só podia gerar guerra no centro da Itália, extinta pelas forças de Otávio. Um grande número de senadores e cavaleiros foi massacrado e exposto no altar Deificado Júlio nos Idos de Março. Eram sacrifícios humanos ao espírito de César. Depois da morte da sua mulher Fúlvia, em 40 a.C., Antônio casou-se com Otávia, irmã de César, mas tinha seu caso amoroso com Cleópatra.

Se Otávio tinha o nome de César, Antônio tinha a amante de César. O mundo romano não suportaria dois Césares, então foi guerra entre Otávio de um lado e Antônio e Cleópatra do outro. Senhor dos mares, Otávio teve sua frota vencedora na Batalha de Actium, a oeste da Grécia, em 31 a.C. Antônio e Cleópatra cometeram suicídio. Otávio se tornou soberano do império.

Dos conspiradores ainda haviam dois sobreviventes, Decimus Turullius que se juntou a Sextus Pompeu e depois a Antônio. Otávio mandou executá-lo na ilha grega de Cos. O próximo a ser morto foi o grande poeta de poemas curtos e cultos, Cassius de Parma, em 30 a.C. Este também teria se juntou a Sextus e a Antônio.

DINHEIRO DA CULTURA VOLTOU PARA BRASÍLIA

Carlos Albán González – jornalista

“Time que está ganhando não se mexe”, frase incansavelmente repetida pelos fãs do futebol no Brasil. Esta espécie de conselho aos treinadores, poderia muito bem ser aplicado na administração pública, o que só acontece quando, a cada eleição, os “mesmos” se mantêm nos cargos. É o caso, por exemplo, de Vitória da Conquista, onde Sheila Lemos (União Brasil) vai liderar sua equipe por mais quatro anos.

Numa tensa e vitoriosa batalha final, disputada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sheila se valeu de sua força máxima, integrada por 13 advogados (13, e não 12, como se referiu a nobre gestora, ao mencionar o tempo de permanência de sua mãe, Irma Lemos, à frente do município). Quem não sabe: o número que acompanhou a carreira vitoriosa do saudoso Zagallo (tricampeão mundial Jorge Lobo Zagallo), e que identifica o Partido dos Trabalhadores (PT), é impronunciável pelos bolsonaristas.

Sob o manto do bolsonarismo e levada pela onda ultraconservadora  que varreu a esquerda no último pleito, a família Lemos deu início em 1º de janeiro a um terceiro mandato em Conquista. Entre junho e dezembro de 2024, Sheila exonerou os secretários Lucas Dias (Mobilidade Urbana) e Vinicius Rodrigues (Saúde), investigados, respectivamente, pelas operações Overclean e Drapout, criadas pela Polícia Federal (PF). Eles teriam se utilizado de suas funções para cometer graves irregularidades, inclusive desvio de recursos que a Saúde deveria empregar em ações contra a Covid-19.

No final do ano passado, pressionada pela oposição, a Mesa da Câmara Municipal instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar a destinação de recursos públicos na Secretaria de Saúde. Como já se previa, dada a interação entre executivo e legislativo, nada de irregular foi encontrado, contrariando parecer técnico da PF.

Estávamos falando da formação do secretariado municipal, e o que mais chama atenção é que a gestora voltou a insistir no erro de reunir, numa só pasta, a cultura, o esporte, o lazer e o turismo. Em sã consciência, é impossível uma só pessoa, no momento o Eugênio Avelino (Xangai), cuidar de quatro importantes e heterogêneos segmentos da administração pública. No primeiro mandato da Sheila o conquistense ficou privado da cultura, do esporte, do lazer e do turismo.

Para não ficar completamente imobilizada, a cultura em Conquista tem se valido do espírito abnegado de pessoas e de entidades privadas, além do governo estadual, que patrocina a Orquestra Neojibá. Uma dessas entidades, o Sarau Cultural A Estrada, em funcionamento há 15 anos numa residência do bairro Felícia, tem conseguido preservar o passado e o presente, sem nenhum apoio oficial, das manifestações culturais desta terra.

Pergunto: qual a reação do leitor ao saber que a prefeitura, por negligência, perdeu 330 mil reais dos 2,72 milhões de reais, provenientes da Lei Paulo Gustavo do governo federal. O dinheiro foi devolvido aos cofres da União por falta de uso no prazo determinado pelo Ministério da Cultura.

A minha incredulidade deve ter sido a mesma do jornalista e escritor Jeremias Macário, um dos pais do Sarau A Estrada. Os recursos deveriam ser empregados na recuperação do Cine Madrigal, uma antiga reivindicação da população pobre conquistense, que não tem condições financeiras para pagar uma entrada nas salas de projeção dos Multiplex, implantados nos shoppings. Essa é a importância que o poder municipal dá à Cultura, priorizando os shows de música de péssima qualidade.

A prefeitura local não está relacionada entre os patrocinadores do Esporte  Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista, o que habitualmente ocorre em centenas de municípios do país, como, por exemplo, Porto Seguro. Fundado em janeiro de 2005, o “Bode” vem colecionando derrotas. Há cinco anos está na segunda divisão do futebol baiano, com direito apenas a jogar três meses por ano.

O torcedor local desde 2015 não assiste no Estádio Lomanto Júnior uma das equipes, com exceção de Bahia e Vitória,  da série “A” do Brasileirão. A última foi o Palmeiras, aumentando o número de torcedores rubro-negros, de olho na estrada, na esperança de poder dar as boas-vindas ao Flamengo. Urubu, por aqui, só os que infernizam os moradores do bairro Felícia.

Em resumo: esse é o cenário do esporte na cidade. Eu poderia acrescentar as peladas da Várzea, onde jogava Ednaldo Rodrigues, atual presidente da CBF, o ciclismo e as corridas de rua.

Fazer de Conquista uma cidade turística é sonho. Cristo, lá do alto da Serra do Piriperi, espera há décadas que as autoridades municipais transformem o local num atrativo balneário, não num “cacete armado”, como as instalações na margem da represa de  Anagé.

Depois de uma ausência de quatro anos, a Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista voltou no ano passado a abrir os portões do Parque Teopompo de Andrade. Os organizadores tiveram o apoio da prefeita Sheila Lemos, que estava em busca de votos para sua reeleição.

O empresário Clinton Teixeira, ligado aos setores de turismo e entretenimento, esteve há poucos dias percorrendo, num domingo, alguns pontos da cidade, onde observou um clima de velório, com movimento apenas nos barzinhos. Imediatamente, por achar o lugar propício, em virtude da falta de equipamentos para o lazer de adultos e crianças, veio-lhe a ideia de construir um complexo para a prática de atividades prazerosas. A inauguração da primeira etapa, que prevê a implantação de uma piscina de ondas, com capacidade para receber 10 mil pessoas, está prevista para o primeiro semestre de 2026. Acredita Teixeira que o Vickpark vai dinamizar o turismo na região.   Os adeptos do surfe já podem adquirir suas pranchas.

 

 

 

 

45 PERSONAGENS EM BUSCA DE UM AUTOR

(Chico Ribeiro Neto)

Às vezes crio um personagem e guardo. Quando vou busca-lo, ele já sumiu.

Difícil criar personagem. Eles criam vida própria, nos abandonam e saem por aí fazendo um bocado de besteira. Poucos retornam ao autor.

Conviver com eles é difícil. Se picam na hora em que você mais precisa deles, e o pior: você esquece o nome deles.

Personagem é igual a gente. Chega e some de repente. Tem hora que tem que segurá-lo pela orelha e dizer: “Você vai ficar é aí mesmo!”

Personagem pode surgir de uma frase no muro, pode ser uma vizinha ou um velho que passou na esquina. Personagem é tudo que rima.

Queria conviver com meus personagens, mas eles entram nas páginas e somem.

Tem personagem que chega perto, pisca o olho e desaparece. Outros ficam escondidos nas gavetas durante anos e há aqueles que fazem o maior espalhafato pra aparecer na história. Chegam até “plantar bananeira” (“olha eu aqui!”), mas não agradam ao autor.

Bicho difícil é personagem. Às vezes ele tem um pedaço de uma pessoa e um pedaço de outra.

Difícil é matar um personagem. Você afunda ele no lago escuro à meia-noite e ele reaparece na próxima história. Personagem não morre, sobrevive nas páginas. Ele é amigo do Zé, dá quatro cambalhotas e cai em pé.

Personagem lhe persegue no sonho, na igreja e no bar. Quando você menos espera, recebe o tapinha nas costas: “E aí, velho, que dia vou entrar no seu livro?”

Lembro a famosa peça “Seis Personagens à Procura de um Autor”, do dramaturgo italiano Luigi Pirandello, de 1921, onde um ensaio é invadido por seis personagens, rejeitados por seu criador, que tentam convencer o diretor da companhia a encenar suas vidas.

Não confie muito em personagem. Ele pode lhe dar uma porretada na cabeça e assumir a história sozinho, ao modo dele.

Tem ator de teatro que incorpora tanto o personagem que leva meses para se livrar dele.

Olga Maimone era uma atriz do Teatro Vila Velha que na década de 60 morava no próprio teatro e durante o dia lia cartas para os interessados em conhecer o futuro. Figura carismática, ela foi assim definida por João Augusto, diretor do Vila Velha: “Olga não é gente, Olga é personagem”.

Viva o personagem, essa alma em figura de gente!

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

 

LAGOA AINDA SOFRE COM ESGOTOS

Estive visitando o Parque da Lagoa das Bateias e gostei de muitas coisas, mas de outras fiquei constrangido, como, por exemplo, do esgoto que ainda é jogado nesse belo local aprazível de Vitória da Conquista, que pode se tornar num ponto mais atrativo da cidade, espécie de cartão postal, para a prática de lazer, esporte e entretenimento das famílias em finais de semana.

Infelizmente, nossas lentes fotográficas flagraram diversos locais onde o esgoto estourou nas margens ainda sujas da lagoa, causando aquele mau cheiro insuportável, ao ponto de as pessoas procurarem passar por fora. Quando chove a situação fica ainda mais grave. Além do esgoto, que não pode continuar caindo na Lagoa das Bateias, muitas áreas ainda precisam ser limpas, sobretudo nas proximidades da Avenida Brumado com o Bairro Santa Cruz.

São louváveis as instalações de quadras de vôlei de areia, futebol de salão, soçaite com grama sintética, os parques para crianças, as pistas de coper e os equipamentos para exercícios físicos, mas muitos serviços ainda faltam ser concluídos. Esperamos que a Lagoa seja uma referência para Conquista. Mesmo com as lixeiras, muita gente ainda joga latas e outros objetos plásticos no chão, o que comprova a grande falta de educação do nosso povo, quando deveria zelar pelo lugar e respeitar o meio ambiente.

É claro que já temos outro visual bem diferente daquele de há dois anos, quando a Lagoa das Bateias estava completamente abandonada e mais parecia um poço de sujeiras, acúmulo de lixos por todos os lados e muita lama. O poder público demorou demais para começar a fazer os devidos beneficiamentos de limpeza.

Muita coisa ainda pode ser feita em termos de urbanização, inclusive numa parceria com o setor privado, como um restaurante-bar e alguns quiosques de lanches. Sem dúvida, o parque pode ser transformado num ponto turístico onde o conquistense pode levar o visitante de fora sem aquele receio de passar vergonha como acontecia até pouco tempo.

Para quem não sabe, a Lagoa das Bateias foi uma obra estruturada no final do governo de José Raimundo, do PT, e ficou em completo estado de abandono durante mais de seis anos. Ninguém se atrevia passar por ali em final de semana, a não ser os próprios moradores que sempre clamaram por melhorias.

DAR TEMPO AO TEMPO

De autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Oh, tempo, tempo, tempo!

Dar tempo ao tempo,

Ou tudo tem seu tempo:

É o mais popular dito,

De quem roga seu visto!

 

Oh, tempo, tempo, tempo!

Memória da nossa história,

Oh, quanto falam de ti!

Como canto do Bem-Te-Vi.

 

Dizem que a tudo curas,

Até nossas mágoas e loucuras.

 

Quando bate o sofrimento,

Ou aquela ferina decepção,

Lá vem aquele consolo:

De dar tempo ao tempo,

Pra acalmar a aflição.

 

O arrependido dos erros,

Das besteiras que fez,

Implora que o tempo volte,

Pra coisas fazer diferente;

Outros dele têm saudade,

Para que sua felicidade

Se repita novamente.

 

Oh, tempo, tempo, tempo!

Estás nos autores literários,

Nos escritos dos diários,

Nas canções das poesias,

Rebentos de maresias.

 

Oh, tempo, tempo, tempo!

És criança, jovem e idoso,

Supremo divino silencioso.

 

O amor pede mais tempo,

Para cicatrizar sua dor,

Como o devedor ao credor,

E chega o tempo,

Para acertar as contas,

Porque ele não pode parar,

É como o vento,

Viajante da nave do ar.

 

Tu vais e renovas o ano,

Na ilusão do ser humano.

 

Oh, tempo, tempo, tempo!

Tu és nosso eterno senhor,

Seja pobre, ou doutor:

Tem o tempo de plantar e colher,

O de nascer e o de morrer.





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