Nos últimos anos Vitória da Conquista tem se transformado num quintal de Salvador, colônia ou num protetorado comandado pelo ACM Neto e o prefeito da capital, Bruno Reis. Isso é uma vergonha em se tratando da terceira maior cidade da Bahia com cerca de 400 mil habitantes, sem contar que aqui já foi uma trincheira da resistência contra a direita conservadora, inclusive na época do golpe da ditadura militar-civil-burguesa de 1964. Em maio daquele ano, 100 homens do exército, sob as ordens do capitão Bendock, cercou Conquista e cassou o mandato do prefeito José Pedral, eleito legitimamente em 1962. De uma cidade politizada, virou um reduto da direita de Salvador, e isso ficou mais acentuado após os resultados das últimas eleições. Por que o povo apoia seus próprios algozes que o desprezam? Até as instituições, como a histórica OAB entrou nessa onda direitista conservadora! Na Câmara de Vereadores, praticamente não existe mais oposição. Está todo mundo virando a casaca. A culpa maior por esse triste quadro está também na própria esquerda que esqueceu suas bases e não se renovou. Depois do pleito de outubro, simplesmente os partidos de esquerda cruzaram seus braços. Cadê a oposição dessa cidade que já foi forte no passado?  A nossa cultura, por exemplo, foi sepultada e os intelectuais, artistas e líderes da esquerda não se mobilizam para protestar nas ruas. Esses manifestos virtuais ou documentos por escrito não vão reverter este fúnebre cenário da nossa cultura onde os três principais equipamentos, como Teatro Carlos Jheovah, Cine Madrigal e Casa Glauber Rocha estão fechados há anos. Estou falando apenas desse setor, mas os outros também se encontram  abandonados.