PRAIAS SUPERLOTADAS, DOENÇAS E MUITA CONFUSÃO NAS FÉRIAS DE ANO
Mesmo quando era mais jovem, farrista de primeira e vivia minhas boemias, nunca suportei frequentar uma praia superlotada onde cada pessoa não tem direito nem a um metro quadrado de areia. Imagina agora com essa minha idade! Só de ver as imagens, me deixa irritado e estressado. Acho até que sou um anormal, um antissocial de primeira que tem medo de gente.
Sempre procurei praias mais distantes, calmas e menos badaladas para curtir minhas cachaças e dar aquele mergulho tranquilo no mar com minha família e meus amigos. Mesmo quando não tinha carro, saia de casa mais cedo de ônibus e retornava no final da tarde, ao escurecer, quando o movimento esvaziava.
Nessa época do ano quando a maioria viaja de férias, a impressão é que os paulistas, como rebanhos em manada, resolvem pegar a estrada para a Baixada Santista e aí é aquele tormento, a começar pelos engarrafamentos e, quando chegam lá, têm que disputar uma nesga de praia, muitas delas contaminadas pelos esgotos. E os restaurantes? Nem se fala! Pega-se fila para tudo. Que agonia!
Não consigo entender essa preferência em se tornar fermento em bolo de multidões onde uns ficam se batendo com os outros, respirando o mesmo ar boca a boca. Para levantar e ir dar uma refrescada na água é aquela loucura, e o pior é tomar banho em conjunto onde gente mija e caga no bater das ondas!
Esse surto de virose, por exemplo, na Baixada Santista, não é nenhuma novidade. Esse “terror” de gente num mesmo lugar é comum no Rio de Janeiro, em Copacabana, Leblon e no Piscinão de Ramos, o ponto mais popular dos pobres. Em Salvador nós temos como referência de lotação, do tipo freio de arrumação, a Barra, Barra Avenida, Boa Viagem, Ribeira e Boca do Rio.
Na Barra, em Salvador, nesse período de férias, finais de semana e nos feriadões, você olha lá do cais ou de algum apartamento próximo e só enxerga sombreiros e as águas coalhadas de turistas e moradores da capital. Dizem que é chique ir para a Barra porque, às vezes, de forma hisporádica, Caetano Veloso aparece por lá com mais alguns famosos amigos.
Não sou nada famoso, mas quando estudante lascado sem dinheiro, era um grande frequentador da Barra, isso porque ia na paleta da Residência Universitária, no Corredor da Vitória, até a Barra dar uns mergulhos e nadar. Caminhava um pouco mais de dois quilômetros. Não era nenhum exercício físico. Era falta de grana mesmo. Veja bem, isso só ocorria em dias da semana.
Nesses locais tão cheios e espremidos, os casais são obrigados a evitar brigas e discussões, senão chama a atenção da praia toda, embora existam os barraqueiros e barraqueiras que quebram o pau. O papo tem que ser maneirado porque ali tem de idoso a criança. Não dá muito para estirar as pernas e nem pensar naquele namoro mais erótico.
Quando trabalhava e ganhava um salário razoável só tirava minhas férias fora dessa época do ano quando a cancela estava mais livre, sem essa de boiada em disparada, principalmente quando se trata de viajar para esses litorais congestionados, como no Nordeste. Tá louco, meu! Tô fora dessa parada, mas tem gente que adora!











