Essa questão absurda do assédio dos ambulantes em geral aos turistas na capital baiana não é de hoje. Tornou-se uma prática culturalmente enraizada. Bastou um visitante postar um vídeo nas redes sociais para o assunto viralizar porque todos são vítimas dessa falta de educação. Isso não tem nada em ser hospitaleiro, muito pelo contrário. Não se trata de cultura turística.

Comentei várias vezes sobre esse problema em meus artigos e matérias. Sou também testemunha e fui vítima em vários pontos, como no Pelourinho, Terreiro de Jesus, Praça da Sé, Mercado Modelo e Senhor do Bonfim, principalmente. As baianas e os baianos chegam a lhe atacar com as fitinhas, colocando em seu braço, mesmo diante de uma recusa.

Entram com o papo de que as fitinhas são grátis, mas depois metem outros objetos artesanais, como correntinhas e lhe obrigam a comprar. Conheço uma sobrinha que se queixou comigo de ter dado 60 reais numa peça dessa, uma verdadeira facada, sem misericórdia.

Certa vez, no Mercado Modelo, praticamente um deles me agrediu porque não atendi à sua insistência. Me identifiquei como baiano (morei em Salvador durante 23 anos) e disse que não estava ali como turista. Não satisfeito, falou que eu não era baiano porque não gostava das coisas da Bahia. O pior é que continuou me xingando.

Os órgãos ligados ao setor turístico e a entidade que dirige os ambulantes já deveriam, há muito tempo, terem tomado providências, mas fazem vistas grossas, como se esse tipo de abordagem malandra fosse normal. Esse negócio de que Salvador é uma cidade hospitaleira não passa de um mito. Peça uma informação a um soteropolitano e verá!

Outro problema sério é a exploração. Quando o ambulante percebe que a pessoa é de outro estado ou de outro país, ele mete a “faca”, sem dó e compaixão. Cobra o triplo num produto ou serviço. Isso acontece até nos bares, restaurantes e lojas de lembranças.

Como o inverno é fraco em termos de visitantes, no verão os vendedores e comerciantes cobram preços exorbitantes para compensar a “paradeira” nas outras estações do ano.  Estes e outros motivos têm refletido negativamente na queda de turistas na capital.