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:: 13/ago/2021 . 0:06

ATLETAS NÃO PRECISAM DE COMENDAS E SIM DE UMA POLÍTICA DE INCENTIVOS

MAIS UMA VEZ ESSAS OLIMPÍADAS SERVIRAM PARA MOSTRAR A FORÇA DE VONTADE E A CARA DE POBREZA DO NOSSO POVO. O BRASIL CONTINUA UM GIGANTE ADORMECIDO EM BERÇO ESPLÊNDIDO.

Com todas as dificuldades financeiras de sempre, choros, suor e lágrimas, os atletas brasileiros nas Olímpiadas de Tóquio, no Japão, conseguiram arrancar na tora e na garra 21 medalhas, superior que a última, no Rio de Janeiro. O número reflete a falta de políticas públicas para os esportes. A mídia faz estardalhaços com berros e sensacionalismos, mas esconde a realidade do corte de verbas para a formação e treinamento, que neste ano foi de 47% (dois bilhões de reais).

Os representantes da Bahia, de origens pobres, saídos das miseráveis periferias, se destacaram no evento, e o governo, mais uma vez, promete implantar um programa de incentivo com centros de treinamentos, que depois são esquecidos (acabaram com as piscinas olímpicas). Na apresentação da medalha, político quer posar ao lado do campeão, especialmente se for de ouro.

Para fazer sua média política, a Assembleia Legislativa da Bahia aprova a criação de comendas aos atletas que conquistaram medalhas. Isso é um engodo! Faltam investimentos na base para desenvolvimento de novos esportistas, inclusive nas escolas públicas.

Em 2020 liberaram emendas parlamentares de 30 milhões de reais para quadras e estádios, mas no final falta verba para alambrado e outros equipamentos. A obra fica inacabada e termina sendo depredada. As estatais nacionais não mais dão ajuda para os esportes.

Conforme saiu na coluna de José Medrado (edição do A Tarde, dia 11/08), a senadora Leila Barros, ex-jogadora de vôlei da seleção, fez um pronunciamento no Senado Federal onde apontou que dos 309 atletas, 131 não têm patrocínio (empresas pouco investem em cultura, esporte e lazer), 36 realizaram permutas, 41 promoveram “vaquinhas” para arrecadar recursos (uma vergonha!), 33 conciliam esportes com o emprego e 78 nem sequer estão inclusos no programa Bolsa Atleta.

É triste ver um atleta como o Darlan Romani, que conquistou o quarto lugar no arremesso de peso, treinar no quintal da sua casa, com um técnico lhe orientando por telefone. Existe uma lei, a chamada “Pelé”, mas até hoje o governo não apresentou o Plano Nacional de Desportos. No lugar, aparecem os oportunistas para darem comendas.

Falta também da parte dos nossos atletas uma consciência política (negaram também a educação a eles) para nesse momento botarem a boca no trombone e denunciar essas mazelas. Deviam se recusar a sair nas redes sociais ao lado desses políticos e governantes que só querem capitalizar o voto nesses momentos de pódio. São verdadeiros caras-de-pau!

Pelo tamanho e riqueza do nosso país, pelos talentos adormecidos que existem, pelas modalidades praticadas com afinco, persistência e força de vontade, e se nossos atletas tivessem total apoio, o Brasil já teria superado o dobro de medalhas nas olimpíadas. Vinte e uma medalhas são poucas frente a outros países até menores. Não vou aqui fazer comparações com os Estados Unidos, China, Japão e Rússia.

“BRASIL: NUNCA MAIS”

Fotos de Evandro Teixeira

Entre milhares delas pelo mundo a fora, essas duas fotos do meu amigo e grande fotógrafo Evandro Teixeira são também marcantes e históricas que dizem tudo da ditadura civil-militar de 1964, e que essa maldita nunca mais volte como está registrado no livro “Brasil: Nunca Mais”, organizado pelo arcebispo de São Paulo D. Paulo Evaristo Arns, em conjunto com igrejas protestantes.  Nesta semana, nos causou calafrios ver aqueles tanques desfilando na Esplanada dos Ministérios, num ridículo circo armado para entregar um convite ao capitão-presidente e intimidar a Câmara dos Deputados que votou contra a volta do voto impresso. Mais ridículo ainda foi ver aqueles generais de pijama subservientes ao “chefe”, envergonhando a imagem das forças armadas brasileiras. Não deveriam se prestar a esse papel de oportunismo barato. Ficaram feios na foto e se foram calados. Foi uma passagem melancólica, mas devemos ficar vigilantes 24 horas para que ela nunca mais no Brasil. Não vamos mais deixar passar essa boiada de carrascos que prenderam, torturaram e mataram.  Todas essas ameaças ainda acontecem porque as feridas da ditadura ainda continuam abertas, quando a anistia de 1979 não puniu os torturadores, como fizeram nossos países vizinhos. O dia dele vai chegar, sem intervenção militar como quer um grupo de nazifascistas que há anos viviam no armário porque não tinham ninguém para dar voz a eles, e nem havia espaço para tanta loucura.





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