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:: 7/mar/2020 . 0:34

A VIA BAHIA FOI ALVO PRINCIPAL DA CÂMARA EM MEIO A BATE-PAPOS

As sessões da Câmara de Vereadores de Conquista se transformaram em bate-papos de encontro. A de ontem, dia 7/03, não foi diferente com muitas conversas paralelas, tanto dos parlamentares entre eles, como da plateia. Mesmo assim, o alvo das críticas foi a Via Bahia que, durante todos esses anos, não cumpriu com seus contratos de melhorias da BR-116 (Rio-Bahia) e ainda quer a renovação da concessão que foi cortada pelo governo federal.

Em Seu pronunciamento da Tribuna, o vereador Jacaré foi duro nas críticas contra a Via Bahia que nada fez no trecho de Conquista, como as construções das passarelas, dos viadutos no anel viário e a duplicação da rodovia entre Planalto e Bate Pé, sem contar outros serviços nesse corredor viário.

Comissão em Brasília

Na ocasião, informou que uma comissão da Câmara, formada por ele, o presidente da Casa, Luciano Gomes e Nildma Ribeiro, esteve semana passada em Brasília junto ao Ministério dos Transportes que prometeu realizar essas obras assim que outra empresa assumir a concessão, visto que o acordo foi definitivamente cortado com a Via Bahia. Ressaltou que, se a outra firma não fizer, que o governo federal faça.

Outros parlamentares, como Bibia, David Salomão e Cícero Custódio se juntaram às críticas contra a empresa. Por várias vezes, Custódio teve que interromper sua fala por causa do bate-papo avançado, inclusive com relação à Mesa Diretora e outros colegas que ficam conversando enquanto outro parlamentar faz seu discurso.

Mais no papel de prefeito do que de vereador, Álvaro Phiton fez rasgos de elogios ao prefeito Hérzem Gusmão, principalmente no tocante às suas ações na área da educação que, segundo ele, vem sendo levada a sério com bons resultados no ensino. Como mais uma das suas realizações, citou a inauguração de uma escola no bairro de Campinhos.

Em seguida, pediu licença da Mesa, como se fosse o próprio prefeito, para se retirar da plenária porque iria visitar o bairro Panorama para ver de perto os estragos provocados pelas fortes chuvas da madruga, que arrebentaram várias ruas da cidade.

O temporal, com relâmpagos e trovões, (choveu mais de 70 milímetros de água) provocou vários transtornos em Conquista, atingindo em cheio a Praça Bartolomeu de Gusmão. A tempestade arrastou carros, derrubou muros e alagou várias casas e lojas, sem falar que deixou ruas e avenidas cobertas de pedras que sempre descem da Serra do Piripiri.

O vereador Coriolano Moraes lembrou das comemorações do Dia da Mulher, neste sábado, dia 8 de março, destacando o aumento de feminicídios no Brasil durante o ano passado, e condenou os ataques diários contra as mulheres, incluindo os abusos sexuais e maltratos contra crianças e adolescentes. Bibia pediu mais atenção do poder público para a situação de precariedade do bairro de Nossa Senhora Aparecida e solicitou que a TV Sudoeste fosse lá registrar os fatos, ao invés de ficar fazendo picuinhas políticas.

Ainda sobre a questão da Via Bahia, que nesta semana fez uma reunião conclamando a comunidade a apoiar a continuação de sua permanência no contrato da BR-116 (compareceu pouca gente no encontro), Itamar Figueiredo, do Movimento Pró-Conquista, também endossa as críticas e apoia o seu cancelamento como concessionária porque durante todo esse tempo quase nada fez em benefício da região de Conquista.

Disse que os serviços de duplicação e viadutos do anel viário são muito importantes para o desenvolvimento da cidade e do município, especialmente agora com o novo Aeroporto Glauber Rocha. A duplicação, de acordo com os vereadores, fortaleceria o escoamento da produção, sem falar que evitaria os acidentes de trânsito com mortes que sempre estão ocorrendo em torno da cidade.

O CORONEL DAS DESCULPAS

Quem bate esquece, mas quem apanha, não. Dias desses vimos umas cenas de brutalidade de um policial desajustado esmurrando um jovem de menor em Salvador, se não me engano numa das ruas de Paripe ou Piripiri. O coronel deu suas justificativas costumeiras e chamou a mãe ao seu quartel para pedir desculpas pelo comportamento estúpido do militar.

O que me chamou a atenção foi que o coronel, comandante da Polícia Militar da Bahia, foi o mesmo que pediu desculpas à família do pintor de Dias D´Ávila que foi alvejado e morto por uma ação atrapalhada de seus subordinados. Isto aconteceu no ano passado e depois disso ninguém mais tocou no assunto.

Nesta semana ocorreu outro episódio idêntico de espancamentos em Salvador. Como todos já sabem, as vítimas são sempre negras e pobres das periferias, o que denota preconceito, racismo e homofobia, como foram registradas através das palavras proferidas pelo policial que nunca deveria ter vestido uma farda da corporação.

O caso Maicon

Fico aqui a imaginar, no primeiro fato a que me referi, por exemplo, como um cara daquele, que deu porrada no menino (as cenas são fortes), passou no concurso e no teste de psiquiatria! Será que ele perdeu e teve um QI (Quem Indica por fora). Falo isso porque conheci um fato assim.

No momento em que descrevo essas atitudes de violência desmedida e de tamanha ignorância, veio-me à cabeça o caso do menino Maicon aqui de Vitória da Conquista, que foi morto por policiais numa diligência atabalhoada. Primeiro, desapareceram com a criança. São quase dez anos e não se deu nenhuma solução para o problema. É mais um processo arquivado em nossa cidade, e a sociedade não se manifestou. Afinal, trata-se de uma família pobre e humilde.

Agora, pedir desculpas virou um marketing de relações públicas para dar condolências aos familiares e explicar, diante da mídia, que a instituição não tolera e nem compactua com esse tipo de abordagem brutal, e que vai apurar e punir os responsáveis. Nem é preciso dizer que tudo depois cai no esquecimento, e a imprensa pula para outra cena de tortura. Investigar mais o quê, senhor comandante? As imagens já dizem em tudo! Fosse comigo, ou com algum parente meu, dispensaria no ato as desculpas.

Nos últimos tempos essas práticas chocantes de violência contra os cidadãos civis, que têm seus direitos desrespeitados publicamente, e até mesmo de desvios de conduta dentro da corporação, se tornaram corriqueiras e comuns, e não mais fatos isolados e excepcionais como antigamente. Está havendo uma generalização, e a única coisa que ainda a pessoa tem coragem de clamar, entre choro e lágrimas, é por justiça, que quase nunca chega.

A instituição precisa ser repensada

Quero deixar bem claro que, quando faço essas críticas, não me julguem que quero colocar a polícia contra a população. Meu intuito é expressar meu pensamento, minha revolta e minha opinião (há anos que venho falando isso), de que esta instituição precisa urgentemente ser repensada, reformulada e recriada em outros moldes de atuação, com outra filosofia de trabalho. Não adianta discutir isso com um oficial. Sabemos qual é a resposta.

O nome “polícia militar”, como sistema de segurança, só existe no Brasil. Para começar, a corporação precisa criar e praticar o conceito de segurança pública onde não se confunda firmeza com abuso de poder e opressão. A lei para o policial do tipo banda podre é corporativa. Quando ele comete um ato “criminoso”, tem como penalidade o seu recolhimento ao quartel por uns dias e depois volta a atuar nas ruas. A prisão é ficar em seu batalhão.

Sabemos que a grande maioria dos policiais são originários de famílias pobres, negros e que passaram por vários tipos de discriminação. Quando o indivíduo cai dentro da corporação militar parece querer extravasar sua raiva e seus complexos justamente nos mais excluídos. Coloca-se na posição de empregado a serviço da elite, tida como patronal que lhe paga. Quanto a essa questão, a psicologia pode melhor explicar.

Para que servem os treinamentos que dão o passaporte para o policial trabalhar nas ruas e lidar com a população? São mais preparos de força e manuseio de armas e pouco de relações humanas, de como tratar o cidadão com respeito? Todos são considerados bandidos até que provem o contrário? Diante do quadro atual, prefiro ser assaltado por um bandido que ser abordado por um policial porque com este não tem diálogo. Vai logo no tabefe e acusa a pessoa de desacato à autoridade.

O que questiono são esses métodos de treinamento que têm gerado mais violência. Por que tanta resistência às mudanças para criação de uma nova polícia, a começar pelo nível de instrução e formação do candidato? Durante este tempo de preparação, o comando não percebe diferenciar o joio do trigo? Aqueles de caráter violento que não podem colocar uma arma na cintura e ir fazer diligências? Alguma coisa precisa mudar, para não ficarmos só nos pedidos de desculpas.





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