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:: 14/out/2014 . 23:53

CINEMA E VOTO

Depois de ser homenageado na Mostra de Cinema Conquista, no Centro de Convenções Divaldo Franco, com o curta “A Anti Performance”, o cineasta Daniel Lisboa fez propaganda partidária do PT e pediu que todos ali votassem na candidata Dilma, como forma de manter viva a cultura.

Considero o ato um total desrespeito às pessoas que foram ao Centro com o precípuo interesse de assistir os filmes da Mostra e não ouvir discurso político de campanha eleitoral a favor ou contra candidato. Acho não ser ali local apropriado para recomendar voto para qualquer um que seja.

Ademais, senhor Daniel, de um modo geral os nossos governantes nunca priorizaram a educação e a cultura neste país. Os dados mostram, por si só, a situação da nossa cultura. Além do mais, não é nenhuma dádiva ou favor quando o governo promove um evento do setor.  É uma obrigação como dar de comer a quem tem fome. A cultura é o alimento da alma.

Se o cineasta não sabe, só para citar o caso da Bahia (Secretaria de Cultura), muitos editais aprovados da área cultural continuam parados por falta de recursos, sem falar na burocratização infernal dos projetos. Depois de oito anos de conferências por todo estado, a Bahia ainda não aprovou uma política cultural. O projeto está amarrado na Assembleia Legislativa.

Na área federal, a Lei Rouanet (destina viabilizar projetos a partir do que se deveria pagar de Imposto de Renda) só beneficia grandes shows comerciais de “artistas famosos”, especialmente do Sul e Sudeste. Empresário nenhum tem interesse em investir num talento desconhecido que não dá retorno de capital, mesmo que sua obra seja boa.

Sobre a Lei, veja o que disse o cartunista Flávio Luiz quando do lançamento do seu novo álbum de HQ,”Aú, o Capoeirista e o Fantasma do Farol” (Papel A2): “Até achei um interessado, mas, além da isenção do IR, queria participação nos lucros, interferência no processo criativo e mudanças ideológicas. Me reservei no direito de declinar”.

Por essas e outras, senhor Daniel, me senti mais uma vez ofendido e constrangido quando da sua propaganda política partidária aberta. As pessoas ali não são objetos de uso, nem tampouco burras. São essas coisas que provocam desconfiança, revolta e desgaste político na população.

No mais, parabenizo os organizadores e promotores da Mostra de Cinema Conquista, que está completando 10 anos, e continua com sua programação de filmes, conferências, seminários e mesas-redondas de debates até o final de semana no Centro Divaldo Franco, no Espaço Cultural Glauber Rocha, no auditório da Universidade Estadual do Sudoeste (Uesb), Cine-Tenda, no Bairro Brasil e Cine-Cidadão itinerante nos distritos do município.

MAIS UMA “SARAU A ESTRADA”

SARAU   II 031 - Cópia

Neste final de semana (dia 11/10), a turma do “Sarau A Estrada” reuniu-se mais uma vez para colocar o papo em dia e atualizar os assuntos políticos, literários, econômicos e sociais. É um momento também de encontro dos amigos que se perdem na correria dos afazeres.

Foi mais uma noite agradável com a participação do professor Itamar Aguiar, do jornalista Sérgio Fonseca, o fotógrafo José Carlos D´Almeida, o intelectual Mover, os cantores e compositores Marta Moreno, Dorinho e Moacir Morcego, além da grata satisfação da visita da cantora de Anagé, Marise Pires (Ogum) que, pela primeira vez, conheceu nosso ambiente e nos brindou com sua linda voz.

Recebemos a visita da cantora de Anagé , Marise Pires (Ogum)

SARAU   II 025 - Cópia

 

 

Como sempre, as discussões, a cantoria e os recitais de poesias vararam a noite,não faltando o vinho, a cerveja e, claro, uma comidinha para forrar o estômago que ninguém é de ferro. A novidade, além da nossa visitante que logo se entrosou ao meio, foi o desarranjo intestinal de Moacir Morcego, mas logo tudo deu certo e, no final, fez até declarações confidenciais sobre sua vida como estudante de agronomia em Cruz das Almas.

Sérgio Fonseca, sempre pensante e mais calado, rebateu algumas posições e críticas. Ao contrário, o professor Itamar, como acontece, dominou as conversas de fundo filosóficas, sem contar suas histórias e estórias de Lençóis e da Chapada Diamantina.

Diante de temas os mais variados, houve espaço para combinarmos a realização de noites temáticas, como a próxima a respeito do cantor, compositor e letrista Raul Seixas, seguidas de Zé Ramalho e Gonzagão, o rei do baião e do forró. Permanece cada um colaborando com bebidas e comidas para que o “Sarau A Estrada” se mantenha firme como a baraúna.

 

 





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