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:: 13/out/2014 . 22:12

ITAMAR INDICA ARTIGO DE ORLANDO SENNA

A brava Estela

Um dia, entusiasmado diante da multiplicidade de abordagens sobre um mesmo tema, o também super observador Eduardo Galeano disse que “desejaria ter tantos olhos como a câmera de Estela Bravo”. Estava se referindo à qualidade dos pontos de vista que essa cineasta estadunidense-cubana faz jorrar em seus documentários. Não apenas no que se refere a posicionamentos dramáticos, políticos e humanistas mas também na expressão de sentimentos diante da situação que está filmando, das tristezas que afloram na meio da alegria, do humor que se esconde entre os horrores da guerra, dos vários e surpreendentes tipos de resistência que o ser humano inventa e reinventa diante de fracassos, perdas e danos.

Seus documentários tratam de questões sociais e políticas em escala macro, envolvendo países, nações, ideologias, rupturas históricas, coletividades de milhões de pessoas. Estela aborda essas questões abrangentes a partir de unidades, de individualidades, de dramas pessoais, de retalhos dramáticos — fazendo-me lembrar da lição capital de Alberto Cavalcanti a jovens documentaristas, na década de 1930, ao dizer que um bom caminho para um documentário sobre os correios é seguir uma carta, que o melhor caminho para um filme sobre a humanidade é filmar um ser humano, a alma de um ser humano. Um bom exemplo desse enfoque direto nas individualidades é Miami-La Habana (1992), envolvendo com altas doses emotivas as famílias cubanas divididas, parte morando em Cuba, parte morando nos Estados Unidos. Referindo-se a esse documentário, e com lágrimas nos olhos, o cineasta argentino Eliseo Subiela disse que “a dor também serve para entender e crescer”.

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