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:: 20/out/2014 . 23:49

ITAMAR COMENTA ARTIGO DE ORLANDO SENNA

CRISE CIVILIZATÓRIA

No fim do século IXX, em seu livro Assim falou Zaratustra, Nietzsche pôs a morte de Deus na boca de um personagem louco e chamou a atenção para a decadência metafísica da Europa, disse que a cultura européia já não podia aceitar racionalmente a noção deísta, que a ciência, a política e a arte estavam matando Deus. Pois bem: Deus não morreu. Melhor: os deuses não morreram. Nem o Deus único e com maiúscula dos judeus, árabes e cristãos, nem os deuses múltiplos da China, Índia, Brasil e de centenas de culturas ao redor do planeta.

Tampouco a História acabou como pensava o estadunidense Francis Fukuyama (Fim da História e o último homem) nos anos 1990, momento em que a União Soviética se dissolvia e o mundo passava do poder bipolar (URSS e EUA) para a superpotência única encarnada nos Estados Unidos. A tese central de Fukuyama: o neoliberalismo é o ápice da evolução econômica e vai promover uma tecnológia que suprirá todas as necessidades. Com tudo resolvido, seria o fim do desenvolvimento das instituições e das ideias. Até agora não aconteceu.

De todas as teses-profecias sobre o século XXI que ficaram na moda no fim do século passado, a única que está valendo é a do choque de civilizações, do nova-iorquino Samuel P. Huntington (The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order, 1996), que pregava, como está no título, uma reconstrução da Ordem Mundial. O choque é, cada vez mais, uma fratura exposta: o Ocidente cristão em conflito com o Oriente islâmico, a China disputando em pé de igualdade com os EUA o posto de maior economia mundial, a Europa em crise aceitando a contragosto a invasão de seu território por milhões de migrantes africanos e asiáticos.

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