A sensação que temos é que nosso país vive à deriva. O capitão-presidente diz uma coisa, e o seu ministro da Saúde diz outra. A população, então, fica atordoada e sem rumo. No Quartel General do Palácio do Planalto, a impressão é que ele não passa de uma marionete, e isso ficou bem claro na coletiva à imprensa, onde o ministro Luiz Henrique Mandetta estava cercado de generais, lembrando os tempos da ditadura, com censura nas perguntas dos repórteres.

A indagação dirigida ao ministro da Saúde, se ele permaneceria no Governo, diante desse conflito, foi respondida pelo general, que garantiu a sua continuidade no cargo. Na história do Brasil, nunca vi esse desencontro público entre um subordinado e o seu chefe maior. Do outro lado, uma cúpula do governo quer fazer funcionar seu tosco fascismo, cerceando as informações, deixando-as mais ainda confusas, onde muitas já não são confiáveis, inclusive sobre o número de mortes.

A pobreza é quem mais padece

Enquanto perdura esse estica-estica pra lá e pra cá do povo, o socorro econômico aos mais vulneráveis, os informais, autônomos, desempregados e trabalhadores temporários anda a passos de cágado, envolto em toda aquela sombra tenebrosa da burocracia política brasileira tupiniquim. Esse isolamento social, sem o alimento de cada dia, pode gerar um caos, e levar a invasões a supermercados e mercados. Se o coronavírus, que não escolhe faixa etária, nem classe, avança, a fome não pode esperar por mais tempo.

Em meio a este mar de mordomias do Congresso Nacional, das assembleias legislativas dos estados e das câmaras de vereadores, sem falar dos poderes judiciário e executivo, abarrotados de muita gente ganhando os supersalários, a pobreza padece em seus mocambos e barracos nas periferias e favelas, principalmente nas grandes cidades do país.

Eles não abrem mãos de seus privilégios, nem para reduzir suas polpudas remunerações nesses tempos de “guerra” contra o coronavírus, o Covid-19, ao qual dei o nome de Coronavid, e ainda emperram para mais longe a agilização das medidas de aporte financeiro, que já deveriam há muito tempo terem sido colocadas em prática. Esses bandos de bandidos deram as costas para a pobreza. São os demagogos da morte.

Em nosso Estado da Bahia e em Vitória da Conquista, particularmente, a estrutura da saúde é deficitária e, tanto um lado como o outro, não passam de falastrões, que vão fazer isso e aquilo, mas tudo não passa de projetos que não saem das intenções e, a única coisa que sabem é mandar o povo ficar em casa e lavar as mãos com sabão e álcool gel. O resto que se lasque, se vão ter comida em casa, ou não.

Nos hospitais faltam quase tudo e, como sempre nesses momentos de catástrofes e tragédias humanas, aparecem os gananciosos usurários que aumentam os preços de máscaras, álcool gel e outros produtos médicos em mais de mil por cento. São piores que criminosos bandidos, os quais  deveriam ser sentenciados a prisão perpétua.