COM ISTO NÃO CONTAVAM
Nas ruas por onde passa, a “heroína” chama das olimpíadas continua atraindo multidões de fãs alienadas que querem tocá-la e tirar fotos de seus celulares. É a marcha da insensatez num país desgastado sem representação e sem moralidade. Após a votação do processo de impeachment no Senado, os brasileiros se recolheram em suas casas e a deslumbrante tocha tomou o lugar das manifestações. Ninguém questiona os gastos com este roteiro burlesco pelas cidades.
O Brasil é assim, cheio de contradições e paradoxos, típico de um povo inculto, acomodado e subserviente, que se contenta com o pouco que tem, desde que haja circo para se esbaldar. Tem preguiça de pensar, medo de contestar e ser taxado de politicamente incorreto. Enquanto isso, lá do alto na calada da noite conspiram, só que desta vez não contavam com o efeito bumerangue.
Os últimos fatos políticos, inclusive as delações e as conversas gravadas por um traidor deles terminaram por fortalecer a Operação Lava Jato e as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Com isto eles não contavam porque o propósito nos bastidores dos porões do Congresso Nacional era montar um acordão e passar uma borracha nas contas das corrupções.
A trama urdida por todas as correntes do legislativo seria quem roubou, roubou, que não roubou, não rouba mais, enquanto a poeira não baixar. “Se gritar, pega ladrão! Não fica ninguém, meu irmão”! O Congresso Nacional, que deveria, se tivesse vergonha na cara, ter feito um mea culpa à nação, é o maior culpado por tudo que está acontecendo de mazelas no país.
Com suas benesses, mordomias e interesses particulares pelo poder, os políticos conseguiram tornar a nossa pátria numa terra árida e ingrata para se morar, quando se tinha tudo para ser um oásis. De tão envolvido com falcatruas e propinas, o presidente afastado da Câmara não pode nem viajar para o exterior porque pode ser preso. O presidente do Senado também é investigado por corrupção.
Como naquele velho ditado que se diz que, quando se está com muito azar o urubu debaixo caga no de cima, o vice-presidente interino da Câmara, Valdir Maranhão, é um boy do Eduardo Cunha, sem nenhuma representação e capacidade para dirigir os trabalhos parlamentares, mas é ele quem vai ao Chile para uma discussão sobre transparência. Estamos f… na vida, perdidos no mato sem cachorro. Toda banda toca desafinada pelos cafajestes de platão.











