OS BEBÊS REBORN E AS LOUCURAS
A impressão que temos é que deu a louca no ser humano, mas calma que essa loucura de transtorno mental e desequilíbrio não atinge a todos. Nas redes sociais e na mídia em geral estamos lendo, ouvindo e assistindo casos que mais parecem causos, estórias surreais e fake news, mas são verdadeiros. Por mais que se procure uma explicação, fica difícil assimilar determinadas atitudes.
Estou falando dos tais bebês “reborn”, que na tradução significa renascido, renascimento, feitos de forma artesanal nos anos 90 e agora industrializados com formatos semelhantes de uma criança. É renascimento, ou obscurantismo? É idade moderna, ou das trevas?
Dizem na psiquiatria que esses bebês servem como tratamento terapêutico, talvez para mulheres que, por motivos biológicos, não puderam alcançar a maternidade e vivem em depressão. Se vivo fosse, meu pai diria, em seu linguajar bíblico, que isto é sinal do fim do mundo, ou seja, estamos no juízo final.
Acontece que o remédio provocou efeitos colaterais nas criaturas, ao ponto de cometerem os absurdos dos absurdos. Não sou especialista no assunto, mas fatos que li e ouvi esta semana sobre esses tais bebês reborn me deixaram chocados, bem mais grave do que tratarem os cachorrinhos como se fossem seus filhos legítimos.
Nesta semana acompanhei o noticiário de uma mulher em Guanambi, aqui em nossa região, que chamou um carro de aplicativo com um desses bebês no colo dizendo que tocasse rápido para a UPA porque seu neném estava sentindo muitas dores. Na unidade de saúde descobriram que se tratava de um “reborn”. A situação chegou ao extremo que um deputado da Assembleia Estadual entrou com uma lei proibindo que os postos de saúde, que já são precários e faltam médicos, não atendam esses bebês reborn, ou artificiais.
“Existe mais mistério entre o céu e a terra do que sua vã filosofia”. Se a criação era para ser terapêutico, virou caso de loucura, de internamento. Em Salvador, se não me engano, uma mulher foi a uma Igreja Católica e pediu que o padre rezasse uma missa para seu boneco ou boneca. O sacerdote, é claro, respondeu que ela procurasse um psiquiatra.
Li em algum lugar que a indústrias desses bebês em São Paulo está bombando e ganhando milhões com a grande demanda. A depender da perfeição e do material usado, um chega a custar entre mil a dois mil e quinhentos reais, o que nos leva a concluir que não está ao alcance dos pobres porque já têm uma penca de filhos e a maior preocupação da família é como alimentá-los. Predomina a fome.
São fatos que demonstram em que nível a humanidade chegou, que se apega a um a boneca como se fosse um bebê de verdade. Entendo que o mundo tecnológico tem muita parcela desse desequilíbrio mental onde o espiritual foi posto de lado.
Quando pensamos que já vimos todos os absurdos, aí aparecem outros, e as coisas anormais vão se tornando normais e comuns, tanto que a maioria das pessoas nãos fica chocada. Junte a tudo isso a violência, a corrupção, os desvios de conduta, o individualismo, a necessidade premente de se aparecer nas redes e teremos como pano de fundo a degradação humana.