ZARATUSTRA E SUA MONTANHA COM SUAS CONTROVÉRSIAS E POLÊMICAS
Os estudiosos da área filosófica de um modo geral consideram o alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900), um filósofo fora da curva, controverso e polêmico, que chegou à sua loucura no final da sua vida, morando recluso com sua irmã.
Ficou órfão de pai aos cinco anos e foi criado, de acordo com nota da Editora Lafonte, que publicou “Assim Falava Zaratustra, pela mãe nos rígidos princípios da religião cristã. Dizem que ele era ateu, mas entendo que morreu intrincado em seu labirinto de dúvidas e certo da morte do Deus antigo, aquele vingativo, ríspido e carrasco idealizado pela religião, daí ter dito que a religião matou Deus.
Nietzsche cursou teologia e filologia na Universidade de Bom e ensinou na Basiléia, na Suíça. Por não conseguir levar a termo uma grande aspiração, a de casar com Lou Salomé, por causa da sífilis, contraída em 1889, isolou-se do mundo, vindo a morrer em 25 de agosto de 1900, em Weimar.
Seu espírito era irrequieto, próprio de um grande pensador. Era poeta por natureza, mas detestava os poetas, para ele mentirosos, dissimuladores e bajuladores. Era sedento por liberdade espiritual e intelectual, bem como apegado ao mundo concreto e real.
Do outro lado, foi um grande defensor da beleza da vida, da terra, dos animais e crítico feroz da fraqueza humana. Vivia uma vida de lutas contra si mesmo, controverso, polêmico e paradoxal.
Em “Assim Falava Zaratustra”, um dos trechos diz que “do alto da montanha, da caverna em que mora com seus animais, Zaratustra perscruta o horizonte, o infinito, o grande mar, o além e paira, junto com sua águia e com sua serpente envolto no pescoço da águia, seus olhares sobre o mundo sobre os pântanos em que se debate a humanidade sem rumo. No topo da sua montanha chegam visitantes desiludidos em busca de solidão, de paz, de sentido da vida”.
Entre os visitantes, o filósofo cita um ilusionista, um mendigo por opção, um viajante, o mais feio dos homens, dois reis, o Papa destronado, um adivinho e um jumento que se tornar novo líder desses homens e adorado como um deus. Eles tentam conviver em harmonia, aprendendo a sorrir, a dançar e sentir suas próprias almas. Terão coragem de se superar, vencer a si mesmos, suas angústias, de se transformar em homens superiores e atingir o ápice de super-homem? – indaga Zaratustra.
Em sua obra, Nietzsche nos deixa vários de seus pensamentos, como a de que a coragem mata a própria morte para recomeçar a vida. Quando o homem mergulha na vida, em seu olhar interior, também mergulha no sofrimento. Toda verdade é sinuosa. No céu e no sol está toda sabedoria, não no homem.
Em sua montanha, Zaratustra chega a fazer uma ode ao sol e ao céu. Ao se referir ao sol, em suas reflexões na caverna da sua montanha, chega a firmar ter desejos de ser fios de ouro como o relâmpago e tocar também em tua pança. Segundo Zaratustra, a liberdade total e a racionalidade são impossíveis e irascíveis.