Será que a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, a terceira maior cidade da Bahia, com cerca de 340 mil habitantes, está esperando que entre no noticiário nacional sobre o alarmante número de casos e mortes de Covid-19, com o colapso total da rede hospitalar, como ocorreu em Manaus onde milhares perderam suas vidas por falta de leitos e oxigênio, para agir com medidas de contenção?

A impressão que se tem é que o coronavírus não passou em nossa cidade, e que tudo continua em plena normalidade, como se nada estivesse acontecendo. Diante da crítica situação (os hospitais estão no limite máximo), o poder público, ora chefiado pela prefeita em exercício, não tem tomado nenhuma medida restritiva para, pelo menos, controlar o novo surto da pandemia.

UM DOS PIORES

Caímos no toque de recolher do decreto do Governo do Estado, como a grande maioria dos municípios baianos, mas o quadro em Vitória da Conquista é um dos piores porque depois da liberação geral do comércio e com a crescente incidência de casos e falecimentos (quase 300), a Prefeitura não tomou providências mais drásticas, para conter as aglomerações em festas, bares e restaurantes.

Mesmo de partido e ideologias diferentes, a Prefeitura de Salvador tem trabalhado em sintonia com o governador Rui Costa, visando salvar vidas. O prefeito daqui deveria, pelo menos, seguir o exemplo do seu colega da capital, do qual recebeu apoio para se reeleger, e fazem parte do mesmo grupo de ACM Neto. Não entendo como aqui vem ocorrendo o contrário.

O maior absurdo e o cúmulo da incoerência é um governante politizar essa doença que tem causado tantos sofrimentos aos brasileiros, principalmente no atual panorama da pandemia onde mais de 240 mil pessoas perderam suas vidas no Brasil. Não sei se esse é o caso do executivo de Conquista, mas a verdade é que a inoperância aqui é visível, como se tudo estivesse normal.

Em conjunto com o Governo do Estado, o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis, vem tomado medidas restritivas de fechar algumas atividades não essenciais e os bairros mais contaminados pela Covid-19, como Brotas, Pituba e Itapuã, incluindo a dedetização e testes do corona nas pessoas.

Aqui, esse comitê gestor, que muito fala e nada faz, não tem nem o mapeamento dos bairros mais atingidos, Se é que existe esse mapa, como no caso do mosquito da dengue, não decreta medidas restritivas por pura incompetência, ou receio da pressão dos lojistas. Enquanto isso, quase duas pessoas morrem por dia e mais de 100 são infectados, sem contar a questão dos hospitais que começam a entrar em colapso.

Existem uns imbecis, sobretudo do comércio (só pensam neles e no dinheiro), que indicam como solução criar mais leitos, não importando quem morra de Covid. Até quando o governo vai ter capacidade financeira de criar mais e mais leitos nesse quadro falimentar em que vive o nosso país? O pior é que tem muita gente que só pensa em si, como se não vivesse numa sociedade, como se não existisse coletividade.

Outro problema que requer apuração é quanto ao processo de vacinação em Conquista onde muitos furaram a fila, com declarações falsificadas das unidades de saúde. Está faltando mais transparência por parte do poder público.

O protocolo do Ministério da Saúde fala de imunização somente dos profissionais da linha de frente, mas a lista vai além desse pessoal, abrangendo trabalhadores que não fazem parte desse grupo. É só cruzar o número de vacinados na área da saúde com os que realmente estão hoje atuando na linha de frente.