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:: 20/abr/2018 . 0:52

SEGUNDA TEM FUTEBOL NO “LOMANTÃO”

Carlos Albán González – jornalista

Estrear num torneio nacional numa segunda-feira, às 20 horas, sob uma temperatura em torno dos 15 graus, segundo previsão do Climatempo, e com pouca divulgação, significa ausência de público. Esse, provavelmente, será o ambiente que o Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista vai se deparar na noite do próximo dia 23, no Estádio Lomanto Júnior, começo de sua participação no Campeonato Brasileiro da série D, diante do Treze de Campina Grande (Paraíba).

Se houvesse bom senso por parte da Federação Bahiana de Futebol (CBF), o seu presidente, filho desta terra, Ednaldo Rodrigues, leal em todos os momentos – e já se vão 16 anos – aos “cartolas” da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de Ricardo Teixeira a Marco Polo Del Nero, esse jogo seria antecipado para o dia 21, feriado nacional, ou para o domingo, dia 22, com a promoção de uma rodada dupla, envolvendo Conquista x Colo-Colo, pela segunda divisão do Campeonato Baiano.

Vale lembrar que, nos últimos quatro anos, Ednaldo foi escolhido em duas oportunidades para chefiar a comitiva da Seleção Brasileira em excursões ao exterior. Um agrado para quem tem revelado uma indestrutível fidelidade aos seus chefes.

Num passado recente a própria FBF submeteu o ECPP a uma situação absurda. Programou para Quarta-Feira de Cinzas, à noite, uma partida válida pelo Campeonato Baiano deste ano. Pelas bilheterias do “Lomantão” passaram 381 devotados torcedores, deixando uma renda de R$ 3.575. Deduzidas as despesas restou para o clube alviverde um prejuízo de R$ 6.189.

Pagar pra jogar não é “privilégio” do Vitória da Conquista. O seu coirmão, o Conquista F.C., nos três jogos que disputou em casa pela 2ª divisão contabilizou um prejuízo de R$ 14.806. Buscando uma vaga no grupo de elite do futebol baiano em 2019 o Azulino recebe neste domingo o Colo-Colo de Ilhéus.

Não se ouviu ou se leu uma palavra de protesto. Pelo contrário. Na reunião do último dia 3 num hotel em Salvador o futebol conquistense participou com três votos (da liga e dos clubes profissionais) da manobra continuísta patrocinada por Ednaldo, que desistiu de permanecer até 2023 à frente da federação, apresentando como seu sucessor a um surpreso colégio eleitoral – compareceram 117 dos 145 membros – o até então desconhecido Ricardo Lima. Como ninguém questionou, Lima foi aclamado por todos os presentes.

Lição de democracia, seriedade e modernismo, além de agradecimentos a Deus, marcaram os discursos emocionados do velho e do novo “cartolas”.

Depois da eliminação precoce na Copa do Brasil, quando deixou de ganhar R$ 1 milhão, e quase é rebaixado para a 2ª divisão do futebol baiano, o Vitória da Conquista tem sua última oportunidade este ano de alcançar uma posição melhor no cenário nacional, lembrando que a Chapecoense, campeã sul-americana, também começou por baixo. Imprescindíveis serão o apoio dos desportistas locais, comparecendo aos jogos no “Lomantão”, e dos patrocinadores – a ajuda de R$ 20 mil mensais prometida pela prefeitura caiu no esquecimento.

Dividido em seis etapas o “Brasileirão” da série D começa neste final de semana e termina em 5 de agosto. Nessa fase preliminar os 68 clubes vão disputar seis jogos. Os adversários dos baianos são o Treze de Campina Grande (Paraíba), o Itabaiana da cidade sergipana do mesmo nome e o Santa Rita, de Boca da Mata (Alagoas). Classificam-se para a etapa seguinte os primeiros colocados nos 17 grupos e os 15 melhores segundos colocados. Os quatro semifinalistas (quinta fase) têm vaga garantida na série C de 2019.

A tabela dos primeiros jogos e adversários do Vitória da Conquista é a seguinte: dia 23 de abril, Treze, em casa; dia 29, Itabaiana, fora; dia 6 de maio, Santa Rita, em casa; dia 13, Santa Rita (fora); dia 20, Itabaiana, em casa; dia 27, Treze (fora). A CBF fornece 25 passagens aéreas para distâncias acima dos 700 quilômetros, além de hospedagem e alimentação.

Eleições “democráticas”

O Nadinho, das peladas nos terrenos baldios de Conquista à presidência da liga de futebol da cidade, recebeu, de mão beijada, em 2001, a direção da FBF, e de lá nunca mais saiu. Seu gabinete sempre esteve aberto para seus leais eleitores, recebidos com mimos depois de longas viagens, acompanhados de prefeitos e vereadores de seus municípios.

Ednaldo, aos 63 anos, não ia largar, por se sentir entediado, um cargo que mantém há quase 20 anos. Numa reunião de portas fechadas, sem a presença da imprensa, a Assembleia Geral da CBD aprovou a criação de mais quatro cargos de vice-presidente da diretoria. Um deles, a partir de abril, foi oferecido e aceito pelo baiano de Conquista, que vai trocar Salvador pela Cidade Maravilhosa, com uma ótima remuneração.

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OS EXÍMIOS ATORES E A SEGUNDA TURMA

“Fui vítima de uma sórdida armadilha”, “estou tranquilo e vou provar minha inocência no tempo certo”, “é intriga da oposição política que quer me ver fora da competição”, “não cometi nenhum ato de corrupção”, “estou sendo condenado injustamente”, “estão cometendo um atentado contra a democracia”, “nego todas as acusações”, “foi uma decisão puramente política” e por aí vai a lengalenga dos caras de paus que desmentem roubos, falcatruas e armações contra o povo.

Nem é preciso falar de quem estou falando, pois todos já sabem quem são os exímios atores que aparecem dia e noite na mídia, principalmente nas emissoras de televisão, através de notas de seus advogados coniventes ou até mesmo com suas caras lavadas como se nada tivesse acontecido. Todos podem ser contratados, sem testes, para atuar em novelas e filmes estrangeiros  nos papéis de “mocinhos inocentes”, embora não passem de vilões.

É um tremendo elenco de primeira linha que bota no chinelo qualquer ator ou atriz gabaritado, que não vou aqui listar porque são muitos e estaria cometendo injustiça! Nesse cenário entre réus e a Justiça, os papéis se invertem. Todos eles (os políticos safados) são os inocentes e o Ministério Público, a Polícia Federal, a força tarefa da Lava Jato e os juízes que sentenciam mentem vergonhosamente. Tudo é uma ficção armada e fruto de uma imaginação diabólica.

Nesse grupo espetacular de primeira grandeza, cada um procura fazer sua atuação melhor que o outro para receber os aplausos da plateia eleitoral ignara. Nesta semana foi a vez do Aécio Neves (Maluf e Cabral são os mestres) que apareceu com cara de pobre coitado injustiçado, merecedor de pena, dizendo ter sido vítima de uma armadilha do empréstimo de dois milhões de reais, que não lesou ninguém e que é inocente.

Do outro lado surgem os ministros Gilmar Mendes, Lewandowski e Dias Toffoli comandando a Segunda Turma (agora temos até divisões na corte Suprema, além dos coxinhas e mortadelas) para libertar os “atores inocentes”, lobos em peles de cordeiros, e dizer que existem almas tenebrosas contra eles. Nunca o mercado do habeas corpus esteve tanto em evidência.

E o povo como fica? Ah, fica com seu papel ridículo de submissão, berrando como ovelha e ouvindo toda prosopopeia dessa tragédia grega. Sua função é pagar calado os aumentos de combustíveis nos postos de gasolina e a conta de energia cheia de penduricalhos de taxas e tarifas. Como se não bastasse, também ser  escravo de uma reforma trabalhista do mordomo de Drácula, ao ponto de uma escola particular de Conquista oferecer um “salário” de 500 reais ao mês para um professor com pós-graduação de terceiro nível. E tem muita gente graduada aceitando.

Estamos mesmo na lama infernal, na miséria ética e moral, e na pior degradação de todos os tempos. No Brasil sempre existe mais um fundo do poço, e ninguém sabe até onde ele vai dar. Com uma maioria inculta e ignorante, não são as eleições que vão mudar os atores dessa política, agora protegidos por uma turma do Supremo. Ilusão quem acredita nisso.

 





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