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:: 3/nov/2017 . 0:28

UM SAMBA ENREDO CHAMADO BRASIL

Numa mistura caricata, estereotipada, folclórica e mitológica entre o passado e o presente, com seus personagens aventureiros, “heróis”, reis, rainhas, princesas, oportunistas e populistas que protagonizam nossa história, o nosso querido Brasil é um fabuloso tema de enredo para o desfile de uma Escola de Samba na Sapucaí do Rio de Janeiro. Com sucesso nacional e internacional garantido de turistas e visitantes de todas as partes, a agremiação pode muito bem ser financiada por bicheiros, cafajestes, cafetões e traficantes.

Todos os segmentos da sociedade e suas instituições com ou sem desvios de condutas e caráter serão representados através do Abre Alas, com carros alegóricos de luxo bem fantasiados, de acordo com as características peculiares de cada um. Não pode ficar de fora o Circo Pindorama com seu velho corcondo Sistema Eleitoral, picadeiros, palhaços, ladrões, corruptos, gangsters, fascistas, cangaceiros, golpistas, jagunços criminosos e, por fim, o povo descamisado, desempregado, faminto, injustiçado e sem esperança.

Como é de praxe toda Escola de Samba ter sua Comissão de Frente, o mitológico brasileiro Monstro de Quatro Cabeças, representando a Mídia, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, fará a abertura do enredo. Cada membro apresentará suas performances espetaculares de mágicas que, através dos tempos, enganam a população em sua fé de acreditar em dias melhores cheios de glórias, num paraíso em que todos são iguais.

Logo após a Comissão de Frente com sambistas, pagodeiros e mulheres esbeltas seminuas de primeira grandeza, acompanham os luxuosos Carros Alegóricos da Mídia com seus monopólios ou oligopólios falados, televisados e escritos, ditando a comunicação da moda, do consumismo, da música lixo, da cultura de massa, das tendências ideológicas e do politicamente correto, como autênticos deformadores da opinião pública.

A maioria engole tudo que ela arrota e tem gente que não liga muito para seu poder de manipulação, não sabendo ser a cabeça mais perigosa de todas. É charmosa, hipnótica, encanta e engana com seus espetáculos sentimentalistas e exagerados. Seu carro mais parece de feiticeiros macumbeiros exus mensageiros das notícias que transformam areia grossa em ouro reluzente.

O Carro Alegórico Executivo tem seu charme de mostrar seus mais de 30 ministérios em forma de bonecos lambidos e pedantes, dos quais um grupo faz parte de uma quadrilha chefiada por um mordomo vampiro. A função deles é sacanear com os aposentados, escravizar trabalhadores, desmatar florestas como lenhadores, vender o patrimônio da nação e tributar os mais pobres e lenhados. Milhares de secretarias, comissionados e gentes indicadas, sem mérito, batem carimbos para engordar o Estado Burocrático.

O Legislativo, através do Congresso Nacional, suas 27 assembleias e quase seis mil câmaras de vereadores, com suas torres, palácios, mordomias e privilégios, é o carro alegórico mais glamoroso e mágico. Lá dentro, sob luzes ofuscantes e tapetes persas, seus membros armam seus esquemas e fazem suas leis de interesses próprios, totalmente de costas com a ala esfarrapada do povo. Nesta ala integra o bloco das estatais que são dilapidadas no decorrer do desfile.

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