:: 18/nov/2017 . 0:13
DOS SUMÉRIOS A BABEL (II)
A EPOPEIA DE GUILGAMECH (I)
Da poderosa cidade de Uruk nasce a história da Epopeia de Guilgamech (Gilgamés), o poema mais famoso da literatura da Mesopotâmia, descoberto na Biblioteca de Assurbanipal (Nínive), através das tabuinhas de barro pelo arqueólogo Hormuzd Rassam e decifrado por George Smith. É também uma versão assíria. Os deuses são semitas, mas os lugares da ação são sumérios, com raízes da época de Uruck. A Epopeia foi gravada em doze tabuinhas de argila.
Na Biblioteca de Assurbanipal, por volta de 600 A.C, diz o autor de “Deuses, Túmulos e Sábios”, C.W.Ceram, que a obra literária foi a primeira grande epopeia da humanidade, a lenda do maravilhoso e terrível Gilgamés. Segundo ele, a história, quando foi decifrada, lançava uma luz completamente nova e surpreendente sobre o nosso mais antigo passado.
O escritor lamenta que os autores modernos da literatura não têm dado o devido destaque merecido. Citam algumas linhas e “passam por alto o conteúdo que é o que nos conduz ao berço da raça humana, ao primeiro antepassado da humanidade”.
De início, a obra estava fragmentada (faltava algo para fechar a história) e, então, George Smith foi atrás do resto nas escavações perto de Mossul (Iraque), justamente a parte que falava do dilúvio, contada por Utnapisti que era o Noé, da Bíblia. Trata-se da história daquele mesmo dilúvio que a Bíblia viria a contar muito mais tarde.
Logo de início, o herói Guilgamech (Gilgamés), dois terços divino e um humano, é apresentado como grande caçador de leões. Uruck tem poderosos muros, um grandioso templo e um palácio branco construídos por Ensi, temido pelos seus súditos. Ele impõe a todos um trabalho sem cessar, e são as mulheres que elevam protestos aos deuses. Anu reconhece que seus lamentos são justos e encarrega a deusa criadora Aruru de formar um indivíduo forte, que não seja um animal do deserto, para distrair Guilgamech.
Aruru toma um pouco de argila, molda-a, cospe em cima e surge um herói do sangue de Ninib, deus da guerra chamado de Enquidu (Enkidu), não muito atraente, de cabelos longos como o trigo que se veste de peles, bebe com as manadas e come grama junto com as gazelas. Logo, torna-se protetor dos animais que arrebenta redes e inutiliza armadilhas dos caçadores. O local torna-se um Parque Nacional.
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