novembro 2017
D S T Q Q S S
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
2627282930  

:: 9/nov/2017 . 23:40

É, OU NÃO, UMA DESVALORIZAÇÃO?

“De todos os animais da criação, o homem é o único que bebe sem ter sede, come sem ter fome e fala sem ter nada o que dizer” – John Steinbeck, escritor dos Estados Unidos.

Nos dias atuais em que mais se fala contra a violência, a discriminação, sobre o empoderamento da mulher nos meios de comunicação e até de forma oportunista pelos partidos políticos desacreditados, a cobrança de preços diferentes para homens e mulheres nas baladas é uma forma de desvalorização do sexo feminino?

É uma questão polêmica que carece de reflexão. Essa prática comercial de casas noturnas de espetáculo, como boates, por exemplo, chegou a ser repudiada pelo Ministério da Justiça, em São Paulo, alegando que ela sujeita as mulheres a uma situação de inferioridade, além de usá-las como estratégia de marketing.

A Justiça Federal de São Paulo, no entanto, deu parecer contrário, entendendo que o governo deve intervir o mínimo possível na vida das pessoas, e concluiu que a diferenciação de preços pode aumentar a participação das mulheres no meio social.

Não sejamos hipócritas assim. Acontece que o esquema comercial de muitas casas desse gênero, que não existe somente em São Paulo, visa utilizar a mulher como instrumento e objeto para atrair homens para incrementar o consumo interno em geral.

O juiz que deu parecer favorável à diferenciação de preços disse não ver isso como estratégia de marketing ao ponto de desvalorizar a mulher. Argumenta ainda ser notório que em nossa sociedade a mulher encontra-se em posição desigual em relação ao homem, a exemplo da remuneração salarial e na jornada de trabalho.

Em minha opinião, esta é outra questão a parte a ser tratada, mas o juiz insiste que impedir a diferenciação de preços conduz à ideia de que a mulher não tem capacidade de discernimento para escolher onde quer frequentar e traduz o conceito de que ela não sabe dizer não a eventuais situações de assédio de qualquer homem.

E como pensa o comerciante com a estratégia de diferenciação de preços? Qual seu objetivo quando ele até dispensa a mulher de pagar na entrada de uma balada? No fundo, sabemos que as casas noturnas utilizam do esquema da diferenciação de preços com objetivo comercial, mas fazemos  de conta que não é isso.

Em nota, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (Secretaria Nacional) afirma que “a utilização da mulher como estratégia de marketing é ilegal, vai contra os princípios da dignidade humana e da isonomia. Os valores têm de ser iguais para todos nas relações de consumo”.





WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia