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:: 29/nov/2017 . 1:23

A REFORMA DO FIM DO MUNDO

É um tremendo absurdo que o Centro de Cultural Camilo de Jesus Lima, de Vitória da Conquista, esteja fechado há quatro anos e se deteriorando por causa de uma simples reforma que mais parece o fim do mundo. Durante este período os artistas ficaram sem um espaço adequado para desenvolver e apresentar seus trabalhos, visto que a cidade já é carente em termos de atividades culturais.

Por apresentar riscos em suas instalações, além de equipamentos quebrados, a unidade foi interditada pelo Conselho Regional de Engenharia. A obra que se arrasta é de responsabilidade do Governo do Estado, mas a classe artística, os políticos (Câmara de Vereadores), a mídia e todos os demais segmentos da sociedade têm sua parcela de culpa por esta situação vexatória que vive a cidade.

Por que tanto tempo para realizar uma reforma que, segundo se tem anunciado, importa num custo em torno de 500 mil reais? É uma vergonha para a terceira maior cidade da Bahia com mais de 300 mil habitantes. Isso mostra a falta de mobilização e a pouca importância que se dá para a cultura local, embora muita gente de fora tenha uma falsa impressão de que Conquista tem um alto nível cultural. Já teve em tempos passados.

Cadê os supremos intelectuais que se consideram donos da cultura de Conquista?  Onde está o poder de pressão junto ao Estado? Os deuses da cultura e seus sacerdotes receiam fazer cobranças mais incisivas ao governo com receio de incomodar seus representantes? O que mais se ouve é o barulho do silêncio do amém de todos, principalmente daqueles que se acham donos da história de Conquista.

Para uma grande parte do povo que é inculta, devido às mazelas do nosso sistema político, o fechamento de um centro de cultura não faz nenhuma falta e não tem importância. Para os artistas e as pessoas mais cultas, este é o retrato do total imobilismo e individualismo. Fora algumas vozes isoladas, não há reação e manifestações de repúdio e protestos. É vergonhoso demais!

12ª MOSTRA CINEMA CONQUISTA

Como o Centro de Cultura se encontra fechado há quatro anos, a 12ª Mostra de Cinema de Conquista deste ano teve que ser realizada num espaço da Escola Normal. O evento aconteceu entre os dias 19 e 24 de novembro com programação e participação reduzida. Mesmo assim, o público teve a oportunidade de assistir filmes de longa, média e curta-metragem premiadas no Brasil e em outros países.

Conferências, oficinas, debates, exposições e apresentações também fizeram parte da programação. A Mostra deste ano homenageou o cineasta baiano Tuna Espinheira pelo seu trabalho deixado para a área cinematográfica. Nos seus 44 anos dedicados ao cinema, Tuna direcionou atenção especial à temática baiana.

Numa realização do Instituto Mandacaru de Inclusão Sociocultural, a  iniciativa, organizada por Esmon, contou com apoio cultural e institucional do Canal Brasil, TVE Bahia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Curso de Cinema e Audiovisual da Uesb, Programa Janela Indiscrita e ajuda financeira da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista e do Governo do Estado que está há quatro anos sem concluir a reforma do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima.

DOS SUMÉRIOS A BABEL (III)

A EPOPEIA DE GUILGAMECH (II)

Para historiadores, arqueólogos e pesquisadores, a lenda passada na antiga Mesopotâmia (maior parte do Iraque), bombardeada na atualidade pela estupidez humana por várias nações, que fala do rei em parte divino e humano Guilgamech (Gilgamés), é uma das mais lindas e ricas da humanidade, mas pouco comentada pela literatura.

Na Mesopotâmia antiga, a história era contada nas estradas durante as caravanas tribais, no trabalho do dia a dia erguendo templos e construções, bebendo nas tabernas e nas casas à noite em rodas de amigos. Então vamos para a segunda parte da epopeia, conforme as inscrições das doze tabuinhas de argila encontradas pelos arqueólogos.

Depois de entrar triunfalmente em Uruk coma a cabeça de Khumbaba, o rei se limpa, veste novas roupas e põe a coroa em sua cabeça. Vendo todo aquele esplendor, a deusa Ichtar se arde de desejo e se oferece para ser sua amante, prometendo riquezas e poder sem limites, mas Gilgamés a recusa.

“Desprezo o teu corpo cheio de fascínio, recuso o teu pão (…); as tuas artes são quentes, mas o teu coração é gelado. Onde está o amante que amarias para sempre? Ao teu jovem amante Tamuzu (Dumuzi), deus da Primavera, só reservaste o pranto, ano após ano; depois, arranjastes um jovem pastor, quebraste-lhe as asas e agora ele vaga em lágrimas pelos bosques (…). Passaste a outro pastor e, com o bastão, fizeste um lobo. Hoje, os outros pastores o ameaçam e seus próprios cães o mordem”.

E assim o rei vai narrando as maldades praticadas pela deusa contra quem ficava com ela e até quem se recusava, como num animal da lama. “Queres meu amor para reservar-me o mesmo tratamento” – respondeu Gilgamés.

Ichtar ficou furiosa e saiu pelos céus a pedir vingança ao deus Anu pelo ultraje de que foi vítima. A deusa pede que ele crie um enorme touro para aterrorizar o rei e, se não for atendida ameaça golpear o deus com terrores e assombros. Para tanto, descerá aos infernos, abrirá todas suas portas, até que todos os demônios e mortos saiam e venham à terra. Anu, então, advertiu que este tipo de vingança acarretaria sete anos de carestia e pergunta se há trigo suficiente nos celeiros, no que a deusa garante que sim.

Sem saída, Anu faz surgir da montanha dos deuses um touro imenso e envia a Uruk onde devasta os campos e arrasta centenas de homens. Gilgamés e seu amigo Enquidu enfrentam ferozmente o touro e enfiam uma espada no seu peito. Os dois se congratulam por terem dado nova glória aos seus nomes, agora que matamos o touro. Depois se prostram perante o deus sol Chamach. Irada, Ichtar lança as piores maldições contra o rei, Seu amigo irmão Enquidu arranca uma coxa do touro e lança ao rosto da deusa. Depois lavam suas armas no Eufrates, festejando a luta e a vitória.

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