Por que o contrato com a Embasa não foi formulado para o debate com o público há um ano meio? É a principal pergunta que os moradores de Vitória da Conquista que, pela terceira vez são penalizados com a escassez de água, gostariam de fazer e ter uma resposta. Somente agora que vence o protocolo, assinado em 1996, a Prefeitura Municipal se pronuncia sobre o assunto.

De acordo com a Secretaria de Infraestrutura, o novo contrato com a empresa estatal de saneamento deverá demorar mais de um ano entre audiências e discussões com os diversos segmentos da sociedade. Ora, o poder público não sabia disso antes? Por que, então, não agilizou o processo, exigindo da Embasa mais pressa para a construção de uma nova barragem?

Em seu pronunciamento tardio, a Secretaria Municipal aproveitou para dizer que o contrato feito em 1996 não dimensionou a demanda da população nestes últimos 20 anos. A impressão que fica é que o prefeito na época, Pedral Sampaio (já falecido), é o maior culpado por esse sufoco que a população está passando e ainda vai passar. É fácil olhar pra trás.

Nesta hora os responsáveis, ou irresponsáveis, se escondem em suas artes sofísticas de confundir. Só faltam dizer que a população é a culpada, e, em parte, é mesmo porque não soube exigir e pressionar seus “representantes” para que o Estado investisse no setor, sabendo que o município crescia.

O Governo de Jacques Wagner ficou oito anos no poder fazendo promessas, assinando termos de compromissos e não resolveu o problema. No final do seu mandato, entre 2013/14, derrubou a velha estrutura da Fonte Nova e construiu outra por quase um bilhão de reais em menos de um ano para receber a Copa do Mundo.

Quanto uma nova barragem de água, fonte de vida, com maior capacidade, a diretoria da Embasa foi clara quando disse que a obra duraria, pelo menos, cinco anos. Por muito menos que um estádio de futebol, haja burocracia!

Fosse um estado e um país onde os políticos e governantes priorizassem a meritocracia, a competência e a boa gestão não deixariam seu povo carregando lata na cabeça e mendigando um pouco do precioso líquido para sobreviver. No entanto, a conta pelo produto que o usuário não recebe integralmente como deveria chega todo mês e agora com uma alta de quase 10%.

Município nenhum merece essa humilhação. Pior ainda Vitória da Conquista que é a terceira maior cidade da Bahia com quase quatrocentos mil habitantes, centenas de indústrias, lojas comerciais, colégios e mais de uma dezena de faculdades, sem contar o grande contingente populacional que passa por aqui. É uma vergonha o que está acontecendo!