:: 25/fev/2021 . 23:38
SERTÃONESTE
Poema de autoria do jornalista Jeremias Macário
“Que sol quente que tristeza,
Que foi feito da beleza,
Tão bonita de se olhar…”
Como lamenta o nosso Vandré,
Que tanto falou de esperança e fé,
Da “gente desse lugar”.
Até a corda está cara,
Couro cru não tem mais,
Então vai mesmo é de pano,
O corpo véio que virou vara,
Nesse Nordeste bíblico desumano.
SertãoNeste, carrasco de aço,
Riscado seco chão do agreste,
Do repente da letra no compasso,
Que das cinzas como a Fenix,
Valente ergueu o Sul e o Sudeste.
SertãoNeste do bravo Corisco,
Que não se entrega não,
Nessa terra da vela na mão,
Toda traçada de espinho,
Que da chuva brota o verde,
Da serra desce o São Francisco,
Pra fazer o milagre do vinho.
E matar a fome do ribeirinho.
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