AVALANCHE DE ÓDIO
Blog Refletor TAL-Televisión América Latina
Indicação de Itamar Aguiar
Orlando Senna:
Uma nova modalidade de guerra, que antepõe o clássico embate entre exércitos a ações mortíferas e aterrorizantes de pessoas ou pequenos grupos que matam civis (onde se inclui homens-bombas, carros-bombas, casas-bombas), está convulsionando o mundo. Uma modalidade com poder de destruir alvos em qualquer lugar dos Estados Unidos (11 de setembro) e da Europa (je suis Bruxelles, je suis Paris, je suis Madrid). O ingrediente mais forte é a religião, é a “guerra entre civilizações”, situação negada até pouco tempo por muita gente e que agora se mostra como uma pavorosa realidade.
Alguns ingredientes das guerras tradicionais estão presentes, como petróleo, território, indústria bélica, mas em segundo plano, já que o epicentro do conflito é a cultura, é o fosso filosófico e comportamental entre Ocidente e Oriente jamais solucionado, um cânion que divide a humanidade — apesar de Jesus Cristo, que construiu uma ponte mas sabia que ela não ia funcionar, “não vim trazer paz à Terra, mas a espada, a divisão”. Vivemos um tempo em que valores ditos universais perdem o sentido, conceitos se invertem, palavras passam a significar o que antes era seu contrário, em que “epicentro” deixa de ter conotação espacial para ser temporal. O que me lembra Jorge Luis Borges, para quem os verdadeiros labirintos são no tempo.
Enfim, a sanha homicida/suicida do ser humano está alcançando um dos níveis mais altos em sua história de, pelo menos, 50 milênios. E a isso se soma (ou tem a ver, quem sabe) com os espasmos geológicos, as mudanças e ajustes do planeta que se aquece enquanto voa em direção a uma nova era glacial. Um cenário apocalíptico. No momento a guerra acontece nos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e alguns pontos da África. :: LEIA MAIS »
INSTRUTIVO!
Até que enfim, um programa eleitoral instrutivo e com propostas. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) parece ter acordado de um pesadelo, mas tem muita gente por aí que ainda acha que socialismo só se faz com roubalheira e na base da enganação, como em certas “ações sociais” que terminam por transferir recursos para fortalecimento do próprio capital.
O que o país mais necessita na atualidade da crise é de uma reforma ética e de valores humanos, antes de qualquer outra porque, fora isso, é como colocar a carroça na frente dos bois, e uma reforma ética deve começar pela mudança radical do sistema eleitoral.
O que se vê, no entanto, é que, quando se discute uma reforma séria que valorize o voto do eleitor, sem os vícios que aí estão, faz-se um ajuntamento dos partidos para que tudo continue na mesma e todos se deem “bem”, isto é, permaneçam no poder, e o país que se dane.
Faltou o PSB dizer no seu programa que o sistema eleitoral vigente corrompe, mesmo com a retirada do financiamento empresarial. Agora, como eles querem se perpetuar no poder, a maioria vai apelar para o caixa 2, outros “jeitinhos” e escapadelas das leis capengas.
É preciso ter coragem e declarar, abertamente, que há anos a nação vem sendo iludida com presentes de gregos que terminam por enfraquecer as camadas mais pobres. Socialismo só pode existir se for com honestidade e transparência. Nunca em proveito próprio e se apropriando de vantagens dadas pelo capitalismo que sempre sugou nossas riquezas de forma despudorada.
Precisamos, urgentemente, de uma campanha nacional pela legalidade eleitoral, começando por renegar coligações com gente da pior espécie que desde a ditadura militar saqueiam os cofres públicos. Deveriam lavar a boca antes de falar em democracia e pregar falsa distribuição de renda.
HORÁRIO ELEITORAL É UMA AFRONTA NACIONAL
No momento mais agudo da crise brasileira, os partidos políticos (quase 40) invadem nossos lares com a mesma linguagem de que são limpos, honestos e competentes. A grande maioria está envolvida em denúncias da Operação Lava Jato. Eles não têm vergonha na cara, mesmo! Fazem-nos de idiotas com propagandas enganosas e mentirosas.
Se fazem propagandas enganosas descaradamente, como está caracterizado, os partidos transgredem as leis e deveriam ser multados e punidos pelo Procom e pelo Ministério Público. Todos falam em defesa do social e que estão trabalhando por nós. É um desrespeito e uma afronta com a nação o que está acontecendo.
Nem é preciso comentar mais que nenhum deles tem ideologia. A sopa de siglas que cresce cada vez mais se sustenta com o dinheiro do Fundo Partidário (mais de 8 bilhões) recolhidos dos impostos pagos pelo povo. É um sistema corroído pela corrupção, bem pior que nos tempos do coronelismo. A compra de votos hoje é bem mais escancarada.
Como se não bastasse a falta de compromissos, sempre estão trocando de partido para acomodar seus interesses particulares, e ainda vão para a televisão dizer que se trata de mudança de pensamento. A linguagem é sempre a mesma.
Como toda a sujeira desse sistema lamacento foi montada para beneficiar os agrupamentos e ajuntamentos de cada um, as eleições deixaram de ter seu valor, passando a ser uma grande mancha na democracia brasileira. A única saída seria o voto nulo de todos os eleitores, mas isso é até impossível porque os inocentes úteis da massa não têm consciência política. Vivemos num país inculto.
Do jeito que foram constituídas, as eleições deixaram de ser instrumentos essenciais de mudança social para o país. Muito pelo contrário, em todos os pleitos sempre se cai na mesma arapuca armada pelo sistema anacrônico. É uma balela e idiotice dizer que os eleitos nos representam. Se você gosta de ser enganado, então continue nesse compasso.
Por si só, da forma como funciona, a eleição já é uma corrupção institucionalizada, mesmo sem a grana dos empreiteiros, banqueiros e os empresários que há anos se locupletam do sistema. O que poderia representar a cumeeira da democracia, a eleição se tornou numa madeira apodrecida pelos cupins.
Este sistema que aí está é comparável a um casarão abandonado em ruínas cheio de fantasmas que nos atormentam noite e dia, inclusive aparecendo em propagandas no maldito horário eleitoral. Para tapear os bestas e as bestas desse Brasil, todas as siglas criaram o núcleo das mulheres e até existe o Partido da Mulher Brasileira. Não é questão de sexo, gênero, cor ou coisa assim, para não ser taxado de politicamente incorreto.
A questão fundamental não é se temos mais brancos, menos negros, menos mulheres ou menos homossexuais ou gays nos partidos políticos. O problema maior é que, como está vigorando, não vale a pena a participação porque quem entra também se torna cúmplice desse sistema fedorento e não tem moral perante a população.
CARTA DO BRASIL AOS PODERES
Tem gente na minha terra fazendo cartas de amor, sentimentais, de lamúrias, de cobranças de cargos, do toma lá e dá cá e do tipo mais recente do morde e assopra. A minha é de desabafo aos poderes que há 516 anos, desde que aqui aportou a nau Cabral nas minhas costas, só têm me maltratado, me traído e me deixado cada vez mais acabrunhado. Vivo acossado por tantos impropérios contra meu solo, usado para plantar espinhos.
Dizem que sou um gigante pela própria natureza, deitado eternamente em berço esplêndido. Não tão mais esplêndido porque minha terra foi devassada por ervas daninhas que destroem as plantações. Mata-me cada vez mais a sequidão de ideias. Procuro uma cabeça pensante e sensata que pense em mim, mas cada um só pensa em si e prefere viver na contramão para cevar o seu poder.
É, moço aí que aprecia minha paisagem, já me chamaram de Vera Cruz, Pau Brasil, Eldorado das minas gerais, de terra da cana-de-açúcar, do café, da borracha e do ouro negro extraído do meu chão! Vieram malfeitores assassinos e tudo roubaram de mim em nome dos meus filhos que tanto necessitavam para viver dignamente.
Hoje me chamam de outros nomes pejorativos e lá fora me conhecem como a terra dos índios e das feras perigosas. De bela e rica, minha imagem passou a ser a pior possível. Por lá me apelidaram de terra de caloteiros. Não sei se choro ou rezo quando dizem que Deus é brasileiro!
No meu torrão os genocidas se tornaram heróis. Os réus fazem parte de uma condenação. O farsante retorna aos braços de seus inimigos de ontem. Acham normais grosserias de um senhor chulo que se comporta como monarca. Aqui se usa o dinheiro público e o poder de coação para engrossar manifestações em favor de si. Trancam e soltam pautas de julgamento de acordo com a conveniência de cada um. Todos se juntam para esfaquear a verdade pelas costas.
GOROBA CONTOS
Esteve aqui em Vitória da Conquista entre nós na noite de ontem (dia 17/03), o amigo e companheiro jornalista, Carlos Navarro Filho, lançando o seu livro “Goroba Contos” em homenagem ao seu irmão que teve morte prematura. O evento se deu na Casa Regis Pacheco e fui lá dar um abraço e prestigiar a obra literária do amigo, com o qual me encontrei há 24 anos (1992) num trabalho de reportagem sobre o acidente da carreta que dizimou mais de 20 pessoas, eu pela Sucursal A Tarde e ele pelo jornal “Estadão”.
Relembramos algumas passagens jornalísticas dos velhos tempos e viagens no cumprimento do dever de levar a informação para os leitores. Mesmo não tendo condições de ficar mais tempo papeando, foi bom revê-lo agora também como escritor, segundo sua modéstia, por imposição da família e dos amigos. Disse que nunca teve a pretensão de escrever alguma coisa que não fosse notícia de jornal.
Ainda não li o seu trabalho, publicado pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, mas pelo conhecimento que tenho do seu profissionalismo e competência como repórter, garanto que será uma leitura deliciosa e prazerosa. Assumo o compromisso de ler e fazer um comentário mais aprofundado como merece o autor.
Só para registrar, lá no lançamento estiveram também os companheiros Carlos Gonzalez e Nona além de outros profissionais da mídia. Ultimamente, por questão de saúde e da própria idade, pouco tenho saído à noite, mas fiz questão de comparecer ao evento e rever o amigo e colega.
ARMAÇÃO E AUTOGOLPE
Em seu estilo como sempre truncado de frases incompreendidas, entrecortadas, confusas, inconclusas e patinando no português, Dilma “falou” após a desastrada nomeação de Lula como ministro da Casa Civil, tratando-o, o tempo todo, como o presidente. É, nesta armação sombria com cara de autogolpe, Dilma e sua corte superaram todas trapalhadas, e “renuncia” a seus 54 milhões de votos para voltar a ser secretária de Lula.
Nesta quarta-feira, dia 16 de março de 2016, mais um cometa de grande proporção deixou o Brasil na pior escuridão do caos político e econômico que já perdura há dois anos. As tempestades implacáveis com fortes ventos, raios e trovões se sucedem, e a calmaria não dá sinal de chegança na terra tupiniquim. Com todas estas armações alopradas, o staff do poder (nem todos) ainda acredita no Lula como última chama para fazer as armações da tão decantada governabilidade. Salvador da pátria?
O PT, o PMDB, o PSDB e mais outros trinta e tantos partidos caras de paus, além do Congresso Nacional desmoralizado, leviano e de vendilhões, conseguiram transformar o Brasil na casa de “Mãe Juana”, num barracão de leilões e num autêntico salão faroeste com tiroteio para todos os lados. O quebra-quebra de mesas, cadeiras e balas voando no ar contaminou as ruas e não se sabe o fim da guerra que pode deixar muitos mortos e feridos.
Ainda existem mais abundantes quinhões e lotes nesta terra devastada para Lula atrair mais aliados em defender das trincheiras do poder? Ainda existem mais conchavos para se fazer? Mais cargos e benesses para serem distribuídos? Ainda existem mais Petrobrás, Eletronucleares, Furnas, Belos Montes, Pasadenas, bancos, estatais e outras quinquilharias sobrando para serem compartilhados e divididos?
Esta é uma terra rica, como já disse o escrivão Caminha, onde plantando tudo dá. Não duvide disso, mas a nomeação de Lula foi como jogar mais gasolina na fogueira e incitar mais ódio e intolerância na sociedade. Esse papo de que ninguém está acima da lei é conversa pra boi dormir. Nunca existiu no Brasil essa de que todos são iguais.
Para eles, ladrões e corruptos, beneficiários das mordomias seculares, não importa se o país vá ou não entrar numa convulsão social, com intervenção das forças armadas para manter a ordem, conforme artigo postado na Constituição de 1988 pelos generais que se afastaram da ditadura. Os movimentos sociais de “esquerda” de hoje não têm a mesma cara dos da década de 60.
A linha dita socialista está cooptada e se promiscuiu danosamente com o capitalismo purgante predador que desde a década de 60 vem sugando todo o sangue das veias do Brasil. Toda roubalheira abriu espaços para a extrema-direita destilar seus venenos conservadores e ditatoriais. Com as ligações perigosas e fatais entre o social e o capital, mais uma vez foi-se o sonho do operário e das classes mais pobres no poder. Foi-se o sonho da distribuição das riquezas de forma justa e igualitária.
Será que não existe outro caminho para se alcançar o socialismo que não seja através das negociatas ilícitas com empreiteiros e o sistema financeiro? Não existe outra rota que não seja fazer compadrios com a Petrobrás que produz o amaldiçoado ouro negro? Não existe outra saída que não seja sujar as mãos de óleo com os magnatas empresários? Socialismo mesmo só se fizer maracutaias e vender a alma, o caráter e o princípio? Socialismo só com fanatismo, messianismo e culto à personalidade, mesmo que ela tenha se locupletado?
A DERROCADA DO SABER EM PROFUNDIDADE
Sergio Fonseca
e-mail: s.de.fonseca@bol.com.br
Em São Paulo proliferam os restaurantes japoneses, tipo de culinária que muito se difundiu e hoje já chegou a outras cidades. Os acepipes apresentados acabaram, ao longo dos anos, afunilados em poucas variedades. Uma série de pratos tradicionais, entretanto, você só encontra em alguns”isakyá”botecos japoneses mais tradicionais. Entre essas comidas temos shirako, burikawa, sushi de sardinha,idá shiokará, natto e espinha de sardinha. Ao experimentar esta última, lembrei-me de uma apostila: um bom sustentáculo, sem nenhum glamour, sem sabor, sem perfume, sem nada que possa servir de alimento verdadeiro e substancioso.
Pittigrilli (pseudônimo do escritor italiano Dino Segre) , na década de 40 do século passado, cunhou um termo insólito: psitacismo. O nome científico do papagaio é “psitacus amazonensis”. Para Pitigrilli, psitacismo seria a repetição papagaiesca de palavras com pouco sentido. Ao pinçar trechos importantes de livros para coloca-los linearmente, de modo a serem mais facilmente memorizados, pedaços importantes das exposições autorais perdem , ao serem reduzidos à sua expressão mais simples, fatores importantes como ênfase em certos pontos, criticas em outros, importantes notas de rodapé.
O escritor alemão Hermann Hesse que morreu em 1962, já se referia, depreciativamente à crescente febre de “outlines”(apostilas) dizendo que o século XX corria o risco de ser conhecido como o século da apostila.
VARREDURA TOTAL NA SUJEIRA
Mais uma vez, as manifestações do último dia 13/03 apontaram o alvo para a presidente Dilma e o ex-presidente Lula e se esqueceram de que estão caminhando lado a lado com o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente do Congresso Eduardo Cunha, Michel Temer, o próprio senador Aécio Neves e outros tantos mais envolvidos na Operação Lava Jato.
É preciso que se faça uma varredura total nesta sujeira e limpar o terreno para que o Brasil possa caminhar em nova direção. Tenho medo de discutir política nacional nas ruas e bares com pessoas desconhecidas, pois a intolerância e o ódio são tão grandes que posso ser esmurrado e morto a pauladas. Os brasileiros precisam conhecer sua história sobre os corvos que atentaram contra a democracia e terminaram apoiando uma ditadura militar que durou mais de 20 anos.
O corvo Carlos Lacerda, apoiado pelo capital imperialista norte-americano, atentou contra a ordem na década de 50 contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek e Jânio Quadros. Como vampiro tentou se alimentar do sangue do poder. Em 1954, ele e mais outros entreguistas só fizeram adiar a ditadura para 10 anos depois. O país entrou nas trevas do atraso.
Na década de 80 surge o PT fundado pela Igreja Católica, intelectuais e tendo Lula à frente com o discurso de moralização e socialização das riquezas. Só que os principais donos do partido se lambuzaram e se promiscuíram com o capitalismo (os empreiteiros e o sistema financeiro) privatizando a Petrobrás em seus interesses próprios. É o que chamamos de relações perigosas.
Lula não conseguiu se conter diante de tantas benesses oferecidas como presentes caros, apartamento, sítio e milhões de palestras pagas a peso de ouro por empresários que não estão nem ai para o Brasil. Todos eles nos jogaram para um labirinto de difícil saída. Se Dilma, que se tornou refém deles no Palácio do Planalto for afastada, caímos nas mãos de um PMDB oportunista que deu 30 dias para se afastar do governo. Se até lá houver alguma reviravolta a favor da presidente, o partido fica.
Não temos no país de hoje um guia ou uma liderança para orientar e conduzir o povo. Entendo ser o momento de pedir a cabeça de toda essa corja que há anos rouba o erário e vive sentada nas mordomias do poder. Não é somente o PT de Lula e Dilma que não merece mais nossa confiança. Sou da posição de que temos que fazer o serviço completo e não pela metade deixando os outros bandidos convivendo conosco e saqueando nossos cofres. Não adianta muito pisar na cabeça de uma jararaca e deixar as outras cobras venenosas soltas por.
Na onda do impeachment, poucos tiveram a consciência política de também pedir a saída imediata dos outros malfeitores e assaltantes da nação, os quais estão no olho da Justiça. Depois de tanto apanhar e sofrer, não merecemos o Congresso e os partidos que temos. Neste lamaçal em que nos enfiaram, que são os piores?
PRINCIPAIS PARTICIPAÇÕES DAS MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA
Diploma de Vereadora de Nilda Iris Vaz Borges, expedido pela zona eleitoral de Patos de Minas no ano de 1912
Em 1929, Alzira Soriano conquistou 60% dos votos e em 1º de janeiro do ano seguinte foi empossada prefeita de Lajes, no Rio Grande do Norte. Foi à primeira mulher da América Latina a assumir o governo de uma cidade.
A ata geral emitida pela 13ªjunta apuradora do Tribunal Eleitoral de Quixeramobim prova a conquista de Quixeramobim. Aos 12 de outubro de 1958 a 13ª junta apuradora da Justiça Eleitoral da comarca de Quixeramobim declarava encerrada a apuração dos votos para o cargo majoritário no município sertanejo situado a 206 km de Fortaleza. O extrato da ata geral anunciava Aldamira Guedes Fernandes vencedora do pleito para o Poder Executivo local. Com maioria absoluta de votos, exatos 59%, comemorava a conquista, sendo empossada aos 25 de março do ano seguinte. No Brasil, pela primeira vez, uma mulher assumia o cargo por meio do voto livre.
Daquela época, a pioneira no cenário político nacional recorda que não existiam comícios, não se distribuíam bonés e nem blusas dos candidatos; não havia carros de som fazendo propagandas pelas ruas, cartazes e nem outdoors. Ela explica que só existiam duas amplificadoras de som na cidade. Uma delas, a da Paróquia de Santo Antônio e a outra, do radialista Fenelon Câmara. “A gente tinha que conquistar o eleitor era na visita, na conversa, mostrando nossas propostas de trabalho. Era comum a gente pedir o voto às comadres e compadres, assegurando por conta disso, uma boa margem de votos”, diz ela.
Em 1933, Carlota Pereira de Queirós tornou-se a primeira deputada federal brasileira por São Paulo.
Em 1935 Maria do Céu Fernandes foi eleita para A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e segundo a página oficial da prefeitura de Lages deu ao estado também o título de eleger a primeira mulher deputada estadual do Brasil.
Em 1979, Eunice Michiles tornou-se a primeira senadora do Brasil.
Entre 24 de agosto de 1982 e 15 de março de 1985, o Brasil teve a primeira mulher ministra de Estado, foi Esther de Figueiredo Ferraz, ocupando a pasta da Educação e Cultura.
Em 1986, Iolanda Fleming se tornou a primeira mulher a governar um estado brasileiro.
Em 1986, Maria Luíza Fontenele tomou posse como à primeira mulher prefeita de uma capital estadual brasileira.
Em 1989, Luíza Erundina tomou posse como à primeira mulher prefeita da maior capital do país.
Em 1989, ocorre a primeira candidatura de uma mulher para a presidência da República. A candidata era Lívia Maria Pio, do PN (Partido Nacional).
Em 1990, Zélia Cardoso de Mello foi empossada como a primeira e única mulher a ocupar o cargo de ministra da Fazenda.
Em 2006, Ellen Gracie, então Presidente da Suprema Corte, foi, interinamente, a primeira mulher presidente do Brasil. Na necessidade do Presidente, do Vice e dos presidentes do senado e câmara baixa irem à Argentina, ela foi à Base Aérea se encontrar com o então presidente Lula para a sucessão do cargo.
Em 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff (PT – Partido dos Trabalhadores) venceu as eleições presidenciais no segundo turno, tornando-se a primeira mulher a ser eleita presidente da República Federativa do Brasil.
Ela é a segunda mulher chefe de estado do Brasil República, e a 5ª Chefe de Estado da História do Brasil, 195 anos depois de D. Maria I.
SURGE A IDEIA DO SARAU NA FEIRA
O Sarau lítero-musical que há mais de cinco anos vem sendo realizado no Espaço Cultural “Aestrada”- rua “G”, 296 – Jardim Guanabara, em apresentações e discussões internas entre companheiros cantores, compositores, professores e literatos está percebendo que está na hora de pegar a estrada e ir até onde o povo está como já disse o poeta músico Milton Nascimento em suas cantorias e andanças.
Esta ideia vem sendo amadurecida e debatida nos encontros e até foi programada uma viagem para Lençóis (proposta do professor Itamar Aguiar) em dezembro no ano passado, mas devido a um pequeno impasse não foi possível ser concretizada. Os debates, as cantorias, as declamações poéticas e as críticas levantadas não podem ficar apenas entre um grupo fechado.
Novamente a questão foi ventilada no último e primeiro Sarau do ano que tivemos aqui no Espaço no sábado (dia 05/03) quando o cantor e compositor Walter Lages fez a proposta de fazermos “A Poesia ou o Sarau na Feira”, a começar pelo Bairro Brasil, para conversarmos diretamente e cara a cara com o povo.
A intenção também é levarmos este formato de arte, num mistura de música e literatura, para as escolas públicas e outros locais. O conhecimento não pode ficar restrito a um grupo e sabemos muito bem que a população em geral tem sede de cultura neste país e estado onde as tradições foram destroçadas. Conquista é carente de opções culturais, mas isso não pode ficar apenas na crítica da cobrança do poder público.
Os mais assíduos do nosso Sarau, como Itamar Aguiar, Moacir Mocego, Mano Di Souza, Dorinho, Cleide, Marta Moreno, Walter Lages, Pietro, José Carlos D´Almeida e outros que sempre se fazem presentes em nossos eventos do sábado à noite comungam da mesma ideia, mas o projeto precisa ser colocado logo em prática. Sem concretização, as palavras se vão ao vento.
Sempre temos um artista ou visitante de primeira vez. No último sábado apareceu o compositor e instrumentista do violão Caio Demitri que nos brindou com belas músicas e com suas discussões filosóficas. Essa gente boa e talentosa precisa dividir um pouco do conhecimento e sabedoria para os outros numa ação de doar cultura, sem interesse comercial e financeiro.
Nossos saraus são recheados de músicas boas, inclusive autorais, causos, histórias, estórias, piadas, declamações, apresentações de grandes nomes da literatura e outros debates variados. O professor Itamar, por exemplo, sempre traz assuntos polêmicos. Dessa vez foi uma publicação de um jornal antigo dos anos 80, se não me engano, sobre o guerrilheiro revolucionário Carlos Marighela com seu poema “O País de Uma Nota Só”. Sabemos que ele como estudante de engenharia civil na Ufba respondeu uma prova de física em versos.
Falei de Fernando Sabino que descreveu o jeito mineiro; os dez mandamentos sobre o político; o papel da mulher com o rosário na mão contra o comunismo em Minas Gerais em apoio ao golpe militar; e a ação do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais – o IPES que empurrou o exército para a intervenção militar em 31 de março ou 1º de abril de 1964.
O que mais se ouviu foi o som da viola dos violeiros e uma boa conversa num ambiente de cordialidade, mesmo nos momentos mais acirrados das discussões políticas, filosóficas e antropológicas. O papo rola enquanto se toma um vinho, uma gelada, uma cachacinha e se forra o estômago com algum tira-gosto que ninguém é de ferro para varar a noite sem comer.






















