REVOLTO INFINITO SERENO
De autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário, extraído do seu livro NA ESPERA DA GRAÇA
Um ser cativo tão pequeno,
A mirar o infinito revolto sereno,
De quentes correntes e ventos:
É o mar dos descobrimentos,
Mitológico labirinto,
Esse revolto infinito sereno.
Rios correm invisíveis ativos,
Nesse infinito sacrário;
Nos sentidos anti e horário,
Para outra banda continental,
De jangada, caravela e nau:
Navegaram polinésios nativos,
Bartolomeu, Vasco, Colombo e Cabral.
Nesse revolto infinito sereno,
Do Cabo fervente diabo Bojador,
Da Boa Esperança até a Índia:
Mar mistério, negreiro cemitério,
Infinito sereno de prazer e dor.
Revolto infinito sereno,
Do Pau Brasil que já sumiu;
Rota dos escravos Benin-Ajudá,
Me cure, Senhor, dessa saudade veneno!
Da minha aldeia do lado de lá!