“Quanto mais você cresce, mais você sente sofrimento” – disse Nietzsche em seu livro “Assim Falava Zaratustra”. No capítulo “Da virtude generosa”, Zaratustra deixou seus discípulos na cidade de nome “Vaca Malhada” e falou que queria prosseguir sozinho porque era amigo das caminhadas solitárias.

Antes disso, indagou por que o ouro tinha alcançado o seu mais alto valor. “Por ser raro e inútil, de brilho cintilante e brando. É somente por ser imagem de virtude suprema que o ouro se tornou o valor supremo. A virtude suprema é uma virtude generosa”.

Ao pregar sobre o amor, assinalou que, na verdade, é preciso que esse amor generoso se faça de todos os valores sua presa, “mas eu chamo sadio e sagrado esse egoísmo”.  Ele se referia à ambição da pessoa querer se converter em vítima e oferenda. “Por isso tendes a sede de acumular todas as riquezas em vossas almas”.

Nietzsche falou sobre outro egoísmo, aquele ”demasiado pobre que morre de fome, que quer roubar sempre, o egoísmo dos doentes, o egoísmo doente”.

“Com olhos de ladrão olha tudo o que reluz, com a avidez da fome mede aquele que tem abundantemente do que comer e sempre gira em torno da mesa dos que dão”. Ele perguntou aos discípulos qual coisa parecia pior de todas, e respondeu ser a degenerescência quando falta generosidade à alma.

“Caminhamos para as alturas, ultrapassando a espécie para atingir a espécie superior, temos horror ao sentido degenerado, o sentido que diz: Tudo para mim”. Para o filósofo, o sentido quando voa para o alto, torna-se imagem do nosso corpo, imagem de uma ascensão.

“Assim caminha o corpo, ao longo da história, evoluindo e lutando. E o espírito? Que é ele para o corpo? É arauto, companheiro e eco de suas lutas e vitórias”. Prosseguiu afirmando que todos os nomes do bem e do mal são imagens. Louco é aquele que delas (imagens) quer receber o conhecimento. Recomendou ter atenção a qualquer um dos momentos em que vosso espírito quer falar em imagens. “Ali está a fonte da virtude”.

Ao dirigir-se novamente aos seus discípulos, aconselhou que permanecessem fiéis à terra com todo poder de vossas virtudes. “Que vosso amor generoso e vosso conhecimento estejam a serviço da terra”.

“O espírito, bem como a virtude, tem-se extraviado e enganado assim de mil maneiras até agora em seu voo. Ai! Ainda agora habita em nosso corpo toda essa loucura e esse desvio: Tornaram-se corpo e vontade”

“Lutamos ainda passo a passo com o gigante Acaso e sobre a humanidade inteira reinou até hoje o absurdo, a falta de sentido”. Ensinou que o espírito e a virtude sirvam para o sentido da terra. Deveis ser lutadores e criadores. De acordo com Nietzsche, o corpo se purifica pelo saber e se eleva com as tentativas conscientes. Para aqueles que conhece, todos os instintos se santificam.

Em sua visão, a terra ainda deverá se tornar um lugar de cura. O homem que busca o conhecimento não só deve poder amar seus inimigos, mas também odiar seus amigos.

Ele fala também em festejar com seus discípulos o meio-dia, fazendo uma alusão à vida. “E o grande meio-dia será quando o homem estiver na metade de seu trajeto, entre o animal e o super-homem, se mantiver firme, como sua esperança suprema, e festeja seu caminho para o ocaso, porquanto será o caminho para uma nova manhã”.

O que declina, em sua opinião, se abençoará a si mesmo por estar passando para outra esfera. E o sol de seu conhecimento atingirá o zênite. Para Nietzsche, todos os deuses morreram. Agora queremos que viva o super-homem.