:: 19/jun/2024 . 21:14
EDUCAÇÃO PRECÁRIA, MAIS ATRASO E VIOLÊNCIA NUM PAÍS TÃO RICO E POBRE
Uma mistura indigesta neste Brasil tão rico, tão pobre e desigual. Se os governantes, desde passados remotos, tivessem atentado para a priorização da educação das nossas crianças e jovens, não teríamos tanto atraso e tanta violência, que só no trânsito e em homicídios, mata mais de 150 mil por ano, uma guerra que supera todas as outras no planeta atual.
Enquanto esse Congresso Nacional conservador discute questões do PL do Estupro, privatização das praias, flexibilização das leis ambientais, mais agrotóxicos no campo, armas nas mãos da população, proibição da deleção premiada de presos, normas eleitorais para os políticos se perpetuarem no poder e outros absurdos, lá fora existe uma guerra civil de brasileiros matando brasileiros.
Sobre o meu comentário “Quem alimenta a violência”?, o professor Durval Menezes, em áudio no Grupo do Museu de Kard, acrescentou considerações importantes quanto a fome em nosso país, o terceiro maior produtor de alimentos do mundo com a maior área agricultável e que desperdiça 70% dos produtos. A fome também é uma grande violência contra a dignidade primária do ser humano.
Sobre a violência no trânsito e os homicídios, como bem falou o professor, morre menos gente nos conflitos entre Israel/Palestina (30 a 40 mil), Rússia e Ucrânia do que no Brasil, levando em conta somente essas duas áreas citadas (trânsito e homicídios). Temos ainda a violência de gêneros contra mulheres, homossexuais, LGBTs e estupros.
Não dá para conceber que 30 ou 40 milhões passam fome e metade da população de mais de 200 milhões de habitantes vive em favelas, barracos e periferias sem saneamento básico. Volto a indagar: Que Brasil é esse, tão rico e tão desigual? É uma questão histórica de séculos.
Essa situação vem desde os tempos coloniais, passando pelo império e a república que se tornou coisa deles da oligarquia capitalista selvagem e não nossa. O Brasil atravessou levantes, rebeliões, conjurações, ditaduras e redemocratizações, com ciclos de altos e baixos no crescimento econômico acumulativo sempre nas mãos de poucos. Esse quadro da desigualdade do sobe e desce continua profundo e vergonhoso perante o mundo.
O professor falou também da violência no trânsito e o alto número de homicídios, incluindo aí a guerra entre traficantes, milicianos e a polícia. De acordo com pesquisa do Atlas da Violência, não é concebível que a Bahia seja o estado com maior violência, destacando pela ordem cinco cidades do interior, como Santo Antônio de Jesus, Jequié, Simões Filho, Camaçari, Simões Filho e Juazeiro. Salvador está na nova posição e Feira de Santana é a décima mais violenta do país.
Neste cenário devastador da violência estão envolvidos políticos bandidos e corruptos como chefes de organizações criminosas que comandam o tráfico, o aliciamento, o suborno e as matanças daqueles que atravessam seus caminhos e fazem parte do poder através de eleições viciadas onde o eleitor ignorante e pobre de espirito é apenas um instrumento de suas manobras e manipulações.
Na educação somos uma vergonha nos índices de aproveitamento mundial, como agora ficou atestado no aspecto da criatividade dos jovens estudantes. Somos ainda um gigante adormecido pela própria natureza. Costa Rica, Colômbia, Chile, Uruguai e a própria Argentina, nossos hermanos, com todas suas crises, nos supera na educação e na cultura.
Dentre mais de 60 países, estamos entre o 44º em criatividade, e pior ainda em matemática. Singapura, Coréia do Sul e Canadá tiveram as melhores pontuações e se desenvolveram através da educação, mas aos políticos e governantes retrógrados e egoístas do Brasil, o que interessa é ter o povo aos seus pés, votando em todas eleições por favor e dinheiro.
Estamos agora nas festas juninas gordas das eleições onde os prefeitos e o poder público em geral soltam milhões de reais superfaturados para bandas e cantores de ritmos alienantes e assassinos das nossas tradições, trocando o Gonzagão pelo Safadão.
No entanto, para enganar os bestas e idiotas, passam o ano alegando não ter recursos suficientes para melhorar a educação, a nossa cultura e a saúde. Como explicar esse paradoxo? São os próprios poderosos que mais alimentam a violência.
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