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:: 13/mar/2024 . 23:02

A SABEDORIA POPULAR DOS DITADOS

Os ditados populares, na sua grande maioria, são de autores anônimos, muitos dos quais de grande valia e certeiros. Outros são polêmicos, contestáveis e controversos. Alguns estão defasados, inadequados para a época e são considerados preconceituosos. Nem são mais usados nos tempos modernos. Suas origens são duvidosas, por mais que os historiadores tenham suas explicações.

No entanto, eles representam o saber e o conhecimento dos mais velhos. É um amontoado de culturas da oralidade. Tem aqueles que os caminhoneiros usam com propriedade no fundo das carrocerias e gente que coloca em seus veículos e imóveis por conta própria, como “Foi Deus quem me deu” ou “Deus é fiel”.

Na realidade, todos deveriam ser objetos de estudos dos acadêmicos, porque, no fundo, são filosóficos e expressões culturais do nosso povo. Tem pensamentos para todos os gostos.   Só não me venham como essa de que “a voz do povo é a voz de Deus”. Ridículo e de pessoa sem muita noção do nosso país, sem educação, consciência política e cultura. Não façam isso com seu Deus. Não coloquem a culpa das mazelas Nele. Por exemplo, Deus manda alguém votar errado?

Escarafunchando meus alfarrábios, encontrei alguns ditados e resolvi citá-los para criar uma discussão. Quem tiver os seus que os apresente. O interessante é que cada um tem a sua interpretação e garantem um bom papo numa mesa de bar ou numa roda de conversa, como no sarau. Alguns são até engraçados. Outros considerados politicamente incorretos e até censurados pelos imbecis de carteirinha.

Vamos deixar de papo furado e navegar pelos ditados. O primeiro já é uma pancada, como “Briga de marido e mulher não se mete a colher”. Pela violência contra o sexo feminino, não é mais aceito. A recomendação é que deve se meter sim. O certo hoje seria “Briga de marido e mulher se mete a colher.

– “Touro no terreno alheio é vaca”. Não sei de onde vem esse.

– “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. Em minha opinião, acho uma verdade.

– “Amor é como pirulito, começa doce e acaba no palito”. Coisa que dá muito pano para manga.

– “Boca fechada não entra mosca”. É para quem fala demais e diz besteiras, mas não se pode ficar o tempo todo em silêncio. Melhor seria, pense muito antes de falar.

– “Falar é fácil, fazer é difícil”. É uma verdade que serve para os políticos e governantes safados.

– “Tamanho não é documento”. É relativo se for considerar tamanho no sentido de poder. Depende de qual seja o tamanho a que está se referindo.

– “Cão que muito late, não morde”. Cuidado com o cão. Não confie muito nisso.

– “A melhor resposta é aquela que não se dá”. Nem sempre funciona assim. Uma ofensa ou uma idiotice não deve ficar sem resposta.

– “Depois da tempestade vem a bonança”. É um pensar filosófico que dá certo. É só ter esperança, fé e paciência para esperar. Caso de persistência e força de vontade.

– “Quem não sabe rezar xinga a Deus”. Os nossos pais, avós e bisavós já diziam isso.

– “Pão comido não é lembrado”. Isso serve para os ingratos que temos hoje aos montes. Fazemos um favor e recebemos coice.

– “Uma mão lavada, lava a outra”. Tem sentido e pode ser interpretado de várias formas.

– “Periquito que fala muito caga no ninho”. Acontece muito por aí no mundo político e até futebolístico.

– “O pau que nasce torto, morre torto”. Nem sempre. Existe recuperação, mas raras. Todo ser humano tem capacidade de mudar, basta querer.

– “Antes tarde do que nunca”. Acho correto, especialmente quando temos que consertar nossos erros.

– “A esperança é a última que morre”. Quase todos guardam essa em relação ao futuro do nosso Brasil.

– “Quanto mais alto, maior o tombo. Essa me lembra de David e Golias.

– “Quem dar aos pobres, empresta a Deus”. Não acredito muito nisso e me faz lembra das doações e do Bolsa Família que nunca vão mudar o nível social e econômico das pessoas.

– Quem muito dar, acaba pedindo”. Uma lição para o ditado anterior.

– “Quem dar o que tem a pedir vem”. Parecido com o último ditado.

– “Quem empresta não presta”. Isso é útil no momento que se empresta um livro da sua biblioteca. É aquela dor de cabeça para reaver seu livro.

– “Apanhe quantas mulheres quiser, mas mantenha a sua à direita”.  Essa é machista e não aconselho ficar repetindo por aí.

– “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Essa frase todos sabem e dizem ter saído da boca de Cristo quando foi questionado sobre os impostos cobrados pelos romanos.

– “Quem rir por último, rir melhor”. Muito usado por aí, inclusive nas discussões sobre futebol ou numa disputa qualquer.

– “Antes um pássaro na mão que dois voando”. Os avarentos e ambiciosos não acreditam e terminam quebrando a cara.

– “Muito vento é sinal de pouca chuva”. Meu pai já dizia isso, mas com essas mudanças climáticas provocadas pelo ser humano, não dá para confiar. E os imprevistos da natureza? –

– “Mais vale um peito na mão que dois no sutiã”. Temeroso falar isso. Pode ser linchado e processado como machista. Ai, “boca fechada não entra mosca”.

– “Quem tem medo de cagar não come”. Quem vai ficar sem comer?

– “Quem não chora não mama”. Têm vários sentidos, mas prefiro aquela em referência a pechinchar na feira ou na compra de um produto, uma negociação qualquer. O negócio é ser persistente no seu pedido.

– “Mais vale um certo que dois duvidosos”. É filosófico e vale refletir nisso.

– Quem com ferro fere com ferro será ferido. Essa é clássica. Tudo que se faz aqui contra o outro, se paga aqui mesmo na terra.

Para não ficar muito longo, nas próximas temos muito mais para polemizar, contestar, concordar e até meditar com os ditados populares e anônimos do nosso dia a dia, se bem que atualmente caíram em desuso.





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