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UM CAOS NA AVENIDA INTEGRAÇÃO

Transitar pela Avenida Integração (antiga BR-116 – Presidente Dutra) é um tormento para os motoristas, e exige muita atenção e paciência. Da Rodoviária até o alto da Serra do Periperi você tem que enfrentar as pragas dos quebra-molas e os inúmeros semáforos. Quando se chega nas imediações do Bairro Brasil, entre as zonas oeste e leste, no comércio propriamente dito das casas de peças de automóveis, tudo vira um inferno para se dirigir.

Sem fiscalização para disciplinar o trânsito e multar os infratores, motoristas estacionam seus veículos, inclusive grandes e pequenos, praticamente no meio da pista em sentido duplo e ligam os alertas, como se isso dessem a eles o direito de parar sem serem penalizados. Quando se chega no miolo da avenida, aí embola tudo, e quem está transitando é obrigado a desviar, correndo o risco de provocar um acidente.

Sinceramente, a Avenida Integração virou uma bagunça, e cada um faz o que bem entende para preservar seu egoísmo e individualidade de estacionar em frente da loja que ele vai comprar uma peça, ou fazer algum conserto no carro. Além desse caos, existem os pedestres, bicicleta e até carretas que fazem complicar mais ainda o trânsito, especialmente nas horas de pico. Por tudo isso, essa artéria tem sido alvo de muito acidentes, inclusive com mortes.

A Secretaria de Mobilidade Urbana precisa tomar uma providência para melhorar o fluxo de veículos na Avenida Integração, multar os infratores, tirar os quebra-molas, colocar radares em sua extensão, pintar as faixas de pedestres e até impedir a passagem de carretas, tendo em vista que já existe o Anel Viário para isso. Nesta semana, por exemplo, um caminhão parado no fundo dos carros pequenos tomou toda pista, criando um tumulto infernal.

Nas Avenidas Juracy Magalhães e a Brumado também ocorrem quase que a mesma coisa. Muita gente acha de estacionar no meio das referidas pistas para resolver algum problema nas casas comerciais, e os motoristas que seguem na direita que se danem para desviar dos carros. O comodismo impede que o cidadão pare seu veículo numa transversal de rua e ande uns 30 ou 50 metros até o seu local desejado.

Em todos esses lugares está faltando mais fiscalização dos agentes de trânsito para multar esses imbecis preguiçosos que só pensam neles e não respeitam o direito dos outros. É difícil entender como o cara para quase que no meio de uma pista de rolamento impedindo a livre passagem dos outros. Infelizmente, na Bahia e no Brasil como um todo, a coisa só funciona na base do rigor e da punição porque quase ninguém obedece as leis.

Outra coisa na via urbana de Vitória da Conquista que inferniza os motoristas são os quebra-molas, elevatórios antiquados que só servem para provocar danos nos carros. Não é um quebra-mola que faz evitar um acidente. O que impede de acontecer um acidente é a prudência do condutor. É só seguir as sinalizações, tanto horizontais como verticais. Conquista virou a capital dos quebra-molas, e cada vez chegando mais quando se abre uma rua ou avenida.

A Prefeitura Municipal precisa acabar com esses monstrengos anacrônicos, e a Câmara de Vereadores deixar de aprovar a construção desses elevados de cimento e ferro pela cidade. Ninguém está aguentando mais esse tal de subir e descer que irrita e enerva qualquer motorista, principalmente os visitantes.

Centenas deles são colocados em locais impróprios, em subidas e descidas, que arrebentam qualquer pessoa desavisada, sem contar os prejuízos que o dono tem de arcar nas oficinas. Um deles mesmo está bem lá postado numa descida da Avenida Bartolomeu de Gusmão, próximo do cruzamento com o Hospital Samur. É só um exemplo. Existem outros assim.

Quem gosta de quebra-mola é justamente dono de oficina mecânica. Será que não basta a escorcha nos preços de combustíveis praticados pelos proprietários de postos em Vitória da Conquista, que tem a gasolina mais cara da Bahia? Estamos, então, na capital dos quebra-molas e do combustível mais careiro. Esses títulos não nos orgulham em nada. Muito pelo contrário.

A SIMPLICIDADE DAS CAPELAS

As capelas com todas suas simplicidades, diferentes das ostentações das catedrais, retratam o modesto e sincero sertanejo, o homem do campo, como a da imagem fotográfica do jornalista e escritor Jeremias Macário, captada num povoado entre São José de Jacuípe e Várzea da Roça. Nela está a comadre e o compadre, e todos se conhecem em oração, no mesmo sentido de pedir bonança e chuva para molhar o solo que seca com a estiagem. Lá está a rezadeira para puxar o terço, o Pai Nosso e a Ave Maria e, seu vigário, quando aparece, a todos abraça com distinção e apreço. Nas catedrais imperam os estilos grandiosos, painéis e interiores banhados a ouro, com seus bispos, papas e cardeais. O senhor do poder, que só quer se aparecer para a mídia, participa das solenidades para angariar votos e dizer que é católico. Por isso, como sertanejo-catingueiro, admiro muito mais as capelas porque elas espelham a honestidade, a solidariedade e o humano. As capelas me encantam porque nelas existe o encantamento da fé.

QUANDO E O AGORA

Uma nova versão corrigida e lapidada pelo autor Jeremias Macário

Quando vim ao mundo bebê,

No caldeirão fervente cultural,

Do conhecimento e do saber,

Cada escritor, poeta e jornal,

Eram como torcida de futebol,

Pelas noites etílicas ao pôr-do sol,

Nas praças, esquinas e botequins,

De livro na mão aprendendo a lição.

 

Lá fora cartazes e faixas gigantes,

Os jovens enfrentavam a censura,

Com o livre amor, todos vibrantes,

Marchavam contra a tirana ditadura.

 

O agora rotula a nova geração,

Como embalagem fora do produto,

Entre painéis, construção e viaduto,

Os milhões contam seus seguidores,

No youtuber, twiter, face e zap-zap,

Entre códigos pq, mt, mentes cores,

Troca o ser pelo consumo do ter,

No lixo joga a nossa memória,

Rosna a língua e nada de história,

E ainda acha você um careta que ler.

 

Quando o sábio visita o agora,

Sente o vazio no sentido do existir,

Um humano sem essência de elixir,

Como uma planta que não flora.

 

“O ÓPIO DO POVO”

Carlos González – jornalista

“O futebol é o ópio do povo”, frase atribuída ao jornalista, dramaturgo e torcedor fanático do Fluminense Nélson Rodrigues (1912-1980), adaptada da máxima “a religião é o ópio do povo”, de autoria do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), idealizador da doutrina comunista, está associada aos regimes totalitários e aos governantes que adotam a velha política do “pão e circo”. Extraída da papoula, a droga era usada, a partir do século XIX, pelas populações famintas da Ásia e do Leste Europeu como antidepressivo, com a capacidade de causar um efeito sedativo. Nos tempos modernos, o entorpecente de origem vegetal foi substituído pelo esporte, mais precisamente pelo mais popular deles, o futebol. A indesejada Copa América, em disputa no Brasil, está sendo usada por um presidente – que se diz palmeirense, mas posa com a camisa do rival Corinthians, – para tentar frear sua queda de popularidade, em função da situação caótica em que vive o país.

Recusada pela Colômbia, que convive com uma crise social, e pela Argentina, sem controle da pandemia, a Copa América foi prontamente aceita pelo genocida, que viu no torneio uma forma de armar o “circo” para aquela camada da população desempregada, ameaçada pelo vírus, sufocada pela alta da inflação e sem condições de se alimentar. Não adiantaram os protestos dos cidadãos conscientes, inclusive cientistas, e dos profissionais de saúde que cuidam dos infectados pelo coronavírus.

As confederações de futebol da América do Sul (Conmebol) e do Brasil (CBF) só visavam os milhões dos patrocinadores (Ambev e Mastercard retiraram o apoio financeiro); os jogadores brasileiros divulgaram um irrelevante comunicado onde juravam que o amor pela seleção era maior que tudo. Maior, evidentemente, do que o sofrimento dos familiares das mais de 530 mil vítimas da Covid-19. A maioria dos governadores se negou a receber os jogos, que estão sendo disputados apenas nos estádios de Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio (Maracanã e Engenhão).

O homofóbico (a Justiça do Rio quer saber por que a camisa nº 24 da seleção foi “cassada”) presidente imaginou que a Copa iria afagar seu devoto Sílvio Santos, dono do SBT, emissora que adquiriu os direitos de transmissão dos jogos, e criar picuinha com a Globo. A temporada circense não teve o êxito esperado. Sem público nas arquibancadas e um futebol violento e de péssima qualidade técnica, as seleções sul-americanas não empolgaram o torcedor, nem mesmo a brasileira, em franca decadência depois dos 7 a 1 aplicados pela Alemanha na Copa do Mundo de 2014, e no êxodo de jogadores para Europa e Ásia.

Os índices de audiência do SBT têm sido bem abaixo dos apresentados pela Eurocopa, transmitida pelo canal Sportv. A CBF até que procurou dar uma ajuda, transferindo partidas do Brasileirão para às 11 horas, e tirando um Fla-Flu do Maracanã – quem poderia imaginar – para o estádio do Corinthians.

“Pra frente Brasil”

Nessa Copa América envergonhada, Bolsonaro imaginou também que poderia desviar a atenção do país para os escândalos do seu governo, como se o brasileiro fosse o mesmo alienado dos anos de chumbo (1969 a 1974), o mais sanguinário da ditadura militar (1964-1985). O rigor da censura aos meios de comunicação impedia que o povo tomasse conhecimento das sessões de tortura e das mortes nos porões da ditadura, enquanto o presidente Garrastazu Médici (1905-1985) assumia o posto de torcedor número 1 da seleção, com direito a intervir na comissão técnica e na convocação dos jogadores, campeões mundiais de 70, no México. A marchinha “Pra frente Brasil” se transformou numa espécie de hino do regime autoritário.

A vitória alcançada pelos comandados de Zagalo estimulou Médici a continuar a se valer do futebol com finalidade política partidária. O AI-2, assinado em 1965 pelo marechal Costa Silva, criou o bipartidarismo, a fim de dar a impressão no exterior de que o Brasil respirava democracia. Após cassações de políticos que faziam oposição ao regime foram criados a Arena, o braço da ditadura no Poder Legislativo,  e o MDB, uma espécie de coadjuvante da comédia. Para fortalecer a Arena no interior do Brasil, Médici começou intervindo na CBF, colocando o almirante Heleno Nunes na presidência da entidade, com a orientação de aumentar o número de participantes do Campeonato Brasileiro, chegando a marca recorde de 94, sendo 30 do Nordeste, região que era representada apenas pelo Bahia. Daí surgiu o slogan: “Onde a Arena vai mal, um clube no Nacional”.

Ambicioso em suas pretensões, o Partido dos Trabalhadores (PT), que governou o Brasil de 1º de janeiro de 2003 a 31 de agosto de 2016, se candidatou, por iniciativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a promover os dois mais importantes eventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, no intervalo de dois anos, contrariando a opinião dos economistas e de uma considerável parte da população, sob o argumento de que o país tinha outras prioridades no âmbito social.

Vaidoso e no auge da popularidade, Lula pretendia que o Brasil exercesse maior influência no concerto das nações, ou talvez sonhasse com vida longa para o petismo na chefia do poder. A indicação para a Copa de 2014 foi tranquila, diante das desistências de Argentina e Colômbia. A FIFA exige oito cidades-sede, mas Lula conseguiu ampliar para 12, cujas arenas, entre reforma e construção superfaturadas, minaram os cofres das estatais e do Executivo.

No primeiro dia de 2011 Lula passou a faixa presidencial para sua ex-ministra Dilma Rousseff, que ficou encarregada de montar toda a estrutura para realização da Copa. Com as obras atrasadas, que provocaram a reação da FIFA, ameaçando levar o torneio para outro país, a presidente não agiu para impedir os escândalos financeiros em seu governo, envolvendo ministros, diretores da Petrobras e empreiteiras. A campanha de “Não vai ter Copa” ganhou as ruas. Na abertura do torneio, em 12 de junho de 1914, Dilma foi recebida no Maracanã sob vaias e xingamentos.

A candidatura do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 trocou o noticiário esportivo pelo policial. No dia 2 de setembro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, autoridades governamentais e esportistas comemoraram a indicação da capital fluminense. Um ano depois da realização do evento, o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, preso por desvio de dinheiro público e condenado, confessou que seu governo, naquela reunião de setembro de 2009, comprou os votos de nove delegados africanos por 2 milhões de dólares. O intermediário da negociata foi Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, que chegou a passar 15 dias numa prisão, além de perder o cargo que ocupava há 22 anos. O suborno foi o método usado para afastar a cidade de Madri da disputa.

Muitos dos estádios construídos para a Copa do Mundo e os equipamentos para os Jogos Olímpicos estão hoje sem serventia, passando por um processo de deterioração. O legado financeiro negativo deixado por esses dois megaeventos não foi questionado nem pelo Ministério Público Federal nem pelo Tribunal de Contas da União.

 

 

 

A ESCOLHA DE VACINAS E AS RACHADINHAS

Misture as rachadinhas (a família rachadinhas) com atraso e negociações superfaturadas nas compras de vacinas, xingamentos a jornalistas, negação da ciência, destruição do meio ambiente, atitudes homofóbicas e racistas, incentivo ao armamento da população, apoio a uma intervenção militar e desprezo pelos mais pobres, e tudo isso resultará num prato indigesto de prevaricação, improbidade administrativa, descompostura, corrupção e crimes de lesa-humanidade, mais que suficientes para um impeachment.

É esse o boletim de ocorrência de um capitão-presidente que está na lista entre os que mais odeiam a mídia no mundo, e a trata jornalistas com desprezo, agressividade, ameaças e palavrões, principalmente quando o profissional é uma mulher. O povo está indo às ruas para pedir o seu afastamento, mas o Congresso Nacional, comandado por um punhado de deputados do “Centrão”, se cala, traindo a pátria que ele diz que é amada, mas maltrata seus filhos.

Disse outras vezes e repito novamente, que em toda a minha vida nunca vi tanto caos junto em meu país, onde a metade dos jovens, se tivesse condições, gostaria de deixar a sua terra natal. O voto de raiva contra um partido e seu dono fez tudo isso, quando se tinha outras opções. Será que valeu a pena tanto ódio e intolerância?  Sobraram os arrependidos e os da extrema-direita fascista que insiste em seguir um desequilibrado que se acha blindado de todas as acusações.

Mesmo com toda essa folha corrida, o capitão-presidente que, a essa altura já conseguiu ser o prior da história do Brasil, em todos os aspectos, vai terminar o seu mandado e ainda se lançar à reeleição, com o risco de termos mais quatro anos para ele complementar sua saga de destruição.

Infelizmente temos uma massa inculta e manipulável por fake news e boatos, ao ponto de em meio a toda essa crise pandêmica, com cerca de 530 mil mortes, agora inventar de escolher qual vacina tomar, como se fosse uma marca de cerveja num bar, ou numa prateleira de supermercado.

Esses indivíduos truculentos e trogloditas, certamente seguidores do seu chefe, mas incoerentes, ainda aparecem aos pontos de vacinação para xingar e agredir os técnicos de enfermagem que lá estão fazendo o seu trabalho de imunização. Puni-los, sem direito à vacina não é o mais correto porque esses nocivos elementos podem tirar vidas através da contaminação de outras pessoas.

No entanto, se fosse um país sério, o panaca que quer escolher qual vacina tomar e desacata o profissional, pelo menos deveria ser preso, e só sair da cadeia quando decidisse aceitar a dose disponível. Se a pandemia é comparável a uma guerra, quem assim age não tem nenhum direito à liberdade de se comportar dessa maneira, porque ele está cometendo um atentado contra a pátria e seu semelhante.

 

A EVOLUÇÃO DO FUTEBOL EUROPEU E A DECADÊNCIA DO SUL AMERICANO

É como diferença da água para o vinho assistir a Copa América e depois ligar na Euro Copa. Um com seu futebol amarrado, truncado, de bolas voadoras, cabeçadas e pancadas dos dois lados, com capoeiras e porradas. No outro, a bola roda redonda, desliza rasteiro no gramado milimetricamente de pé em pé, com chutes certeiros de fora da área.

Um é feio, e o outro dá gosto de se ver, com uma técnica mais refinada e evoluída. Na seleção do Brasil, que está disputando a Copa América, de craque mesmo só tem o Neymar e, mesmo assim, indisciplinado e que ainda tem a mania de cair muito em campo. O restante dos jogadores são medianos se comparados com a seleção de 1970 ou 1982. Não dá nem para se fazer uma comparação.

Tem um ditado que diz que “em terra de cego, quem tem um olho é rei”. É o caso do técnico Tite que enfrenta as seleções do Paraguai, Equador, Peru, Bolívia, Venezuela, Colômbia e até mesmo Uruguai, Argentina e Chile que já tiveram um bom futebol em tempos passados, quando eram fortes adversários.

Agora a equipe do Brasil passa por todos e, em algumas partidas, ainda com dificuldade. Pela mídia esportiva, o Tite é só elogios, e os torcedores ficam todos empolgados, achando que a nossa seleção é imbatível, e que só tem craques em campo. Com essa decadência, seria até um absurdo o Brasil não se classificar para a Copa de 2022 e não ser campeão da Copa América.

Com esse futebol pobre e decadente, que não se evoluiu no tempo, o nosso país mais uma vez vai cair para uma seleção europeia na próxima Copa, como aconteceu há três anos na Rússia. O Tite continua com aquele mesmo modelo enfadonho de passinhos pra lá e pra cá, com atacantes querendo fazer gol debaixo da trave.

O nosso futebol só tem descido ladeira abaixo nos últimos anos, e o Campeonato Brasileiro está aí como prova disso, de baixo nível. Os grandes times, como Grêmio, São Paulo, Santos, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Internacional e até o próprio Palmeiras só têm decepcionado suas torcidas. Por que os times que sempre foram considerados de menores estão sobressaindo no campeonato?

Tudo isso só pode ser resultado de uma má gestão dos clubes que devem bilhões de impostos, taxas, jogadores e aos seus fornecedores. Qual time não deve hoje no Brasil? Muitos deles estão com suas finanças em frangalhos. Os atletas de melhor nível foram e estão indo para o exterior, e muitos até se naturalizam no país que joga. Gostaria de saber onde está todo esse dinheiro da venda de jogadores? Rola uma tremenda grana nas negociações, que termina ficando entre os cartolas.

Com essa mentalidade atrasada de se trocar de técnico como se troca de camisa, com um futebol que não muda e não se evolui nunca, o cara só é convocado para a seleção brasileira se for jogar lá fora, sem contar os trambiques que existem na Confederação Brasileira de Futebol, com corrupções as mais diversas e até denúncias de assédios moral e sexual.

Na Europa são técnicos mais preparados que deram outro nível ao futebol, sem muitas firulas, mas com um jogo matemático, estudado e até de preparo físico melhor. Não um futebol de bola voadora, mas que cola no gramado, com passes precisos. Até quando vamos ficar nessa de que o nosso futebol tem suingue e jinga? Tudo isso tem dado algum resultado positivo?

“REMANSO-UMA COMUNIDADE MÁGICO-RELIGIOSA” (II)

“A CONSCIÊNCIA MINERAL DA MAGIA”

“O diamante chama o seu dono através de luz e som: o garimpeiro ouve batidas nas picarras e vê a luz correr a serra”. … O diamante é visto como ser encantado”…

A obra dos acadêmicos Ronaldo Senna e Itamar Aguiar é dividido em seis  capítulos: A Consciência Mineral da Magia, Garimpagem do Diamante de Minis Gerais à Bahia, Garimpagem e a Cultura Diamantina na Bahia, O Jarê, o Garimpeiro e os Diamantes em Lençóis, Comunidade de Remanso e Marimbus, Joia Viva da Natureza.

Em “A Consciência Mineral da Magia”, os professores colocam o homem garimpeiro como um deslumbrado pela magia do diamante, com sua cultura e ritos que procura sair das trevas para se encontrar com a luz que é a pedra preciosa, a qual irá transformá-lo. Falam da dualidade benefício/malefício.

“O diamante em seu estado bruto, natural, puro, tende, normalmente, a ser visto como portador maior do encantamento – nas suas mais diversas manifestações – que aquele que já se encontra lapidado, com mais equilíbrio e brilho”.

“O homem é um ser que se criou a si mesmo ao criar a linguagem” (Paz, 1990,p. 34) … O homem constrói sua própria natureza…( Berger, 2001, p 72).  Nesse capítulo, os autores destacam que “a sacralidade faz o homem sair do seu casulo, interagir com a sobrenatureza necessária e responder as perguntas mais exultantes que a si mesmo sempre fez: Quem sou eu, de onde vim e por que estou aqui”?

“Não há luz sem trevas, enquanto o inverso não é verdadeiro”… (Durand, 1989, p, 49). Quanto a esse enunciado, os escritores ressaltam que tanto o conhecimento como a sabedoria, são vistos comumente como a luz que se projeta sobre as trevas; A luz do conhecimento e do saber que aclara e realça os elementos das trevas e da ignorância”.

Ronaldo e Itamar fazem uma descrição do poder do mito, do encantamento da pedra que encanta o homem. Reza a mitologia, que cada pedra preciosa tem o seu dono único. Ele, o homem, crê nessa magia e, por isso, muitos garimpeiros recorrem ao Jarê, ao orixá que vai lhe conduzir, lhe orientar para que o diamante seja só seu.

Os escritores de Remanso, antes de falar diretamente sobre a comunidade afro-brasileira, e não propriamente quilombola como muitos a consideram, descrevem sobre o poder do diamante que risca e corta. “Sim: Aquilo que risca e corta possui, em sua natureza, o poder de escolha do objeto ou do outro (daquele) a ser atingido”.

“…O mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e interpretada através de perspectivas múltiplas e complementares”. ( Eliade, 1972, p, 11). Sobre o encanto do diamante, os acadêmicos citam a crença que concebe a união espiritual do diamante com os astros. “Para cada estrela no céu existe um diamante na terra e, nenhum garimpeiro conseguirá apanhá-lo se a força de seus astros não permitirem o bambúrrio”…

Na história do imaginário, Ronaldo e Itamar lembram frases populares como, um é pouco, dois é bom e três é demais. Cavalo ganhou uma vez, sorte; duas, coincidências; cavalo ganhou três vezes: Aposte no cavalo – dito chinês. De acordo com um velho garimpeiro, o diamante tem três “Ds” – diamante, dia e dono. Os autores relatam sobre a chegada das dragas quando, então, os garimpeiros perdem suas obrigações rituais, perdem a magia e deixam de procurar o Curador Jarê.

 

OS EFEITOS DA PANDEMIA

As imagens captadas pelas lentes do jornalista e escritor Jeremias Macário, em sua viagem de Vitória da Conquista a Juazeiro, na Bahia, demonstram muito bem os efeitos da pandemia nos setores de bares e restaurantes nas estradas, com o fechamento de muitos estabelecimentos, inclusive de postos de combustíveis, oficinas e borracharias.  Muitos desses locais onde fazia paradas em minhas andanças, como o da foto na BR-242, entre os acessos de Andaraí e Rui Barbosa, na Chapada Diamantina, foram abandonados. Viraram pontos fantasmas. Observei muitos comércios de pequeno porte que encerraram suas atividades como resultado da primeira onda da Covid-19. Esses micros negócios não tiveram o suporte financeiro dos governantes e foram obrigados a fechar suas portas. Só os maiores resistiram, mesmo assim tiveram seus movimentos reduzidos e, somente agora, estão tentando se recuperar, com muito sacrifício. Claro que a vida deve estar acima da economia, mas a ausência do Estado nessa crise de “guerra epidêmica” provocou o desemprego de milhares de famílias pelo Brasil a fora, aumentando mais ainda a pobreza e gerando fome. São os efeitos da pandemia, difíceis de serem anulados. O estrago foi grande.

QUANDO E O AGORA

Poema inédito do jornalista e escritor Jeremias Macário

Quando a cultura nascia com o bebê,

Sedento de conhecimento e saber,

Era discutida como torcida de futebol,

Pelas noites etílicas e pela luz do sol,

Nas praças, botequins e restaurantes,

Livros nas mãos aprendendo a lição.

 

Lá fora cartazes e faixas gigantes,

Os jovens enfrentavam a censura,

Com o livre amor, todos vibrantes,

Marchavam contra a tirana ditadura.

 

A nova geração do aqui e agora,

Perde todo tempo, e nem faz a hora,

No youtuber, twiter, face e zap-zap,

Entre códigos pq, mt e vap-vap,

Troca o ser pelo capital do ter,

Joga no lixo toda nossa memória,

Mata a língua mãe e nada de história,

Nem se importa com Sofia e política,

Não sabe o que é lógica e crítica,

E acha você um careta que ler.

 





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