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:: 6/abr/2017 . 8:33

COMO FICA O SONHADO REINO DO FUTURO?

O foro privilegiado vai continuar por muito tempo, os parlamentares irão reinar através da moita da lista fechada dos partidos picaretas, candidato a governador, se perder, pode ficar como deputado, as mordomias e privilégios do Congresso Nacional, das 27 assembleias legislativas e das 5.560 câmaras de vereadores não serão extintos, os supersalários da Hidra de três cabeças vão permanecer na engorda, o Fundo da “Derrocracia” receberá mais de dois bilhões de reais, os propineiros do caixa 2 eleitoral serão perdoados, a Operação Lava Jato vai para o espaço, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) embromar e não julgar a chapa Dilma-Temer, tudo pelo bem do sonhado reino do futuro que já tentou ser encantado.

Gostaria de saber quem é a ardilosa serpente que levou Adão e Eva à tentação no paraíso, levando todos depois para o Inferno de Dante Alighieri? O sistema, o capitalismo, a luxúria, a ganância, a gula, a vaidade? Bem, são tantos delatores e suspeitos! Vamos intimar a serpente? Se Deus enviasse hoje seu anjo à cidade sodomita do Planalto será que encontraria uns cinco do bem para serem retirados de lá antes que o Supremo mandasse arrasar tudo, não deixando pedra sobre pedra? Não esquente a cabeça, não se aperrei e não tema essas projeções dantescas porque, no final, todos viverão felizes para sempre no sonhado reino do futuro.

Inferno ou paraíso dos sonhadores, o quê sobra para o eleitor otário brasileiro que, como eles, caiu no antro da prostituição? Votar nulo nas próximas eleições de 2018, fazer no dia greve geral ao voto e não comparecer às urnas, protestar e levantar revolução, montar barricadas, aterrorizar ou votar como cordeirinho engomado, fazendo pose de cidadão de primeira classe que cumpre seu sagrado dever cívico? Pode até se regenerar!

Calma gente, não se apoquente com isso, todos vão ter rede social de montão para tuitar e zapear à vontade, fazer maldades, xingar uns aos outros, falar mal, ser intolerante, amaldiçoar o mau e o feio achando que só ele é o bom e o bonito, e ainda mentir como quiser no sonhado reino do futuro! Tudo isso não é bom demais! Muitos vão poder comprar um carrinho à prestação, ir ao parque e ao show do seu ídolo do axé, sertanejo ou arrocha, frequentar um bar ou restaurante para beliscar e tomar sua bebida, passear no shopping para apreciar as lindezas das vitrines, tomar um sorvete e ainda curtir um churrasco com os amigos no quintal ou na laje do seu puxadinho!

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PROFESSOR ADROALDO, 100 ANOS

Carlos Albán González – jornalista 

“Adroaldo? Quem foi Adroaldo?” A pergunta foi feita na Governadoria, em Salvador, a um dos membros da comissão organizadora das comemorações pela passagem do centenário de nascimento de Adroaldo Ribeiro Costa, que ocorrerá no dia 13 de abril. Como outros vultos importantes da Bahia, o Professor Adroaldo, como era chamado, pertence a um passado, que, infelizmente, não é preservado. As lembranças e a obra daquele que foi um dos grandes educadores brasileiros vêm sendo mantidas por um grupo de “jovens”, todos com mais de 60 anos, seus ex-alunos na Hora da Criança.

Jornalista, advogado, teatrólogo, professor, escritor e compositor, Adroaldo foi, mais do que tudo, um educador, que deveria ter um lugar reservado junto a Darcy Ribeiro (1922-1997), Anísio Teixeira (1900-1971), Florestan Fernandes (1920-1995), Paulo Freire (1921-1997), Maria Nilde Mascellani (1931-1999), Cristovam Buarque, Miguel Arroyo e Jaqueline Moll.

A primeira grande contribuição de Adroaldo para a educação infantil foi o lançamento de um programa de rádio. A “Hora Criança”, criada em 25 de julho de 1943, deu seus primeiros passos no auditório da Rádio Sociedade da Bahia, localizado no Passeio Público, antes de se transferir para a Rua Carlos Gomes, onde hoje funciona a Caixa Cultural, em Salvador. Quatro anos mais tarde ele se tornaria o pioneiro do teatro infantil no Brasil, encenando, em 22 de dezembro de 1947, no Teatro Guarani (atualmente Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, na Praça Castro Alves), a opereta “Narizinho”, adaptada da obra do escritor paulista Monteiro Lobato.

Adroaldo Ribeiro Costa nasceu em Salvador, no dia 13 de abril de 1917. Sua infância e parte da mocidade foram passados em Santo Amaro da Purificação, onde cursou o primário e o ginasial. No intervalo das aulas desenvolvia atividades literárias, artísticas e esportivas, e colaborava com as publicações dos grêmios estudantis. A cidade lhe concedeu em 1983 o título de Cidadão Santo-amarense. Voltando à capital, Adroaldo ingressou na Faculdade de Direito da UFBª, atendendo a um desejo paterno. Diplomado, nunca chegou a exercer a advocacia. Sua vocação era para o magistério. Lecionou Língua Portuguesa e História em estabelecimentos de ensino particular, antes de ser nomeado professor do Estado, tendo dirigido o Instituto Normal da Bahia, hoje Isaias Alves, o Ginásio João Florêncio Gomes e o Serviço Estadual de Assistência ao Menor (SEAM).

Interventor entre 1942-1945 do governo Vargas na Bahia, o general Renato Onofre Pinto Aleixo convidou Adroaldo para assumir o departamento de rádio-teatro da Rádio Sociedade, que estava sob a tutela do Estado. A criação da “Hora da Criança” foi uma das inciativas do novo gestor. Pelo programa desfilaram personalidades que marcaram a vida cultural, social e empresarial da Bahia, por várias décadas. O compositor Gilberto Gil (Beto) e sua sanfona; o Quarteto em Cy (Cyva, Cybele, Cylene e Synara), Glauber Rocha, Paulo Gil Soares, Ângelo e Arnon Andrade, Nair (Nairzinha) Lauria, Edvaldo Souza (Eddy Star), os irmãos González Passos, Andrade Neto, Souza Castro e Humildes Reis; Renato Pessoa, Remy de Souza, Ieda Olivaes, Fernando Passos, Jairo Simões, Lúcia Spinelli, Risodalva, Suely Temporal, Íris Fróes, Marco Oliveira, Mateus Russo, e muitos outros, que, por esquecimento, deixo de mencionar. :: LEIA MAIS »





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