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:: 13/abr/2017 . 23:42

TEMPORAL SEM FIM E OS NOSSOS PECADOS DO DIA A DIA BRASILEIRO

Muitos já assistiram cenas de filmes de catástrofes provocadas pela natureza e outras por erros humanos e ataques terroristas em aviação, trens, metrôs, navios e incêndios pavorosos em edifícios. Nos momentos mais agudos da situação as pessoas expostas, por mais insensíveis e duras, se reconciliam com inimigos, consigo mesmo e perdem perdão pelas suas traições contra o amado, a amada, seus entes queridos e semelhantes.

Não é só isso, contam que na hora do aperto de morte até o camarada ateu clama pela misericórdia de Deus. No caminho para Damasco, o soldado Saulo, perseguidor dos cristãos, virou Paulo apóstolo de Cristo, diante dos raios trovões. Nas tragédias, todos se tornam cordiais e solidários, pelo menos por algum tempo. Quando uma doença grave, ou violência abate uma família, parentes mais próximos se dispõem a combater o mal com campanhas e ajudas. Conta muito o emocional.

Basta um temporal pesado para muita gente cair em rezas e pedir a Iansã, a Deus, Nossa Senhora e a todos os santos para que abrandem a tempestade. No Brasil, em meio a um temporal sem fim e catástrofes políticas, tudo parece normal, a não ser idiotas nas ruas tremulando bandeiras de “coxinhas” e “mortadelas” com reivindicações de cunho individualista ou de benefício para a categoria de cada um. Nelas estão estampadas as cores da intolerância, da irracionalidade e do ódio.

Os operadores graúdos das propinas só confessaram seus pecados depois que a força tarefa da Lava Jato (Ministério Público, Polícia Federal, promotores e juízes) mandou prendê-los, caiando sobre eles a espada da privação da liberdade. O outro lado dos corruptores se contorce em mentiras, negações e falsas justificativas de legalidades de seus atos.

Em posições confortáveis e poltronas acolchoadas, o temporal ainda não chegou a esta gente apelidada de Todo Feio, Alemão, Pacífico, Porco, Flamenguista, Grisalho, Vizinho, Nervosinho, Roxinho, Mineirinho, Boca Mole, Caju, Decrépito, Amigo, Italiano, Pós-Italiano, Garanhão, Índio, Angorá e tantas outras alcunhas engraçadas e tenebrosas. Eles não se sentem ameaçados e nem estão ai para os tormentos dos outros.

Também a banda do outro lado mais exposta ao temporal que a tudo assiste das arquibancadas tem seus pecados do dia a dia e precisa se purgar. Esses pecados de vender o voto, furar filas, assinar ausências de colegas nas escolas, bater pontos de companheiros no trabalho, queimar aulas, plantões em hospitais, dar gorjeta a policiais e servidores públicos na base do jeitinho brasileiro, fazer roubadas no trânsito, parar em locais errados e enganar os outros por achar ser o mais esperto talvez sejam pequenos aos olhos de muitos, mas criaram monstros que estão nos devorando.

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ODEBRECHT NÃO FEZ DOAÇÃO, REPASSOU

Quem acompanha atentamente a relação dos parlamentares, ministros, governadores, executivos e até prefeitos que receberam doações e propinas da Odebrecht fica com a impressão de que a empresa é uma caridosa mãe detentora de uma inesgotável mina de dinheiro.

Mas, analisando bem, não é assim. A empreiteira baiana não passa de uma repassadora de recursos tirados do povo, através de obras superfaturadas, fraudes em licitações e beneficiadora de medidas de isenção de impostos aprovadas por deputados e senadores no Congresso Nacional, o balcão de negócios públicos-privados.

Para entender melhor, roubado mesmo foi o povo, mas poucos têm consciência política disso. A grande maioria  fica alarmada com o derrame de tanta grana, de milhões e mais milhões em mochilas, malas, mesadas com reajustes e contas bancárias em bancos nacionais e estrangeiros. Na verdade, a Odebrecht não tirou nada dela. Em conluio com os políticos, roubou do povo para se tornar mais poderosa.

Outra face que a mídia deixa de mostrar é que, com as delações divulgadas, indiretamente as campanhas eleitorais foram financiadas com dinheiro público, só que de uma forma bem sacana e escrota mesmo, como sempre fizeram há anos com o povo otário que é conduzido às urnas como gado ao matadouro.

Amigo, Índio, Decrépito, Todo Feio, Mineirinho, Roxinho, Angorá, Drácula, Frei Chico e mais animais do grande Zoológico Tupiniquim repudiam as “delações mentirosas” e dão a mesma resposta padrão de que todas as doações foram legais e registradas na Justiça Eleitoral, a grande máquina de lavagem de dinheiro.

Aliás, tudo não passa de invencionice e imaginação de quem não tem nada para fazer já que todos negam as acusações e ninguém pediu nada a ninguém, nem sabia que tinha “saldo amigo” na conta. São todos “canalhas”, e “sou inocente e honesto”, aliás, o mais honesto de todos brasileiros.

A promiscuidade é tão escancarada que o cara recebe uma mesada e logo depois exige reajuste. E que reajuste! O trabalhador aplaude com a bandeira de seus sindicatos e centrais! Vida longa e confortável aos safados!

Alguém aí vai se habilitar a confessar que recebeu e pediu doações para se eleger ou se perpetuar no poder, escorado nas costas do povo? Dou minha vida em sacrifício, se possível queimado numa fogueira como na Idade Média, se alguém aparecer para se redimir da roubalheira!

 





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