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Na cidade do sol brilhante do calor de 40 graus à beira do rio São Francisco, que está cada vez mais perdendo suas águas, a II Bienal do Sertão de Artes Visuais, no Centro Cultural João Gilberto, em Juazeiro, é uma boa opção de visita.

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Passando por aqui estive lá e gostei do que vi, mas lembrei, melancolicamente, do Centro Cultural Camilo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista, o qual está fechado há dois anos para uma reforma sem fim. É uma vergonha e causa revolta diante do desleixo do Estado com a nossa cultura. Há muitos anos que não se realiza uma bienal de artes em Conquista.

A exposição em Juazeiro de artes plásticas, fotografias e instalações reúne um conjunto de artistas locais, do Rio de Janeiro, São Paulo e de vários estados nordestinos. O visitante se delicia com trabalhos de qualidade e belas fotografias sobre o sertão seco e os costumes do povo.

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A II Bienal do sertão vai até o próximo dia 2 de novembro e vale a pena passar por lá para dar uma olhada porque significa adquirir mais conhecimento cultural. Dê uma espiada nas fotos retratando a sequidão do nosso Nordeste.

No mesmo estilo dos outros centros culturais construídos nas maiores cidades baianas, o Centro João Gilberto está conservado e sendo utilizado pelos artistas locais, ao contrário do que está ocorrendo em Conquista.

A Bienal é uma boa pedida, mas dá tristeza ver o rio São Francisco na situação de penúria devido a depredação do homem e o abandono do poder público. Para encontrar uma solução, está sendo realizado, em Petrolina (Pernambuco), um seminário sobre a bacia hidrográfica do rio. A Hidrelétrica do Sobradinho está entrando no volume morto.

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Mas, em contraste com o quadro de recessão da economia nacional, de inflação alta, juros nas alturas, dólar valorizado, desemprego e cortes em programas sociais (Bolsa Família, Fies, Pronatec e outros), Juazeiro, no norte da Bahia, é a segunda cidade do Brasil que mais empregou gente nos últimos meses do ano.

 

Além dos serviços e comércio, o setor da agroindústria é um dos que estão mais contratando mão-de-obra. A Agrovale, a maior produtora de açúcar e álcool do Nordeste, está expandindo suas instalações. Também, a produção de vinhos e a agricultura irrigada de melão, uva, melancia e até pêssego estão dando sustentação à economia e oferecendo mais empregos. A região aqui é uma zona diferenciada do país que hoje vive um caos político, econômico e moral onde a ética foi pra lama da corrupção.

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