outubro 2015
D S T Q Q S S
 123
45678910
11121314151617
18192021222324
25262728293031

:: 15/out/2015 . 23:38

BRASIL ESTÁ RECUPERADO, DIZ DUNGA

Carlos González – jornalista

A imagem de Dunga, a beira dos gramados, fazendo “caras e bocas” ou reclamando dos árbitros, ou então participando de entrevistas coletivas, onde debocha dos jornalistas e dos torcedores, dá a impressão de que estamos tomando um purgante. Num país onde os cargos de maior relevância, como os ministérios, são preenchidos sem o menor critério de competência pelos seus ocupantes, qualquer um pode ser técnico da seleção. Já que estou tratando do futebol, cito como exemplo o Ministério do Esporte, cujo titular, o baiano de Alagoinhas, pastor e animador de auditório, George Hilton, confessou, ao tomar posse, “que não entendia dos assuntos”de seu novo emprego. Nas conversas com a imprensa especializada, envia seus assessores.

Torcedor da extinta Catuense, o ministro tem receio de não saber fazer distinção entre algumas modalidades esportivas, como as lutas marciais, por exemplo. Seu antecessor, o comunista Aldo Rabelo, foi para o Ministério da Tecnologia e hoje está na Defesa, no comando das Forças Armadas, onde, provavelmente, não sabe o significado das estrelas e divisas dos uniformes militares.

Nos últimos dias, com o início das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, Dunga e alguns dos seus jogadores resolveram experimentar o laxativo que, diariamente, enfia pela goela dos torcedores. O efeito foi desastroso. Acometidos de um desarranjo mental, o treinador e o baiano de Juazeiro Daniel Alves tentaram explicar que a má vontade do brasileiro, exceto os nordestinos, com a sua seleção, é consequência da má gestão social e econômica do país, aliada aos escândalos financeiros, envolvendo figuras do alto escalão da República.

:: LEIA MAIS »

EUCLIDES DA CUNHA

TEXTO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

Dados Biográficos

Euclides Rodrigues da Cunha nasceu em Cantagalo, 20 de janeiro de 1866. Foi escritor, sociólogo, repórter jornalístico, historiador e engenheiro brasileiro. Órfão de mãe desde os três anos de idade, foi educado pelas tias. Freqüentou conceituados colégios fluminenses e, quando precisou prosseguir seus estudos, ingressou na Escola Politécnica e, um ano depois, na Escola Militar da Praia Vermelha.

Cadete republicano

Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin Constant, professor da Escola Militar, atirou durante revista às tropas sua espada aos pés do Ministro da Guerra Tomás Coelho. Euclides foi submetido ao Conselho de Disciplina e, em 1888, saiu do Exército. Participou ativamente da propaganda republicana no jornal O Estado de S. Paulo.

Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército com promoção. Ingressou na Escola Superior de Guerra e conseguiu ser primeiro-tenente e bacharel em Matemáticas, Ciências Físicas e Naturais.

Euclides casou-se com Ana Emília Ribeiro, filha do major Frederico Solon de Sampaio Ribeiro, um dos líderes da República.

Ciclo de Canudos

Em 1891, deixou a Escola de Guerra e foi designado coadjuvante de ensino na Escola Militar. Em 1893, praticou na Estrada de Ferro Central do Brasil. Quando surgiu a insurreição de Canudos, em 1897, Euclides escreveu dois artigos pioneiros intitulados “A nossa Vendéia” que lhe valeram um convite d’O Estado de S. Paulo para presenciar o final do conflito. Isso porque ele considerava, como muitos republicanos à época, que o movimento de Antonio Conselheiro tinha a pretensão de restaurar a monarquia e era apoiado pelos monarquistas residentes no País e no exterior.

“Tragédia da Piedade”

Morreu em 1909. Ao saber que sua esposa, mais conhecida como Ana de Assis, o abandonara pelo jovem tenente Dilermando de Assis, que aparentemente já tinha sido ou era seu amante há tempos – e a quem Euclides atribuía a paternidade de um dos filhos de Ana, “a espiga de milho no meio do cafezal” (querendo dizer que era o único louro numa família de tez morena) -, saiu armado na direção da casa do militar, disposto a matar ou morrer. Dilermando era campeão de tiro e matou-o. Tudo indica que o matou lealmente, tanto que foi absolvido na Justiça Militar. Ana casou-se com ele.

O corpo de Euclides foi examinado pelo médico e escritor Afrânio Peixoto, que também assinou o laudo e viria mais tarde a ocupar a sua cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Colaboração: ANTONIO NOVAIS TORRES

antorres@terra.com.br

Brumado, 08/10/2015

 





WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia