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MISTÉRIOS DE UM AEROPORTO

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Não bastassem os mistérios, incertezas, encontros e desencontros, as últimas informações envolvendo o novo aeroporto de Vitória da Conquista deixam ainda mais confusas e incertas a construção do terminal de passageiros. Na contramão do anúncio da Prefeitura Municipal, o deputado federal Lúcio Vieira Lima revelou que os recursos da ordem de 20 milhões reais para a referida obra simplesmente não existem.

Como a verba “evaporou”, o empresário José Maria, do movimento “Conquista Voar Mais Alto”, informou que o Governo do Estado decidiu, então, formar uma PPP- Parceria Pública Privada para construir o terminal e outros equipamentos necessários para a conclusão do novo aeroporto que já está com a pista e os acessos prontos para voos, o que significa mais um serviço inacabado no país. Assim fica difícil Conquista Voar Mais Alto.

Outra notícia que corre é que a Governadoria, através da Secretaria de Infraestrutura, estaria negociando a entrada da empresa de aviação Gol para operar no atual aeroporto de Conquista “Otacílio Figueiredo” se somando a Azul e a Passaredo, sobrecarregando mais ainda a precária estrutura da unidade que está mais para um galpão de pouso.

São mistérios de um aeroporto assombrado que se arrastam há mais de dez anos entre reuniões e discussões empresariais e políticas intermináveis. Em tom de ironia, já estão dizendo por aí se tratar do aeroporto do fim do mundo. Enquanto isso, o atual, cheio de transtornos, que chega a paralisar suas atividades no período do inverno, é uma vergonha para a terceira maior cidade da Bahia.

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Com a nova pista e os acessos, além da unidade do corpo de bombeiros, já foram gastos mais de 80 milhões de reais sem nenhuma serventia porque nem a licitação para a obra do terminal de passageiros foi divulgada pelo Governo do Estado. Para ser mais preciso, a nova pista dentro do mato está sendo útil para pousos de urubus.

ABSURDOS E INCOERÂNCIAS

Não precisa ir muito longe porque nosso Brasil é um poço de absurdos, contradições e incoerências. Assim vem trilhando há séculos nas leis, medidas e comportamentos. Muita coisa não se diz com receio do patrulhamento ideológico, ou mesmo com o medo de ser xingado e apedrejado como preconceituoso, racista, reacionário, machista ou outro termo rasteiro qualquer.

Depois dos 60 e de já ter apanhado tanto, não mais me incomodam os impropérios e insultos. Absurdos e incoerências andam de mãos dadas. Aqui vou eu a começar pela marcação acirrada aos fumantes, tendo a mídia, que não olha para seu umbigo, como o zagueiro que entra de sola. É proibido fazer propaganda de cigarro, mas de bebidas alcoólicas em geral e de remédios pode à vontade e, além do mais, apelativas. Você já deve saber o motivo da mídia não questionar!

O álcool mata mais que o cigarro e, apesar da fumaça, incomoda menos que um bêbado chato vomitando ao seu lado, sem contar o bafo horrível. É mais chique ultrajar a figura do fumante que está mais exposta pela mídia. E o veneno poluidor das grandes cidades saído dos carros que provoca câncer? Pouco se fala e quase nada se fiscaliza dos veículos velhos e irregulares.

O que seria da criatividade das agências de publicidade se não fossem as lindas pernas e as bundas das mulheres nas propagandas de cervejas? Na Itaipava, por exemplo, não é o produto que é posto à venda. O que atrai o consumidor é a mulher. Nesses casos e outros, quando se fala que a mulher está sendo objeto, o argumento é que se trata de um trabalho digno. Você é que é machista e um porco chauvinista.

Por acaso, existe alguma criminalização e punição para o policial, autoridade qualquer ou funcionário público que desacata o cidadão que, muitas vezes, é agredido verbalmente e fisicamente? O cidadão que paga seu imposto e cumpre com suas obrigações pode ser desacatado e nada acontece. É crime o cidadão desacatar a autoridade, mas vice versa, não!

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PONTO DE VISTA

OS ANÉIS PELO DEDO

A presidente Dilma está entregando os anéis para salvar o dedo através de uma acordão (sempre tenho falado dessa manobra) com o PMDB que já tem gente aí traduzindo a sigla como “Partido da Manutenção de Dilma em Brasília” já que o PSDB é o “Partido do Saca Dilma de Brasília” porque o PT está na Perda Total.

A crise não é só política e econômica, mas moral e ética na base do toma lá dá cá (o Ministério da Saúde agora vai para o PMDB) e tome ajuste fiscal e aumento de impostos para o brasileiro pagar. O Congresso Nacional é hoje comandado por dois suspeitos de corrupção na Operação Lava Jato e a turma do PMDB é extremamente fisiológica e conservadora.

Em quem confiar e quem está apto para nos representar no caso de um impeachment? Não temos liderança política. Não temos nomes. Estamos num mato sem cachorro. A quem apelar? Para o Papa? Já estão cogitando enfraquecer o juiz Sérgio Moro que comanda as investigações das roubalheiras das estatais.

A massa é inculta e, para piorar ainda mais a situação, a raiva canina contaminou as manifestações de ruas com gente pedindo até uma intervenção militar no país. Qual via e qual alternativa temos no momento, que nos devolva a esperança perdida?

EXEMPLO A SER SEGUIDO

Você já ouviu algum parlamentar falar em cortar custos do Congresso, de assembleias ou câmaras de vereadores? O negócio deles é arrochar o cinto do povo. São hipócritas quando vão para a televisão cobrar redução das despesas do executivo.

Alguém aí está disposto a seguir o exemplo do deputado federal por Brasília José Antônio Reguffe (PDT) que abriu mão dos salários extras; reduziu sua verba de gabinete, de 23 mil reais para 4,6 mil, e o número de assessores, de 25 para apenas nove?

Ele ainda abriu mão da verba indenizatória, de toda cota de passagens e do auxílio moradia. Sozinho vai economizar aos cofres públicos mais de 2,3 milhões. Se os outros 512 seguissem o exemplo, a economia seria superior a 1,2 bilhão. Sabe quando você vai ver isso? Nunca.

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MAIS UMA SESSÃO DO AEROPORTO

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Por que os projetos em Vitória da Conquista demoram tanto tempo para serem concretizados e se arrastam por longos anos em debates e sessões que terminam em bla-bla-blá?  Será que é falta de coesão, firmeza nas atitudes, organização, mobilização de toda sociedade, e menos diplomacia e mais ação? Será que existe excesso de vaidades e desconexão nas políticas?

O caso mais específico é a construção do novo aeroporto da cidade que já rola mais de dez anos em discussões. As pistas, o prédio do corpo de bombeiros e os acessos estão praticamente concluídos, só que o terminal de passageiros ainda não tem nem edital de licitação, prometido em março de 2015, prorrogado outra vez para o final deste ano, conforme anunciou ontem o diretor de Portos e Aeroportos da Secretaria Estadual de Infraestrutura, Denisson Oliveira, durante sessão especial da Câmara de Vereadores.

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Enquanto a novela da licitação não tem um final feliz, o Governo do Estado estampa uma propaganda enganosa anunciando que o aeroporto de Conquista está com toda força, e diz no final; “Conquista merece esta conquista”. Cadê esta conquista, já que a obra agora está prevista para ser inaugurada em 2017?  Pode ser em 2018, ou ser mais uma obra inacabada no país, com uma pista perdida no meio do mato.

Acontece que não é só o novo aeroporto que está emperrado. Há dois anos os conquistenses esperam a reforma do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, que também teve uma audiência nesta semana na Câmara. Outro equipamento, de suma importância, é a construção da barragem de abastecimento de água que ninguém mais toca no assunto, principalmente agora que Água Fria I e II estão quase cheias. É bom lembrar que esta iniciativa nasceu na Sudene na década de 60 do século passado.

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Em termos de grandes projetos de infraestrutura, Conquista tem sido castigada e está ficando pra trás. Sobre o novo aeroporto já foram gastos mais de 60 milhões de reais e serão investidos mais 26 milhões no terminal. Estes recursos já foram aprovados, segundo o empresário José Maria que está à frente do movimento em defesa do aeroporto, mas falta a licitação.

Diante dos vereadores, dos deputados estaduais Jean Fabrício, José Raimundo e Hezem Gusmão, do federal Waldenor Pereira e com a Casa lotada, José Maria fez um relato histórico desde que se iniciou o movimento há dez anos. Para André Cairo, que se apresentou como tribuno romano, o Movimento Contra a Morte Prematura já tratava da questão desde 1990, portanto há 25 anos.

Sem entrar neste aspecto de quem é o pai da criança, o mais lamentável é que a terceira maior cidade da Bahia, com mais de 300 mil habitantes, não tem um aeroporto decente. O atual está mais para galpão de pouso apertado que deveria ser interditado nos períodos de inverno devido os cancelamentos diários de voos e os transtornos causados para os passageiros que são desrespeitados pelas companhias operadoras.

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Identificados com o município e a região, temos três deputados (um federal), mas não estão afinados diretamente com o pensamento e a política do executivo local. O que não pode é cada um trabalhar por si, sem o sentido de equipe para pressionar os governos estadual e federal. Outro ponto que entendo ser relevante é que a mobilização não pode ser apenas local, mas estadual, em Salvador, e nacional (Brasília) através das grandes entidades empresariais, sindicatos e a mídia.

É preciso também que o movimento faça a sociedade entender que a implantação de um aeroporto moderno não é coisa apenas para servir aos ricos, mas é um benefício que vai atingir todas as camadas sociais. As entidades e todos os segmentos da sociedade têm que entender que é necessário investir profissionalmente nesta mobilização da comunidade.

 

OS INIMIGOS DAS REFORMAS

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Na pátria roubadora, ou arrombadora dos cofres públicos, a transferência da conta é sempre para a sociedade.

Enrolam, enrolam para nos dar o mesmo prato insosso de feijão com arroz e alguma pitada de pimenta para disfarçar. É sempre assim em vésperas de eleições, e as reformas aguardadas pela população no anseio de que ocorram votações limpas não saem. No momento atual, o maior inimigo do Brasil é o Congresso Nacional (Senado e Câmara) onde não existe mais divisão entre bons e maus, bonitos e feios. No geral, todos são maus e feios.

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Há muito tempo que a elite política lá do Alto do Planalto não teme a voz da opinião pública, nem tampouco as manifestações disformes. Quando a coisa aperta, é só dar um freio de arrumação e a lotação espremida pelo bruto sistema continua a mesma. Embromam pra lá e pra cá e no fim não sai reforma nenhuma eleitoral que corte a cabeça do monstro da corrupção.

As empresas no papel de mercenárias vão continuar financiando campanhas com outro jeitinho à brasileira, agora diretamente aos partidos que vão se virar quadrilhas. A prestação dos valores será em 72 horas depois das “doações”, ou melhor, dos empréstimos. Os programas nas rádios e emissoras de televisão terão menos tempo e outras “coisitas” mais que não vão ameaçar suas permanências vitalícias no poder. Floreiam e adocicam a pílula do sono da morte.

Todos festejam com pizzas e churrascos, inclusive o Superior Tribunal Eleitoral, dando uma chamuscada no eleitor, dizendo que agora ele vai ter mais condições e transparência para escolher seu candidato. Todos acreditam na anedota e repetem a papagaiada de sempre, de que o voto é o maior ato de cidadania, de muita importância para mudar o Brasil. A grande maioria é fisgada pela isca de plástico dourado.

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OS CINCO ANOS DO SARAU

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Alô André Cairo, professor Itamar Aguiar, José Carlos D´Almeida, nosso fotógrafo, Mano Di Souza e sua esposa Cleidiane, Marta Moreno, Dorinho e sua noiva, Moacir Morcego, Walter Lages, Lídia Rodrigues, Simone, Nadir e outros presentes, um abraço e muito obrigado a todos pela participação nos cinco anos comemorativos do “Sarau A Estrada” no nosso Espaço Cultura, na noite do último sábado, dia 12 de setembro.

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Nem precisa dizer que foi bom demais e, mais uma vez, varou a madrugada até o dia amanhecer. Rolou da literatura a música ao som da viola violada bem cantada e interpretada. Foi um show que há muito tempo não vejo por essas bandas, graças aos talentos artísticos de todos. Não dá nem para destacar os melhores momentos porque todos foram bons. Foi uma noite de conhecimento e cultura.

Para começar, fizemos um simples e informal roteiro de abertura na fala dos anfitriões da casa, Vandilza e Jeremias Macário que agradeceram a todos pelos cinco anos do movimento. Foi apresentada a proposta de consolidarmos oficialmente de uma vez o grupo lítero-musical. Na ocasião, Jeremias apresentou a boneca do seu próximo livro “ANDANÇAS”, uma obra que mistura ficção com realidade entre contos, prosas e versos.

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O professor Itamar Aguiar aproveitou para falar do psiquiatra e escritor, Afrânio Peixoto, filho de Lençóis, especialmente do seu tratado sobre a influência indígena na poesia e nas manifestações culturais brasileiras. Foi uma aula do professor recheada de conhecimento e saber como sempre ele tem para nos brindar.

Entre um poema e outro de autores regionais, o fotógrafo e declamador José Carlos D´Almeida fez uma homenagem ao escritor Camilo de Jesus Lima, recitando “Me solta gente que eu quero atravessar a fronteira”. Teve outros pronunciamentos dos participantes, mas o negócio ferveu mesmo quando os meninos da música abriram suas mochilas e miçangas para bater as violas de tradição com músicas autorais e de outros nomes da Bahia e do Brasil.

O músico e compositor Walter Lages estava inspirado

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O músico Mano Di Souza relembrou o início, em 1910, dos nossos primeiros encontros com o nome de “Vinho Vinil” e pediu para que continuasse assim, mas sugiro aqui “Vinho Viola”, ou “Vinho Violado” quando por descuido meu terminei quebrando uma taça do manjar dos deuses. Na falta de outro nome definitivo, até agora mantemos aqui “Sarau A Estrada”.

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Com André Cairo cantando Bob Dylan e o Bolero de Ravel, a voz grave de Walter Lages com seu instrumental de Luiz Gonzaga, Dorinho, Marta, Mano e Moacir Morcego, não dá para apontar qual a melhor apresentação musical da faixa ou das faixas que deveriam ser gravadas num CD histórico do grupo. O tempo passou tão rápido que ninguém percebeu o dia amanhecer.

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O papo foi centrado na cultura em geral, especificamente a literatura e a música num nível de qualidade e conteúdo que só fez enriquecer nossas almas, hoje cada vez mais sedentes de conhecimento, num ambiente de alegria e confraternização. Foi assim e muito mais que isso “Os Cinco Anos do “Sarau a Estrada”.

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AS OBRAS DE CAMILO DEPOIS DE 21 ANOS

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“Me solta gente que eu quero atravessar a fronteira”, mais que atual para os tempos de hoje, a citação faz parte de um dos versos das duas primeiras obras do poeta e escritor caetitense, Camilo de Jesus Lima, que foram lançadas ontem na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, sua terra adotiva desde 1930 até sua morte em 1975 quando foi atropelado pelo motorista de um ônibus, em Itapetinga, em plena ditadura militar.

Desde a primeira iniciativa em 1994 no governo do prefeito Pedral Sampaio, somente agora seus dois primeiros trabalhos foram publicados pela Assembleia Legislativa, com a intermediação do deputado estadual José Raimundo. Por determinação do prefeito, segundo o secretário de Administração na época, Vicente Quadros, o escritor Mozart Tanajura ficou encarregado de reunir suas escritas e datilografar o material.

O filho do escritor Luis Carlos e sua esposa CAMILO JESUS LIMA 003

Tudo estava sob a guarda do filho do escritor, Luis Carlos de Jesus Lima, conforme ele próprio nos confirmou, não sabendo explicar muito bem como demorou tanto tempo para finalmente sair os primeiros livros intimistas de suas poesias. Uma explicação pode ser o desleixo dos governantes para com a cultura.

De lá para cá, o projeto passou por várias mãos, inclusive da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb, com a participação do advogado e professor Ruy Medeiros, que presidiu a solenidade de lançamento. Em sua fala, destacou que Camilo ainda se faz necessário nos tempos de hoje, quando se referiu ao verso sobre o querer atual dos refugiados das guerras e da fome atravessar as fronteiras para a Europa.

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O que seu pai deixou escrito, segundo Luis Carlos, dá para publicar mais de dez obras entre contos, poesias, prosas e romance. Ruy afirmou que as duas primeiras obras se referem aos seus poemas do período de 1920 a 1960, tendo muito mais coisa para ser impressa. A ideia é lançar os outros trabalhos para conhecimento das pessoas e preservação da sua memória.

Câmara lotou no lançamento dos livros

Se estivesse vivo, Camilo estaria completando 103 anos, mas faleceu em 1975. Sobre sua morte, o filho declarou que até hoje existe a suspeita de ter sido um atentado da ditadura militar (o escritor foi preso em 1964 juntamente com o prefeito Pedral Sampaio e outros companheiros), pois após seu falecimento, no mesmo dia do atropelamento, Luis Carlos revelou que o motorista do ônibus sumiu. “Passei quatro meses à sua procura, mas ninguém soube informar onde ele estava”.

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Participaram da solenidade de lançamento dos livros, além de Ruy Medeiros, o presidente da Academia Conquistense de Letras, Mozart Tanajura Júnior, o presidente da Casa da Cultura, Carlos Jeovah, o secretário da Cultura do Município, Nagib, e os deputados estadual e federa, José Raimundo e Waldenor Pereira.

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Estudantes, jornalistas, vereadores da Casa, familiares do escritor e intelectuais Ubirajara Brito, Nudd de Castro, Vicente Quadros entre outros lotaram a Câmara Municipal para prestigiar o evento que já deveria ter acontecido há muitos anos porque Camilo de Jesus Lima não é apenas um poeta e escritor de notoriedade e relevância regional. Suas obras são universais e eternas.

 

 

A LOCADORA “CANAL 3” VAI FECHAR

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Depois de 18 anos de atividades, a Canal 3, a última locadora de filmes em DVDs de Vitória da Conquista vai fechar suas portas neste final de mês. Era a única casa do ramo que ainda resistia à tecnologia digital da internet com a locação de filmes originais de grandes cineastas nacionais e estrangeiros, principalmente norte-americanos, franceses, italianos e japoneses.

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A loja Canal 3, que ainda funciona na Praça do Fórum, foi uma das primeiras da cidade a atuar no ramo e soube enfrentar a concorrência pesada de muitos estabelecimentos quando do surgimento da internet no início dos anos 2000. Um dos segredos de tanto tempo na praça foi justamente o de locar bons filmes, inclusive vencedores do Oscar.

Com mais de cinco mil títulos reunidos, a cidade perde mais uma casa cultural que divulgava a sétima arte, depois do fechamento do Cinema Madrigal nos primeiros anos do século XXI quando Conquista contava com centenas de locadoras de filmes em DVDs e até em VHS.

Em se tratando da sétima arte, o primeiro cinema em Conquista foi montado em 1912 na travessa cel. Pompilio Nunes (Zulmiro Nunes) e tinha o nome de cinematógrafo. O segundo foi em 1917 e se chamava Jurandir. Depois tivemos o Cine Íris, Odeon Cinema, Cine Conquista (1934), Cine Castro Alves, Cine Teatro Conquista, Cine Glória e, por último, o Cine Madrigal na década de 70, de Nivaldo Araújo.

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Agora os conquistenses não terão mais onde locar um filme de qualidade em DVD para assistir nos finais de semana como era de costume. Perdem os que ainda tinham a tradição de reunir a família e amigos nos finais de semana para acompanhar a linguagem cinematográfica de um bom autor, ao lado de uma tigela de pipoca, um suco ou um refrigerante.

 

QUER PASSAR RAIVA?

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Pois é, você sai de sua casa num domingo ou feriado para se divertir, descontrair e relaxar, mas termina passando raiva por causa de um monte de imbecis que carregam nos porta-malas de seus carros verdadeiros trios elétricos com uma barulheira infernal que dão o nome de som.

É isso mesmo que acontece na Barragem de Anagé, distante 60 quilômetros de Vitória da Conquista, numa área de barracas com comidas e bebidas, bastante frequentadas por famílias e moradores das redondezas, sem contar visitantes de fora que estão ali a passeio.

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Os caras chegam e vão abrindo seus “sons de carros” com caixas e mais caixas na maior altura como se fosse uma disputa para ver quem mais reproduz música da pior qualidade, na maioria axé, pagode, arrocha e outros estilos de letras apelativas, sem sentido e conteúdo.

A zoeira é tamanha que não dá para separar uma banda da outra, nem distinguir qual o pior som e o mais potente em porcaria. Tudo isso ocorre a solta sem nenhuma proibição e controle. É uma tremenda falta de respeito com as pessoas que vão ali à procura de tranquilidade.

Em decorrência das batucadas infernais, você não pode nem curtir um papo com os amigos, a não ser que grite como um desesperado como se estivesse brigando numa mesa de bar. O individuo não pergunta se você quer ou não ouvir a merda dele.

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Estive lá no feriado de 7 de Setembro e fiquei mais estressado, mas eles sempre têm razão. Os incomodados que se retirem. A única saída é não demorar por muito tempo, a não ser que esteja disposto a detonar o tímpano do seu ouvido.

Além dos “carros de som” – os próprios barraqueiros costumam também colocar música alta – os riquinhos exibidores de jet-skis que têm chalés do outro lado da margem da barragem passam a toda velocidade, bem próximos aos banhistas, com risco de acidente. Ninguém respeita o espaço dos outros e não existe nenhuma fiscalização por parte do poder público, se é que existe. Só quando acontecer uma tragédia.

Nem é preciso lembrar aqui que pelo projeto original da barragem construída pelo DNOCS, na década de 1980, a intenção era lotear a área para famílias agrícolas, ou seja, ali deveria ser um assentamento irrigado.

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Como o governo não deu o suporte necessário para a concretização do programa de irrigação para pequenos produtores, os endinheirados entraram e fizeram suas chácaras e casas de veraneio de final de semana com barcos e jet-skis de luxo. Por isso que muita gente apelidou o local de “Côte D´Azur”, numa referência ao balneário de burgueses existente na costa da França.

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PONTOS DE REFLEXÃO

Nesse caos político e econômico em que vivemos, é hora de refletirmos sobre certos pontos que nos afligem. Na maioria das vezes somos levados pela onda do patrulhamento ideológico, paternalista e assistencialista. Existem muitas mentiras, inclusive embutidas nas propagandas dos governantes que vão se tornando verdades. Cuidado!

Veja esta do neurocientista norte-americano, professor da Universidade de Columbia, Carl Hart, ao falar das políticas sobre drogas: “Eu realmente não ouço políticos, porque eles não são as pessoas que devem ser ouvidas nesse assunto. Devemos ouvir as pessoas que têm publicações nessa área, que têm evidências, informação. Políticos geralmente são idiotas. Por isso, nem penso neles”.

Indagado numa entrevista à imprensa, em Salvador, a respeito da sua defesa a favor da legalização ou descriminalização das drogas nos EUA, se o mesmo pode ser aplicado no Brasil, disse que até descobrirmos como sermos mais inclusivos, sempre teremos problemas com o tráfico.

Quanto às diferenças entre as políticas antidrogas em seu país e no Brasil, declarou: “O que está sendo feito no Brasil nos dias de hoje é basicamente a mesma coisa que adotamos nos anos 1980”.

Há alguma similaridade entre a comunidade pobre de Miami com nossas favelas? Respondeu que as favelas daqui, em termos de arquitetura, são as piores que já viu. “Estive em lugares como África do Sul, mas as estruturas das casas no Brasil são realmente ruins. Há uma pobreza séria correndo aqui”. Acrescentaria que esse papo do governo de que tirou 30 milhões de brasileiros da pobreza é uma balela.

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