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:: 19/set/2014 . 23:50

BRASIL PARADO E NORDESTE ATRASADO

Nas estatísticas sociais e econômicas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referente a 2013, o Nordeste continua bem atrás em relação às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Brasil apresentou pequenas alterações de avanços e quedas em alguns segmentos. Para 2014, a sensação que se tem é de um ano perdido e de um Brasil parado no tempo.

Há mais de 50 anos se escuta dos governantes e políticos a pregação de redução das desigualdades regionais no sentido de fortalecimento do Nordeste em todos os setores, mas o país continua socialmente dividido com profundas diferenças de educação, renda, analfabetismo e desemprego. Quem vai fechar esta secular ferida da desigualdade regional?

O primeiro superintendente e um dos criadores da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), economista Celso Furtado, tinha a missão de reduzir essa desigualdade, mas no início do caminho dos anos 60 veio a ditadura civil-militar. De lá para cá a Sudene virou fonte de roubalheira dos mais espertos e foi se encolhendo até se tornar num escritoriozinho do qual pouco se fala.

Depois de 50 anos o Nordeste permanece léguas de distâncias do Sul e do Sudeste, conforme comprovam os dados do Pnad. A taxa de analfabetismo do país só caiu alguns pontinhos, passando de 8,7% em 2012 para 8,3% no ano passado. Para uma população total de 201 milhões de habitantes, o Brasil chegou, em setembro de 2013, com 13 milhões de analfabetos.

No país dos brancos e dos pardos (negros só 8,1%), mais da metade dos analfabetos (53,6%) estão concentrados no Nordeste, onde 16,6% dos maiores de 15 anos não sabem ler nem escrever. A região Sul, com 4,2% (veja a diferença) tem o menor índice de analfabetismo. Sudeste tem 4,7%, Norte 9,5% e Centro-Oeste 6,5%.

O percentual de crianças nas escolas (idade entre 4 e 5 anos) passou de 78,1% em 2012 para 81,2% no ano passado. Na faixa dos 6 aos 14 anos do ensino fundamental, a frequência sobe para 98,4%, o que não significa melhora na qualidade da educação, tanto que a participação cai para 84,3% no nível médio e 30,1% no grupo dos 18 aos 24 anos. Os especialistas no assunto não explicam os motivos da queda, mas é só raciocinar.

Quanto ao número médio de anos de estudos dos brasileiros, o percentual oscilou de 7,5 em 2012 para apenas 7,7 anos em 2013. Novamente entra o Nordeste com o pior desempenho registrado de 6,6 anos, contra 8,3 do Sudeste.

No quesito desemprego, o Brasil apresentou baixo crescimento dos postos de trabalho em 2013. A taxa de desemprego subiu de 6,1% em 2012 para 6,5% no ano passado (pior desempenho desde a crise de 2008/2009). No Nordeste (olha ele aí outra vez!) a taxa de desemprego avançou de 7,6% para 8% em 2013, contra 6,6% no Sudeste. Os números já dizem tudo.





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