:: 27/ago/2014 . 22:47
1964, O ANO QUE NOS SEPAROU
Até então era a Igreja Católica e a juventude cristã com seus movimentos libertários em defesa da justiça social. Os operários, estudantes e professores pediam melhorias nas fábricas e nas escolas; os camponeses e seus sindicatos queriam mais terras para trabalhar; os marinheiros e outras fardas lutavam para se livrar de seus opressores navios e quartéis; as esquerdas políticas e seus líderes, inspirados nos ideais das revoluções socialistas, defendiam as chamadas reformas de base; e as famílias se uniam para ver seus filhos prosperarem na educação.
As camadas mais conscientes e politizadas da população avançavam e se agitavam no terreno das conquistas. Divergiam nos métodos, mas convergiam nos objetivos, enquanto a burguesia e a elite atiravam pedras. Ai apareceu a cavalaria de 1964 com seus tanques, fuzis, lanças e metralhadoras e nos separou. O governante desistiu de encarar a luta e a grande maioria não acreditou no que estava acontecendo. Com a dispersão, não houve tempo para reunir as forças.
O golpe civil-militar de 1964 foi mesmo o ano que nos separou e nos deixou mais distantes do sonho e da esperança. Foi o ano que empurrou os brasileiros para uma longa noite de trevas e uma tenebrosa separação nos anos seguintes. Foi o ano que criou carrascos para excomungar a liberdade de opinião, prender seus opositores e dar guarida aos apoiadores. Foi o prenúncio da escuridão e o ano em que irmão dedurou irmão.
“A SINA DE UM BOIADEIRO”
O conquistense e amigo Edivaldo Fagundes do Nascimento, um grande incentivador da cultura popular nordestina, que mora em Brasília lá no planalto do poder, mas sempre está visitando a terra natal, nos conta esta história real que ocorreu entre os anos de 1960 a 1962. Ele é o próprio autor destes versos, feitos em homenagem à memória de Enestino e seu pai Manuel:
Seu moço, vou te contar
Um fato que aconteceu
Há muitos anos atrás
No sertão da Bahia
E também Minas Gerais.
Um caboclo muito forte
E metido a valetão
Nasceu em Vitória da Conquista
E logo se tornou peão
Pois sabia lidar com gado
No cavalo ele era bom.
Seu nome era Enestino
Homem de fibra e coragem
Duma briga não corria
No muque ninguém ganhava
Derrubar peão ou patrão
Para ele não importava.
FILA DUPLA NA GUGÉ
Já se tornou comum e normal na frente da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal, rua coronel Gugé, os carros se posicionarem em fila dupla, tornando o trânsito ainda mais caótico no centro da cidade. A pessoa cardíaca não pode mais dirigir em Vitória da Conquista, a não ser que seja acompanhada de um cardiologista e um psicólogo para acalmar o motorista. Não existe mais espaço para tantos veículos que crescem a cada dia, e os pedestres também sofrem com os passeios quebrados, principalmente aqueles com deficiência física. É difícil cobrar educação quando o próprio poder público não dá o devido exemplo. Por todo centro, as entidades, instituições e empresas reservam seus espaços e ainda fazem fila dupla. Uns idiotas ligam o sinal de alarme do carro passando por cima das normas de trânsito. Cada um faz o que quer. Está insuportável rodar na cidade e, ao invés de melhorar, piora. O melhor é virar jeca tatu num buraco qualquer do que ter que aturar esse trânsito infernal.
ESGOTO ABERTO NA BRUMADO
Durante todo dia de ontem, dia 27 (quarta-feira) o mau cheiro estava insuportável em plena avenida Brumado, nas imediações do Mercado Municipal (Feirinha) e o espaço Glauber Rocha. Um esgoto aberto da Embasa escorria misturado a lixos que são jogados diariamente no asfalto. Para uma cidade do porte de Vitória da Conquista a imagem era deprimente, não somente para os visitantes que chegam.
A questão demonstra não apenas a falta de educação de um povo, como também a má gestão por parte dos órgãos públicos. As eleições estão aí e os candidatos prometem e prometem. O marketing de campanha é o mesmo há mais de 30 anos. As frases são repetidas entre abraços e visitas a lugares mais populares com “direito” a um pastel num boteco ou num restaurante onde é servida uma refeição chamada “gororoba”. Todos dizem que vão colocar tudo em ordem se eleitos forem. Acorda Brasil!
- 1