O surgimento do jornalismo impresso na região sudoeste, com o jornal A Conquista, em 14 de maio de 1911, até os tempos atuais da era digital foi o foco principal da discussão que rolou no “Espaço Cultural A Estrada” neste último final de semana (dia 7 de maio). Foi um papo agradável e proveitoso provocado por um grupo de estudantes de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb.

Confesso que fiquei muito honrado com a visita, e mais ainda porque fui o entrevistado onde aprendi muita coisa com estes futuros jovens jornalistas que estão abraçando esta nobre profissão que exige muito sacrifício. Não é fácil ser jornalista no Brasil atual de tantas corrupções, falta de uma educação de qualidade e menosprezo pela ética.

 Foi uma tarde de troca de ideias onde dei minha opinião e visão sobre o jornalismo de outrora (nem tanto assim) e o de hoje com o mercado com outros leques de opções, embora mais difícil. Se há 50 anos, principalmente no período da ditadura, era complicado fazer jornalismo, hoje também é, mesmo com o advento da internet.

Nos debates, algumas indagações ainda carecem de mais aprofundamento, como o porquê dos jornais impressos terem praticamente desaparecidos em Vitoria da Conquista quando em Itabuna, Ilhéus e Feira de Santana os periódicos conseguiram se manter? Em termos de comunicação, Conquista é uma cidade bem servida? A população é bem informada? Existe espaço para um diário, ou à prática do jornalismo de bairro? A mídia de Conquista, inclusive os blogs, atende aos anseios da sociedade?

Estas questões e outras foram levantadas pelos estudantes Luan Soares, Carmina Borges, Bruno Morais, Nayla Santos e Luan Vinicius que visitaram nosso Espaço Cultural numa conversa afiada com o jornalista Jeremias Macário.

Foi uma prova de que estes jovens estudantes têm consciência da importância da formação acadêmica e o que ela vai representar em suas vidas como profissionais da informação quando tiverem que colocar o conhecimento a serviço de suas comunidades.

O curso de Jornalismo da Uesb está passando por um processo de mudança com uma nova grade curricular que se adeque ao mercado, inclusive na área do empreendedorismo. A universidade tem o dever e a obrigação de dar o suporte necessário para a formação de bons jornalistas.

A visita destes estudantes de jornalismo vem se somar aos frequentes encontros de debates informais que temos realizado no nosso “Espaço Cultural A Estrada”, com a participação mais efetiva do professor Itamar Aguiar, do jornalista Sérgio Fonseca, do estudioso Mover, Lídia Rodrigues, dos artistas Mano Di Souza, Moacir Morcego, Evandro Correia e tantos outros. Assim, o Espaço Cultural vai se tornando num centro de estudos e debates, agora com a presença de jovens estudantes universitários.