jeremias macarioÓrgãos internacionais e até nacionais estão sempre listando o Brasil como um dos piores do mundo em desigualdade social, em desenvolvimento humano, em educação, em saúde, segurança e outras avaliações. Contraditoriamente, é o que mais arrecada impostos (37% do PIB) e o último em retorno desses recursos para a população, ou seja, cobra o máximo e devolve o mínimo.

Mesmo assim, é só o brasileiro comprar um carro e uma televisão nova pra ficar feliz da vida. Com uma TV digital você vai ficar feliz da vida – indaga a repórter de uma emissora – e o entrevistado confirma que sim. Será que somos tão felizes e alegres como apontam estudos e pesquisas porque somos mais conformados e menos indignados com as injustiças? Ou porque somos um povo inculto e com baixa conscientização política?

Avaliação mais recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado Pisa, dá conta que a educação no Brasil está na 38ª posição entre os 44 países no teste de habilidades de estudantes de 15 anos no que tange à solução de problemas de raciocínio e lógica.

Como sempre nos últimos anos, os melhores colocados na avaliação de Leitura, Matemática e Ciências foram os países asiáticos Cingapura, Coréia do Sul e Japão. Nas últimas posições, além do Brasil estão Uruguai, Bulgária e Colômbia.

Com relação às regiões geográficas em nosso país, o Nordeste e o Norte tiveram os piores índices. Existe muita pregação a favor de uma educação eficiente e praticamente nada em termos de priorização, com algumas exceções como a prefeitura atual do município de Lícinio de Almeida, na Bahia.

Temos diagnósticos de sobra dos acadêmicos e especialistas, mas a educação não dá sinais de melhora. Apontam que o governo federal é o que mais arrecada e o que menos contribui. Nada adianta tentar avançar em outras discussões sem educação de qualidade.

É este o país da Copa dos estádios bilionários com mais de 90% deles construídos com recursos públicos, das obras atrasadas, corrompidas e inacabadas, dos projetos de pontes e hidrelétricas majestosas, dos palacetes dos três poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo), mas não é, definitivamente, o país da educação e da saúde. É o país que quer uma cadeira permanente no Conselho da ONU e que alardeia para o mundo ser a oitava potência econômica, mas não é o país da educação. É o país que defende a democracia e a liberdade de expressão, mas não é ainda o país da educação.