CURTA AS CURTAS
DUAS BARRAGENS?
Há anos que os conquistenses sofrem com as constantes crises no abastecimento de água, dependendo das barragens de Água Fria I e II, em Barra do Choça, comprovadamente insuficientes para atender a demanda de mais de 300 mil habitantes. As promessas mais concretas de solução do problema datam da década de 2000 pra cá. Agora, no bojo das eleições o Governo do Estado está anunciando a construção de duas barragens, uma no rio Catulé e outra no rio Pardo. Esta última já foi idealizada desde a criação da Sudene na década de 60. Dá para acreditar? Ainda pedem para não se perder a esperança neste país! É muita gozação! Por isso é que eles estão rindo nos cartazes!
INFERNO!
O trânsito no centro da cidade de Vitória da Conquista virou um verdadeiro inferno para motoristas e transeuntes, sem nenhum sinal de controle. Nas ruas estreitas Dois de Julho, Francisco Santos, praça Caixeiros Viajantes (praça do Índio), início da avenida Siqueira Campos com o fundo do Banco do Brasil, por exemplo, os ônibus travam o trânsito quando entram e saem do Terminal Lauro de Freitas. Sem fiscalização e cada um fazendo o que bem quer, ficou insuportável circular de carro no centro da cidade. Até quando esta situação vai perdurar?
CADÊ A JUSTIÇA ELEITORAL?
Estamos chegando à reta final da campanha eleitoral e desde o início, em agosto, centenas de cartazes e placas de candidatos invadiram os canteiros das avenidas Bartolomeu de Gusmão, Olívia Flores e a Juracy Magalhães, principalmente, numa flagrante desobediência á lei eleitoral que proíbe essas peças nesses locais. Cadê a Justiça Eleitoral de Conquista? Faz de conta que nada vê. Mesmo sem eleições, Conquista já está entupida de propagandas comerciais por todos os cantos, tornando a cidade mais suja, poluída e feia. É preciso que haja um ordenamento de despoluição visual por parte do poder público através de um projeto-de-lei da Câmara de Vereadores. Além da visual, temos ainda a poluição sonora do centro.
ITAMAR INDICA E COMENTA ARTIGO DE ORLANDO SENNA
Dilma, Marina e o audiovisual
Como se diz aqui na Chapada Diamantina, “eleição e mineração só depois da apuração”. Tudo pode mudar, já que “política é como nuvem”, mas as pesquisas de intenção de voto para a presidência da República apontam Dilma e Marina enfrentando-se em dois turnos. E tecnicamente empatadas em ambos. O próprio Lula disse que estamos vivendo “o mais longo segundo turno da história”. Como essas duas mulheres guerreiras estão planejando a política audiovisual de seus possíveis governos?
Em seu plano de governo Dilma promete basear sua política cultural em três linhas: valorização da cultura nacional e diálogo com outras culturas, democratização dos bens culturais e da comunicação, instalação de um Sistema Nacional do Incentivo ao Esporte e Lazer (com instalação de 800 praças de esporte, cultura e lazer em todo o País).
Basicamente, Dilma se compromete a dar continuidade e desenvolver os programas culturais do governo Lula, assentando-se nos bons resultados obtidos pela extensão a todo território nacional das ações e recursos federais, pela inclusão social através da arte, pelos Pontos de Cultura e Sistema Nacional de Cultura. Enfatiza a implantação plena e o crescimento do Vale Cultura, mecanismo que proporcionará uma “nova geração de consumidores culturais”. Quanto à indústria audiovisual, aposta no programa Brasil de Todas as Telas, que teve grande impulso em 2013 e 2014. Leia-se: a Ancine será ainda mais fortalecida.
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BRASIL PARADO E NORDESTE ATRASADO
Nas estatísticas sociais e econômicas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referente a 2013, o Nordeste continua bem atrás em relação às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Brasil apresentou pequenas alterações de avanços e quedas em alguns segmentos. Para 2014, a sensação que se tem é de um ano perdido e de um Brasil parado no tempo.
Há mais de 50 anos se escuta dos governantes e políticos a pregação de redução das desigualdades regionais no sentido de fortalecimento do Nordeste em todos os setores, mas o país continua socialmente dividido com profundas diferenças de educação, renda, analfabetismo e desemprego. Quem vai fechar esta secular ferida da desigualdade regional?
O primeiro superintendente e um dos criadores da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), economista Celso Furtado, tinha a missão de reduzir essa desigualdade, mas no início do caminho dos anos 60 veio a ditadura civil-militar. De lá para cá a Sudene virou fonte de roubalheira dos mais espertos e foi se encolhendo até se tornar num escritoriozinho do qual pouco se fala.
Depois de 50 anos o Nordeste permanece léguas de distâncias do Sul e do Sudeste, conforme comprovam os dados do Pnad. A taxa de analfabetismo do país só caiu alguns pontinhos, passando de 8,7% em 2012 para 8,3% no ano passado. Para uma população total de 201 milhões de habitantes, o Brasil chegou, em setembro de 2013, com 13 milhões de analfabetos.
No país dos brancos e dos pardos (negros só 8,1%), mais da metade dos analfabetos (53,6%) estão concentrados no Nordeste, onde 16,6% dos maiores de 15 anos não sabem ler nem escrever. A região Sul, com 4,2% (veja a diferença) tem o menor índice de analfabetismo. Sudeste tem 4,7%, Norte 9,5% e Centro-Oeste 6,5%.
O percentual de crianças nas escolas (idade entre 4 e 5 anos) passou de 78,1% em 2012 para 81,2% no ano passado. Na faixa dos 6 aos 14 anos do ensino fundamental, a frequência sobe para 98,4%, o que não significa melhora na qualidade da educação, tanto que a participação cai para 84,3% no nível médio e 30,1% no grupo dos 18 aos 24 anos. Os especialistas no assunto não explicam os motivos da queda, mas é só raciocinar.
Quanto ao número médio de anos de estudos dos brasileiros, o percentual oscilou de 7,5 em 2012 para apenas 7,7 anos em 2013. Novamente entra o Nordeste com o pior desempenho registrado de 6,6 anos, contra 8,3 do Sudeste.
No quesito desemprego, o Brasil apresentou baixo crescimento dos postos de trabalho em 2013. A taxa de desemprego subiu de 6,1% em 2012 para 6,5% no ano passado (pior desempenho desde a crise de 2008/2009). No Nordeste (olha ele aí outra vez!) a taxa de desemprego avançou de 7,6% para 8% em 2013, contra 6,6% no Sudeste. Os números já dizem tudo.
A ENERGIA DA CAATINGA
Quem sai de Caetité em direção a Guanambi, logo após uns 15 a 20 quilômetros, entre a caatinga cinzenta da seca e a vegetação dos gerais, se depara com outra visão paisagística de torres gigantes que faz lembrar o livro D. Quixote, de Miguel de Cervantes.
Centenas de aerogeradores movidos pelo vento seco da caatinga se erguem até a entrada da cidade de Guanambi, transmitido energia eólica depois de mais de três anos parados por falta de linhas de transmissão da Chesf, período em que milhões de reais foram pagos à empresa Renova Energia pelos contribuintes sem que recebessem os devidos benefícios.
As linhas de transmissão de energia só começaram a ser interligados às torres, chamadas popularmente de cata-ventos, somente há pouco tempo por falta de planejamento dos nossos governantes, como sempre acontece em nosso rico país de recursos naturais, cujo povo ainda é pobre e paga caro por falta de seriedade técnica dos projetos que levam anos para serem executados.
De simples decorações paisagísticas, cortando a BA-030, somente agora a energia está sendo extraída do vento da caatinga e dos gerais entre os pés de pequis. Como tudo é lento em nosso Brasil do futuro, quem atravessa este sertão do sudoeste vai notar também que as obras da Ferrovia Oeste Leste, a Fiol, estão paradas em vários trechos.
Em diversos pontos, depois de Brumado, na entrada de Ibiassucê e na chegada de Guanambi, só os sinais dos quebra-molas e algumas terras removidas ao longo da BA-262 e da BA-030. No mais, nesta época do ano, a seca castiga o sertanejo e deixa a caatinga cinzenta a perder de vista. Os animais estão sempre em torno dos tanques e lagoas aproveitando o pouco de água que ainda resta.
SOBRE NOSSAS FERROVIAS
NAZARÉ A SÃO ROQUE
Por decreto de 1.157, de 21 de agosto de 1912, o Governo desejava fazer uma ligação férrea de Nazaré a um porto nas águas da Baía de Todos os Santos, passando pelas cidades de Cachoeira e Maragojipe, conectando com o Ramal de Aratuípe. No contrato de arrendamento da Estrada de Nazaré figurava a obra, partindo desta cidade até São Roque. Para tanto, os estudos foram iniciados em 1922, a partir da Fábrica de Óleo, no cais do Porto de Nazaré, em direção ao povoado de São Roque.
No entanto, no contrato de janeiro de 1925 que reformou todos os outros acordos, não há mais referências à construção da linha. Somente em 1931, o interventor Juracy Magalhães mandou fazer sondagens no Porto de São Roque. De acordo com os estudos, o interventor aprovou o projeto em 1932.
Já em 1934, o Governo contraiu um empréstimo de 16 milhões de cruzeiros com a Caixa Econômica Federal (CEF) para construção da estrada até o Porto e reconstrução do trecho Mutuípe até Santa Inês.
Os trabalhos de campo foram iniciados em 1936, bem como instalada residência na vila de São Roque. Em 37 foi feito o assentamento da linha de 32 quilômetros.
PEDRAL INDICA PROJETOS
Sua história e trajetória política ao longo da sua vida não terminam com sua morte em 16 de setembro último. Suas ideias e ideais foram além de Vitória da Conquista. Em seu aniversário, no dia 12 do mesmo mês, o ex-prefeito Pedral Sampaio, antes de declarar injustificável a demora na construção do novo aeroporto, deixou por escrito e assinado um documento onde sugere a realização de vários projetos para o futuro desenvolvimento do município.
No capítulo sobre “Conquista e a Vocação para o Progresso”, Pedral convoca o leitor a confrontar a Conquista antiga com a atual e lembra a estrada de rodagem ligando a cidade com Jequié, construída nos anos 40 do século XX. Na metade da década de 70 só a vila de José Gonçalves tinha energia elétrica fornecida pela Coelba, e Iguá só veio ter o primeiro ginásio na década de 80.
Ao citar que Conquista ainda é pobre em atrações turísticas, Pedral sugere projetos de criação do Parque da Cidade, Mirantes da Caatinga e da Santa Marta (Serra do Periperi), Lagoa do Lomanto associada ao estádio do mesmo nome, o Centro Administrativo Municipal em ligação com a Lagoa das Bateias, além de bosques distribuídos pela cidade, os quais se somariam aos pontos mais atrativos já existentes, como Praça Tancredo Neves, o Cristo e o Poço Escuro. No âmbito cultural, o ex-prefeito ainda indicou as instalações do Museu do Caixeiro Viajante, Museu do Artista Conquistense e do Fotógrafo.
Na sua concepção, o Parque da Cidade seria o carro-chefe dos projetos em virtude da importância da obra que ocupará vinte quilômetros de extensão numa área a partir da margem direita da Av. Bartolomeu de Gusmão (sentido Itambé), onde outrora se localizava o antigo Aguão, até a barra do Riacho de Santa Rita, afluente do rio Verruga, com cobertura das matas Atlântica e Ciliar e árvores frutíferas, tornando-se um Corredor Ecológico.
Fotos de José Carlos D´Almeida
JORNALISTA LANÇA LIVRO EM CAETITÉ
Jornalista Jeremias Macário lança obra única sobre ações da ditadura no interior da Bahia
Na última sexta-feira (12/9) o autor Jeremias Macário lançou em Caetité, com apoio da INB- Indústrias Nucleares do Brasil e Academia Caetiteense de Letras, o livro “Uma Conquista Cassada”. O evento aconteceu na Câmara de Vereadores.
Morando em Vitória da Conquista há mais de vinte anos, para onde se mudara como chefe da Sucursal do jornal A Tarde, Jeremias Macário realizou por sete anos uma detalhada pesquisa sobre a ditadura militar no interior baiano e que veio a culminar com o lançamento da obra “Uma Conquista Cassada: cerco e fuzil na cidade do frio”.
Foram entrevistadas mais de trinta pessoas, que viveram ou testemunharam aquele período, somadas à pesquisa em vários jornais da época, atas da Câmara de Vereadores e registros do período em que Pedral Sampaio foi prefeito de Vitória da Conquista. O lançamento coincidiu com o aniversário de 89 anos do político, cassado pela ditadura militar, que veio a falecer no dia 16 do mesmo mês. Por sinal, foi o último livro que o ex-prefeito leu no leito do hospital Samur.
O lançamento em Caetité foi resultado da parceria entre o Poder Público Municipal, através da Secretaria de Cultura, da Academia Caetiteense de Letras e das Indústrias Nucleares Brasileiras.
Falando pela Academia, o presidente Luiz Benevides ressaltou a importância memorial realizada pelo jornalista. Presente no evento, a caetiteense Renata Santos afirmou que é “bacana estar na minha cidade, e ter Jeremias – uma referência em seus tempos de faculdade – trazendo esta contribuição para a história”. O acadêmico Romilton Ferreira enfatizou que a ditadura militar precisa de um registro mais amplo, relembrando a importância da luta do pastor Jaime Wright e os caetiteenses que foram presos e torturados.
Jeremias agradeceu a oportunidade de vir a Caetité e reforçou que o livro será vendido na Banca de Pêga ao valor promocional de R$ 35,00. Na oportunidade, o autor concedeu entrevista aos locutores das rádios locais presentes.
SECA CASTIGA O SÃO FRANCISCO E O SERTÃO
“Nunca se viu o Velho Chico tão raso nessa época do ano” – relata o jornalista João Martins em sua revista Integração, com fotos desoladoras captadas da lente de sua máquina. Numa ampla reportagem de capa, ele atesta que o rio está cada vez mais assoreado e sendo soterrado aos poucos, para não dizer morrendo em diversos pontos dos seus 2.863 quilômetros de extensão.
O morador da cidade de Malhada, Valdomiro Batista de Jesus, 57 anos, coloca a maior culpa, além da forte estiagem, nos governantes com a construção de represas. “Os afluentes não têm mais água para jogar no rio”. João Martins afirmou que no trecho que separa as cidades de Malhada e Carinhanha, o curso d´água está praticamente interrompido, impedindo a navegação, inclusive de embarcações pequenas.
Na margem esquerda onde fica Carinhanha, o cais é um grande abismo sem qualquer serventia comercial, narra o jornalista, acrescentando que as águas estão tão rasas que se pode atravessar a pé em vários trechos. Os próprios moradores confirmam que nunca viram este quadro, temendo que a situação vá piorar porque a seca só está começando.
A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) informa que contratou serviços de batimetria (quantificação do material a ser dragado) e monitoramento ambiental visando os trabalhos de dragagem do trecho da hidrovia entre os municípios de Ibotirama e Pilão Arcado. A batimetria vai definir o volume de areia ou cascalho a ser retirado do fundo do rio, de modo a permitir a navegação.
Se o Rio São Francisco está morrendo devido à ação do homem e da natureza, o interior do seu sertão está cinzento com mostras visíveis de desertificação em vários locais da região sudoeste, principalmente nas cidades de Anagé, Brumado, Caetité e Guanambi. Muita parte das lavouras foi perdida e os rebanhos começam a sentir a escassez de água. A maioria dos municípios já decretou estado de emergência.
O MOTOQUEIRO E O PNEU
Na BA-262, entre Aracatu e Anagé, motoqueiro transporta o carona agarrado a um pneu, sem equipamentos de segurança. Nas estradas da região, conforme nosso flagrante, a maioria dos motoqueiros roda sem habilitação e documentação das motos. Eles fazem manobras e ultrapassagens perigosas, sem contar que sempre saem, inesperadamente, dos cruzamentos. Foto Jeremias Macário
ITAMAR COMENTA E INDICA ARTIGO DE ORLANDO SENNA
MARINA
No momento em que escrevo essas linhas, madrugada de 15 de agosto, a televisão está reprisando as distintas opiniões de políticos e jornalistas, que foram ao ar durante todo o dia de ontem, sobre a possível postulação de Marina Silva à presidência da República do Brasil, herdando a candidatura de Eduardo Campos, onde estava como vice. A comoção pela morte do jovem, culto, bonito, progressista e indiscutivelmente promissor político pernambucano atingiu em cheio a alma brasileira e abalou a política do País, desestabilizando a campanha eleitoral, apesar de contar hoje com apenas 10% da preferência dos eleitores. O candidato Eduardo Campos estava desenhando com nitidez uma terceira posição com possibilidade de romper o compasso binário da política brasileira nos últimos vinte anos, o dualismo Partido dos Trabalhadores/Partido da Social Democracia Brasileira, PT e PSDB. Possivelmente não venceria as eleições, mas estabeleceria uma triangulação, uma situação mais democrática.




















