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A DERROCADA DE UM IMPÉRIO QUE DOMINOU O MUNDO POR MIL ANOS

A escorcha dos impostos para sustentar os soldados mercenários; um exército corrompido que indicava e derrubava imperadores; a divisão do reino em dois, Oriente e Ocidente; o desgaste do povo (não mais acreditava no estoicismo racional greco-romano)  com os governos e os deuses que não mais satisfaziam seus desejos, preferindo aderir à pregação de uma nova religião chamada cristianismo que prometia vida e esperança além-túmulo; a debandada dos grandes proprietários de terras levando a agricultura ao atraso; a rebeldia de muitas províncias se tornando independentes; as lutas entre tribos e as invasões de bárbaros,  foram, entre outros, os principais fatores que contribuíram para o declínio do Império Romano a partir do século III da era cristã.

O livro “História de Roma”, do autor M. Rostovtzeff, faz uma análise profunda sobre o Império Romano, desde a sua formação tribal com lendas, mitologias e verdades, a época dos grandes reis, o tempo republicano, a revolução dos irmãos Gracos que buscaram implantar uma reforma agrária e foram assassinados, a tomada do poder imperial pelo grande general Caio Júlio César, a consolidação do império por Augusto, o chamado divino filho de César, as depravações e tiranias cometidas por imperadores como Calígula, Nero, Cômodo, Domiciano e outros, as divisões, a escravidão cruel imposta por Roma, a bonança nos séculos I e II, a evolução religiosa e a vida nas províncias até o declínio do Império e suas causas.

O DECLÍNIO

Destaca o escritor no final da sua obra que, após a época de Diocleciano e Constantino, o Império Romano continuou existindo por muitos séculos, dividido, porém, em duas partes, o Ocidental, tendo como capital Roma, e o Oriental, comumente chamado “Bizantino”, porque sua capital Constantinopla, ou Roma dos romaioi, fora fundada por Constantino no local da antiga Bizâncio. A estrutura que esses dois imperadores construíram era nova em seu todo, diferente das concepções greco-romanas, e mais de acordo com as teorias políticas do Oriente iraniano e semita.

Relata Rostovtzeff, que o Império Ocidental foi gradualmente se fragmentando em várias partes, que eram a Itália e as antigas províncias, governadas, em alguns casos, por chefes de diferentes tribos germânicas que haviam tomado alguma parte do mundo romano. Na época de Diocleciano, Constantino e seus sucessores, os germanos se sobressaiam no exército e na corte imperial. No Oriente, o processo de dissolução é mais lento e as velhas tradições são mantidas. A influência do Oriente é mais forte, e o governo tende a adaptar-se aos regimes mais despóticos. O centro de gravidade passa da península balcânica para a Ásia Menor.

QUEDA NA TÉCNICA AGRÍCOLA

Os países, de acordo com o autor, que haviam sido os principais centros da política entram em decadência, sendo substituídos pelas regiões da Ásia e Europa, com importância decisiva na história da humanidade. Antes desempenhavam papel secundário. Os antigos centros começam a entrar em declínio. As condições mais primitivas no âmbito social, econômico e intelectual tomam lugar das velhas instituições. Há modificação dos métodos agrícolas, passando do capital e do científico para rotinas primitivas do atraso. O solo passa a ser tratado por pequenos proprietários, cultivadores ou arrendatários.

Naquela época, o Império possuía muitas terras, mas o problema era encontrar agricultores que pagassem arrendamento, e trabalhadores que cultivassem o solo. A escassez de mão-de-obra era uma prova de que a população deixara de crescer. O baixo índice de natalidade e extinção das famílias se estendiam a outras camadas sociais. A migração da força de trabalho foi interrompida pelo declínio do comércio e da indústria. O lugar era preenchido por estrangeiros do Reno, do Danúbio, germanos, iranianos e eslavos. A inundação da força de trabalho de fora penetrou nas partes centrais do Império, aumentando ainda mais a queda da técnica agrícola e da produtividade.

A atividade industrial que abastecia o mercado local diminuiu sua produção, enfraqueceu e acabou morrendo, e com ela desapareceu o intercâmbio dentro do Império. Embora o Estado cuidasse do transporte do que era necessário à corte, o comércio se ocupava de vender artigos de luxo importados do Oriente, passando às mãos dos mercadores daquela região (sírios, levantinos e judeus). O esplendor oriental tinha grande atração para os germanos e iranianos que ocupavam altas camadas da sociedade.

A prosperidade das cidades foi minada por essas condições econômicas. As grandes resistiram por mais tempo. Ainda no século IV eram erguidos grandes edifícios em Roma, mas no século seguinte acontece a decadência. A nova capital, Bizâncio-Constantinopla, transformou-se na capital do mundo, de luxo abundante, adornada de uma arquitetura imponente nos palácios e igrejas. Alexandria, Cartago, Éfeso, Antioquia ainda sobreviviam, bem como Ravena, Mediolano (Milão),Trèves, Nicomédia e Nicéia, onde os coparticipantes do poder real mantinham suas cortes.

Desaparecimento da classe média

As igrejas cristãs e os mosteiros eram os únicos prédios novos. O mato começou a crescer nas cidades e os antigos edifícios entraram em deterioração. O aspecto social e econômico permaneceu o mesmo dos tempos de Diocleciano e Constantino, ou seja, conservou as mesmas feições do século III. O imperador com sua família e cortesãos, oficiais, altos prelados e a burocracia constituíam as classes superiores. Todos tinham bens, em proporções variáveis, principalmente de terras.

Na escala social vinham depois os negociantes e especuladores, na maioria semitas. A classe média urbana estava desaparecendo com suas antigas famílias se misturando à ralé que trabalhava para o Estado, ou entre a população rural (serva do poder ou dos grandes senhores). A escravidão, mesmo como instituição, foi perdendo sua importância econômica.

Cita o autor do livro, que a capacidade de trabalho decaiu, os gostos se vulgarizaram e um pequeno grupo de privilegiados foi entrando em decadência, como o nível intelectual. As escolas existiam, mas já não atraiam quase ninguém, a não ser entre as classes superiores que cuidavam de preparar seus alunos para o serviço público. A educação básica se resumia no aprendizado do grego, do latim e do conhecimento dos principais clássicos. Uma educação superior incluía a retórica (falar, escrever e estudar assuntos jurídicos).

A LEI DO MUNDO

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UMA DEMOCRACIA DO MEDO E UMA OPOSIÇÃO COM PALAVRAS DE ORDEM

Reage Brasil! Nossa pátria está sendo desmantelada e estamos na boca de uma ditadura, num governo civil mais militar da sua história, como assinalou o escritor Luiz Veríssimo, ao fazer um veemente apelo para esquecermos nossas diferenças, porque isso é uma zona de guerra.

Ao ataque contra os brasileiros, o Brasil precisa repetir os movimentos organizados do tipo das “Diretas Já”, a “Passeata dos 100 Mil”, na Cinelândia, “Os Caras Pintadas dos Jovens”, e outros tantos que marcaram nossa história mais recente, num palanque unido de lideranças políticas progressistas, estudantes, professores, operários, intelectuais e artistas para, numa só voz, dar um basta nessas agressões ao nosso povo e às instituições democráticas, as quais estão ameaçadas de sucumbir, para dar lugar a um totalitarismo tupiniquim.

Todos têm que caminhar juntos porque “quem sabe faz a hora não espera acontecer”, como alerta a canção do poeta. Não mais funciona esses protestos desorganizados com palavras soltas de ordem, nem bravatas nas redes sociais com xingamentos. Para ele, qualquer adversário é um comunista potencial de alta periculosidade que merece ser eliminado, e vai continuar nos ofendendo e nos chamando de vagabundos, como fez com o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que teve seu pai Fernando Santa Cruz morto pela ditadura civil-militar em 1974. Como se não bastasse, atacou a Comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, cujo pai, Alberto Bachelet, foi morto pelo sanguinário Augusto Pinochet, elogiado pelo dito cujo capitão-presidente.

O AVANÇO DA EXTREMA

Primeiro foi o avanço conservador dos evangélicos na política, uma bancada ruralista gananciosa em destruir o meio ambiente e uma corja da bala engatilhada para matar, todos destilando ódio. Para representar essa mistura indigesta de ultradireita nazifascista, aparece na plateia uma figura inexpressiva, mas raivoso, homofóbico e misógino o suficiente para agredir mulheres, gays, ativistas sociais, defensores da liberdade e dos direitos humanos, vítimas da ditadura e se posicionar a favor dos torturadores, pregando soberania nacional e patriotismo. Na sua visão maluca moralista, como se estivesse ainda numa guerra fria, onde o comunismo era e ainda é para ele o satanás, todos são vagabundos e inimigos da nação, uma terra fértil para semear suas ideias.

Do outro lado, uma esquerda desvairada com  palavras de ordem de é “nós contra eles” (ainda continua até hoje), que se juntou a uma escória da pior espécie e confabulou para roubar e tirar proveito próprio, colocando como escudo de proteção para montar suas tramas em nome do poder, as políticas públicas e os programas sociais de melhorias das camadas mais pobres.

No início, todos confiaram no altruísmo de tudo mudar através da ética, da transparência, da honestidade, do combate aos corruptos e aos oportunistas safados da política. No entanto, houve uma explosão de escândalos e desmandos. Os ratos aliados deixaram o barco, e o mingau desandou de vez. O ciclo ruiu, o castelo desmoronou e o reino se dividiu com rangeres de dentes caninos.

O BRASIL EXCLUÍDO

Nesse cenário de desordenamento político, onde o bem do Brasil foi o maior excluído, em detrimento da individualidade ideológica e do interesse partidário corrompido, era previsível e estava notório que a extrema-direita estava ocupando seus espaços. Desenhei este quadro há anos, embora ninguém acreditasse, alegando que não havia clima para tanto, que as instituições estavam fortes e firmes para afastar qualquer lunático.

Como num filme de terror, o cara se apresentou com sua motosserra destruidora de ataques à liberdade, prometendo “limpar a área” no que ele mesmo classificou de lixo e vagabundos os ativistas da igualdade de gênero, da preservação do meio ambiente e da elevação do nível de conhecimento através da educação, da cultura e da pesquisa científica.

Praticamente, ninguém acreditou no doido, nem que a extrema chegasse ao poder, mas o país inculto, dividido e cheio de ódio, resolveu dar uma resposta ao outro lado através do voto, como forma de vingança contra aquele que se dizia uma jararaca, e que para matá-la tinha que pisar em sua cabeça. A esquerda (uma parte continua no seu próprio pedestal) ainda insiste manter suas palavras de ordem, enquanto o Brasil do “Bozó”, eleito numa democracia do medo, está sendo constantemente atacado com os cortes na educação e na pesquisa.

TERRA ARRASADA

Este Brasil assiste triste a negação da ditadura, e ouve elogios aos torturadores. Tem que aturar todos os dias o seu discurso nacional fascista de desmantelamento das instituições, desrespeitando e colocando nelas nomes da sua linha extremista e sem mérito. Este Brasil está sendo massacrado pela sua política de terra arrasada ao meio ambiente, em favor dos ruralistas, e seus filhos, que ainda não optaram pelo silêncio, sendo chamados de bandidos comunistas.

Assim, o cara despreparado e imbecil vai encontrando terreno para atacar de todos os lados, sem encontrar resistência da oposição que se fecha em suas quadras individuais, com palavras de ordem. Ninguém quer falar num pacto democrático para repudiar e combater o autoritarismo que vai avançando com sua tropa de armas nas mãos, que já anuncia a censura, o fim da Ancine, como ocorreu com a Embrafilme no tempo de Collor, e inclui todos progressistas de esquerda como adversários comunistas vagabundos que precisam ser torturados e morrer.

ESMAGADOS PELO RETROCESSO

O cara está transformando o Brasil numa republiqueta primitiva, símbolo do atraso, com uma “democracia” ao seu estilo, e não se sabe quando seus seguidores vão despertar para a realidade do mal, se isso vai acontecer um dia. Aos poucos, os brasileiros vão sendo esmagados e triturados pela máquina do retrocesso, caindo na miséria intelectual, social e política. É como se fosse a invasão de um extraterreno tomando nosso planeta particular, roubando as esperanças do viver livre.

Em oito meses de destruição (a Amazônia em Chamas), ele e sua tropa, nomeada pela sua linha extremista, já adotaram atos de censura, como agora com uma revista no Rio de Janeiro; indicaram, sem consulta, um Procurador Geral da República e o filho do chefe para a Embaixada dos Estados Unidos; pretendem fechar a UNE -União Nacional dos Estudantes e a Ancine (Agência de Cinema); querem expulsar os indígenas de suas reservas;  cortaram verbas da educação e da pesquisa, sem contar as inúmeras barbaridades proferidas contra nossa gente que ainda acredita num Brasil melhor.

No exterior, a imagem do nosso Brasil, tão admirado pelo seu futebol, seu samba e um povo alegre e acolhedor, é a pior possível, devido à sua política retrógrada e as ofensas preconceituosas contra a esposa do presidente francês e a primeira ministra da Alemanha, Ângela Merkel. Em sua cabeça doentia psicopata, ditadura só existe de esquerda, e ainda propaga que seu governo não tem ideologia. De tanto falar da Venezuela, o Brasil está virando uma, só que às avessas, por uma trilha fascista de ultradireita, conservadora e primitiva, onde já estamos na etapa da democracia do medo, com uma oposição  que insiste em flutuar nas palavras de ordem.

 

 

SUSPENSO NO AR

De um lado, a tecnologia destrói o ser humano quando este se deixa levar pelo vazio material do simples prazer egoísta, mas, do outro lado, leva conforto, conhecimento e lazer quando é bem utilizada com sabedoria, como no bonde do Corcovado, no Rio de Janeiro – um flagrante do jornalista Jeremias Macário em suas andanças da vida – que suspenso no ar nos oferece uma bela vista da cidade maravilhosa. Pena que do alto podemos ver outra triste realidade dos morros violentos onde manda a lei do fuzil e da metralhadora. Lá embaixo temos paisagens lindas e feias, infelizmente, um retrato do contraste do nosso Brasil, tão desigual, e agora sendo atacado pelo retrocesso de um maluco desembestado que quer crivar nossa democracia de balas.

MEMÓRIA

De algum lugar da selva,

de gente pobre submissa,

o guerrilheiro firme resiste

redigindo sua carta,

para sua adorada Marta,

acreditando na vitória,

de construir uma justiça,

para mudar nossa história.

 

De algum lugar da selva,

vive uma senhora lenhadora,

onde as réstias da luz do sol,

disputam espaços nas folhas,

revigorando o social ideário,

de um guerrilheiro solitário,

que foi crivado de balas

pela traiçoeira metralhadora.

 

Veio a fúria do vento forte,

cuspindo fogo pelas ventas,

no disfarce de uma chicória,

que com seu cutelo da morte,

devorou a nossa memória.

 

Sem o direito de nem pensar,

quanto mais de se expressar,

os contras foram torturados

e levados ao sacrifício do altar.

 

Os sobreviventes dos horrores,

ainda temem seus algozes,

como os cães mais raivosos

que ainda causam as dores,

ultrajando a nossa memória.

 

De uma noite para o dia,

a lua cheia ficou vazia;

foi-se embora toda ternura,

porque o carrasco teve anistia,

e a família do desaparecido

ficou sem fazer sua sepultura.

 

Pior ainda é perdurar as trevas,

sem a punição dos assassinos,

que executaram os meninos,

e agora querem outra vez voltar,

para massacrar e humilhar

quem já foi arrastado do seu lar.

 

Está entalado em nossa garganta,

o grito proibido da verdade

dessa memória ultrajada,

que ainda não saiu do porão,

para punir toda brutalidade,

dos generais de plantão.

AINDA AS MULTAS GERARAM POLÊMICAS NA SESSÃO DA CÂMARA

Um bate-boca entre o presidente da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, Luciano Gomes e o vereador David Salomão abriu os debates na sessão de ontem (dia 04/09) do legislativo sobre a questão das indicações feitas pela Casa nos três últimos anos e não cumpridas pelo poder público, mas as multas de trânsito ainda foram motivo de polêmicas, como nas reuniões passadas.

Na maioria dos pronunciamentos dos vereadores, percebe-se uma inversão das funções do legislativo, cujo principal papel é fiscalizar o executivo. Nessa troca de valores, o parlamentar passou mais a se preocupar em construir e mostrar obras para seus eleitores do que fiscalizar as ações do governo. Com o passar do tempo, implantou-se no Brasil a cultura do assistencialismo onde o parlamentar está mais preocupado em propor indicações e cobrar emendas do que fiscalizar o executivo.

AS MULTAS

O primeiro a falar foi o decano Álvaro Phiton que fez referência ao trabalho do ex-prefeito já falecido José Pedral no distrito José Gonçalves, numa forma de chegar ao que Hérzem Gusmão vem realizando lá no seu atual governo, mas veio à tona o assunto das multas quando o parlamentar desmentiu e desafiou quem provasse as notícias de que a Secretaria de Mobilidade Urbana estivesse aplicando multas no local contra motoristas.

Ai o colega Edmilson Pereira usou a palavra para comprovar, através de imagens de celular e notificações, que os agentes da Secretaria fizeram diversas autuações no distrito de José Gonçalves, conforme foi noticiado. Álvaro afirmou que as informações chegadas se tratavam de boatos. Foi o bastante para o parlamentar Rodrigo Moreira também criticar a ação da prefeitura, condenando a intenção de assim agir para aumentar a arrecadação.

Na ocasião, Moreira anunciou que entrará com um pedido de requerimento para que o secretário da pasta compareça à Câmara para explicar possíveis declarações suas de que existe uma meta para atingir nas cobranças das multas no município. Em sua opinião, deve haver uma orientação humana e educacional, e não o intuito de transformar o processo numa “indústria das multas”. Existem 22 câmaras vigiando o trânsito na cidade.

O vereador Sidney Oliveira voltou a tratar do problema da rotatória do aeroporto Glauber Rocha, na BR-116, de acordo com ele, uma “rotatória da morte”, onde em pouco tempo já ocorreram dois acidentes. Disse que o Governo do Estado precisa com urgência construir um viaduto no local antes que aconteça uma tragédia.

INDICAÇÕES E LITÍGIO

Sobre a discussão entre o presidente da Câmara e David Salomão, o assunto girou em torno das indicações. Salomão queria que a Casa incluísse as indicações de obras não concretizadas pelo atual prefeito na lei orçamentária para 2020, no que Luciano Gomes rebateu que não seria possível fazer isso. O debate se acirrou, e Salomão ameaçou entrar com um pedido de impeachment contra o executivo, no que Luciano respondeu que estava no seu direito.

Outro problema levantado pelos vereadores Coriolano Moraes e Bibia foi quanto o litígio entre os municípios de Conquista e Anagé no que diz respeito ao limite de fronteiras onde estão situados mais de 30 povoados, os quais podem ficar com Anagé pelo andamento das discussões na Assembleia Legislativa do Estado. Os parlamentares defenderam que haja um plebiscito entre os habitantes locais para se chegar a um consenso.

Na sessão de ontem, o presidente da Associação dos Moradores de Lagoa das Flores, Marcelo Brito, usou a Tribuna Livre para reivindicar melhorias para o bairro, maior produtor de horticultura do município. Ele listou ruas esburacadas, falta de drenagem (alagamentos nas casas quando chove), iluminação precária, deficiência dos serviços nas áreas da saúde e na educação, dentre outras necessidades, que o poder público tem deixado de realizar.

 

A MOSTRA DE CINEMA CONQUISTA CONTINUA RESISTINDO POR 14 ANOS

Como na frase de Curisco “Eu não me entrego não”, assim tem sido a nossa expressão cultural no Brasil diante das intempéries, dificuldades e retrocessos de muitos governantes como do atual que já fala em censura e até em acabar com a Ancine. Uma das resistências tem sido o cinema e, no caso específico, a 14a Mostra de Cinema de Conquista, que está sendo realizada no Centro Cultural Camilo de Jesus Lima, de 1º a 6 de setembro, com curtas, longas, mesas temática, oficinas, conferências, homenagens e artes.

Nesta Mostra, o homenageado é o baiano de Vitória da Conquista, cineasta Glauber Rocha, que estaria completando 80 anos se vivo estivesse com apresentação de muitos mais filmes em sua trajetória de transformação, com uma máquina e uma ideia na cabeça. O que ele hoje estaria dizendo e esbravejando sobre este governo que se posiciona como inimigo da cultura, cortando verbas da educação e falando impropérios contra os nossos artistas? Talvez fazendo outra versão de Terra em Transe, ou Deus e o Diabo na Terra do Sol.

UMA REPÚBLICA LIVRE

Ontem, no documentário “1798 – Revolta dos Búzios”, de Antônio Olavo, onde retrata fato histórico que aconteceu na Bahia no final do século XVIII, quando centenas de negros, inspirados na Revolução Francesa de 1789, conspiraram para derrubar o Governo Colonial, proclamar a independência e implantar um República livre no Brasil, abolindo a escravatura, centenas de estudantes ocuparam o Centro de Cultura para conhecer este episódio, há séculos desconhecido dos alunos e por muita gente. Quem não conhece sua história e seu passado é um submisso da ignorância, e é utilizado como massa de manobra.

Outros filmes nacionais de importância seguem até o dia 6 na programação da 14ª Mostra de Cinema Conquista, que tem o apoio cultural do Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia, da Diretoria Audiovisual do Estado, do Centro de Cultura, da TV Sudoeste, da Cervejaria Devassa e do restaurante  Mário do Sertão. Conta também com apoio institucional da UESB -Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. É uma produção do Movimento Cultural e Arte e realização do Instituto Mandacaru de Inclusão Sociocultural. Tem ajuda financeira da Prefeitura Municipal de Conquista e do Governo do Estado.

A Mostra não está sendo realizada apenas no Centro de Cultura, mas também conduzida para outros cantos do município, como aos distritos de Baté-Pé, Iguá, Inhobim, Pradoso e São Sebastião, e ao Bairro da Urbis VI, com entrada franca. Na sua 14ª edição, a Mostra já é um evento consolidado que acontece todos os anos em Conquista, que sempre prestigiou o cinema nacional de autores baianos e brasileiros, na terra de Glauber, que transpôs fronteiras e tem reconhecimento internacional, com suas obras provocativas e polêmicas, típicas do seu temperamento explosivo e até mesmo imprevisível em muitos momentos da sua história.

É, sem dúvida, uma iniciativa louvável, mas Conquista, a terceira maior cidade da Bahia, carece de outras atividades culturais que contemplem as demais linguagens artísticas, como a literatura, a música, as artes plásticas, a dança e o teatro, principalmente, isto girando em torno da implantação de uma política cultural planejada. Precisamos, por exemplo de uma feira do livro, de um festival da música e de uma exposição de artes plásticas que prestigiem e estimulem os talentos da terra e da região.

VIDA E MORTE NA CANDELÁRIA

Na foto do jornalista Jeremias Macário em suas andanças da vida, a Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, representa vida e morte, como é o caminho natural de todos nós. Vida porque a Candelária sempre foi espaço ocupado para protestos de jovens e adultos em favor da vida, da liberdade e por uma Brasil melhor para se viver, ou como se diz, um país do futuro. Neste lindo espaço, milhares se concentraram para denunciar os desmandos e as mazelas dos nossos governantes. Morte porque foi ali que um grupo de exterminadores executaram nossos inocentes meninos de rua, numa fria noite em que cada um procurava o calor humano no outro para se esquentar, entre papelões e  velhos  cobertores. Este é o país que não zela pelos seus filhos, e elimina milhões por falta de assistência social e econômica. Nossa Candelária só deveria ser símbolo de vida, mas, infelizmente, é também de morte.

VOU ASSIM…

Poema de autoria do jornalista e escritor

Jeremias Macário

O sol no dia de fim,

descamba rajado de se ver,

com raios de fogo no ar,

e leva minha vida de viver,

como escrito na profecia,

grudado vai ficar,

o seu cheiro de alecrim.

 

Por aqui ainda em lidas,

as folhas são sacudidas,

como caniços ao vento,

no vai-vem do arrebento,

e a água no quebra-mar,

serena a se acalmar.

 

Vou assim na vida,

lambendo a minha ferida,

tratado como genérico,

de povo africano escravo,

português de rosto ibérico,

lutando como um bravo,

nesta sociedade indiferente,

que engana e se alimenta,

do sistema desta gente.

 

Vou indo assim devagar,

com meu feijão com arroz,

no desvio dos malfeitores,

às vezes o ontem e o hoje,

o amanhã e o depois,

ora cheio de raiva,

ora tomado de amores.

 

Vou no meu devaneio,

de quem nunca teve lar,

sem carta e sem e-mail,

como perdido das ruas,

com a cara na janela,

caçador e caça da vez                            ,

criado numa gamela,

de um mercado tarado,

que todo fim de mês,

enche de contas a pagar,

toda caixa de correio.

 

Na inversão do normal,

na viagem do galopeio,

vou assim no meu trote,

firme no meu arreio,

brandindo meu chicote,

contra esta trama imoral,

que do açúcar fez sal,

fez do errado o correto,

dizendo que sou inseto.

JORNALISTA É HOMENAGEADO PELA CÂMARA COM MOÇÃO DE APLAUSOS

Na sessão desta quarta-feira (dia 28/08), o jornalista e escritor Jeremias Macário foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista com uma moção de aplausos pelo lançamento, no dia 14 de junho, do seu mais novo livro “Andanças”. A indicação foi feita pelo presidente do legislativo, Luciano Gomes, e aprovada pelos parlamentares da Casa.

O livro “Andanças”, uma mistura de realidade com ficção, traz em seu conteúdo, contos, causos, histórias e poemas, muitos dos quais musicados por artistas locais e até de Fortaleza (Ceará). Foi lançado em Conquista em duas datas, em Jequié e em Guanambi. Deverá ainda ser apresentado em Salvador, Itapetinga, Brumado, Caetité, Bom Jesus da Lapa e Montes Claros (Minas Gerais) em datas ainda a combinar.

A Cultura Agoniza

Na ocasião, Macário fez um rápido pronunciamento em defesa da cultura que, segundo ele, vive momentos difíceis e em estado agonizante, que precisa de socorro da sociedade em geral e dos poderes públicos. Destacou que a situação crítica já perdura há muito tempo, e desabafou que, infelizmente, Conquista não conta até hoje com uma política cultural, mas com um calendário de festas, resumindo ao São João e ao Natal.

Dirigindo-se à Câmara, sugeriu que esta realize uma sessão especial para discutir o tema com os artistas da música, da literatura, da dança, do teatro, das artes plásticas e de tantas outras linguagens da nossa cultura. Afirmou que a Secretaria de Cultura do Município não dispõe de um orçamento próprio para apoiar a arte, nem no âmbito logístico, como pagar o aluguel de cavaletes para uma artista expor seus quadros.

Em sua fala, ressaltou ser triste uma cidade de 350 mil habitantes, a terceira maior da Bahia, não promover uma feira do livro, um festival da música, uma exposição de artes plásticas ou outro evento da mesma natureza, enquanto cidades menores realizam atividades de apoio aos seus artistas locais e à cultura popular. Para ele, nossa cultura está sendo massacrada, e nunca se tem recursos para ela, nem nos bons tempos.

O homenageado com a Moção de Aplausos foi prestigiado pelos vereadores, contando ainda com as presenças de sua esposa Vandilza Gonçalves e pelos amigos José  Carlos D´Almeida, professor Itamar Aguiar, Carlos Gonzalez, Evandro Brito e sua esposa Rozânia, professor Jovino Moreira, Gildásio Amorim, Raimundo Lezer, além de colegas de profissão, a maioria representando o “Sarau A Estrada” que completou novo anos de atividades em julho de 2019.

CÂMARA QUESTIONA AS MULTAS DE TRÂNSITO E A SITUAÇÃO DA SAÚDE

Uma “fábrica de multas” de  trânsito foi como a maior parte dos vereadores de Vitória da Conquista classificou a ação da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Mobilidade Urbana, alvo de duras críticas na sessão de ontem (dia 28/08), que também questionou a precarização na saúde, para eles, um estado lamentável no atendimento e na falta de medicamentos.

O primeiro a levantar o tema das multas foi o cidadão Romeu dos Santos, que, ao usar a Tribuna Livre,  considerou um absurdo o que vem ocorrendo na cidade, uma vez, segundo ele, que o próprio secretário de Mobilidade Urbana declarou que iria dobrar a arrecadação das multas para fazer caixa. Ele condenou o procedimento, ao invés de procurar educar os motoristas.

MULTAS E SAÚDE

Os vereadores Valdemir Dias, Fernando Vasconcelos, Márcia Viviane e David Salomão foram na mesma linha das multas cobradas pela Prefeitura, entendendo ser uma prática absurda. Dias e Viviane afirmaram que o assunto é recorrente na cidade, citando que o mais grave é que a Secretaria faz de tudo para impedir a defesa do “infrator”.

Viviane foi mais além, assinalando que a prática tem sido corriqueira e arbitrária.  Valdemir, por sua vez, tratou de outros temas como da saúde, da falta de um centro de zoonoses em Conquista, do troca-troca de chefias e secretários no atual poder executivo. “Na administração não se deve admitir amadorismos”.

Outro a ocupar a Tribuna Livre foi o ex-vereador Antônio Carlos “Babão” que preferiu falar do problema da saúde no município, afirmando que há três meses o Posto de Saúde do Bairro Ibirapuera não tem remédio e nem internet. De acordo com ele, a saúde de Conquista está “doente”, e tem lugares que não contam com água e lenço.

Também, o vereador Danilo “Kiribamba” tratou da questão da saúde, denunciando que há meses a Prefeitura Municipal não fornece passagens para crianças com problemas se tratarem fora do município. Seu colega Cícero Dantas, destacou que a saúde nos postos está precária, apontando existir muita demora e burocracia na marcação das consultas.

“Kiribamba” ainda criticou o Governo do Estado que retirou o SAC do Shopping Conquista Sul para o Bulevar Shopping, e apelou para que seja instalada uma unidade de atendimento ao cidadão também no Bairro Brasil.

Esta proposição foi acompanhada de outros colegas da Câmara, como da vereadora Lúcia Rocha, que condenou o que ela chamou de desmonte do SAC, no lugar de criar novos postos para facilitar a demanda da população.

O parlamentar, Álvaro Phiton, o decano da Casa, ao esclarecer o seu voto, na sessão passada, com relação ao projeto de proibir as blitz na cidade, juntamente com outros 16 votantes, disse ter votado contra por se tratar de um assunto do âmbito estadual, mas se posicionou contrário à apreensão de veículos quando o dono está em atraso com o IPVA, comprando ao IPTU onde a prefeitura não pode tomar a casa da pessoa quando esta deixa de pagar a taxa. Álvaro concorda com as blitz quando são feitas para pender ladrões

CPI dos Combustíveis

O parlamentar Coriolano Moraes preferiu falar do andamento da CPI dos combustíveis, para apurar o abuso cobrado pelos postos de gasolina. Adiantou que a Comissão está fazendo uma comparação, ou perfil, nos preços entre Jequié até a Divisa com Minas Gerais, de Itapetinga até Aracatu para avaliar os custos nas bombas em Vitória da Conquista. Prometeu concluir o relatório em duas semanas.

Com seus costumeiros tapas na mesa, David Salomão fez veemente desabafo de que existe um cartel dos combustíveis em Conquista, e que não tem medo em denunciar os responsáveis, chamando-os de canalhas a quem se opôs ao seu projeto de proibir as blitz em Conquista, com o argumento de ser inconstitucional.

Por fim, falaram os parlamentares Luís Carlos Dudé e Edvaldo Ferreira sobre as obras realizadas pelo Prefeitura Municipal, como as praças e outros serviços entregues à comunidade. Dudé elogiou os serviços prestados ao município pelo professor Itamar Aguiar que estava presente na plenária. Como líder do governo na Câmara, Ferreira aproveitou a palavra para apresentar um resumido relatório das atividades do atual executivo e suas ações no legislativo.

 

 

 





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