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:: 18/abr/2018 . 22:51

HOUVE UM TEMPO DO “VELHO CHICO” QUE FOI DESTRUÍDO PELOS HOMENS

Não mais existem as matas ciliares verdes e floridas que margeavam o “Velho Chico” como aconchego dos bichos e alimento dos pássaros. Houve um tempo dos peixes em abundância que acudiam os ribeirinhos quando sentiam fome. Não mais o vento ameno como antes vindo das águas que balançava as árvores e soprava frescor nas cidades. Foi-se o tempo dos vapores que subiam e desciam desde Minas Gerais a Alagoas. Não mais existem as lavadeiras cantadoras e ganhadoras. Até os mitos e as lendas se foram.

Com o tempo, as ações predadoras dos homens gananciosos levaram os bons tempos da fartura e da integração entre a vida viçosa de um rio navegável e seus habitantes que dele se serviam. Sem mais o vento anunciador das boas notícias de suas nascentes. Hoje choram o “Velho Chico” e o próprio homem que vive a orar ao próprio Deus que mande chuva para acalmar os espíritos “vingativos” da seca. A terra perdeu o cio e suas águas viraram bancos de areia de um volume morto, ou ficaram salobras na sua foz. O rio que já foi mar vive ecos de um tempo passado que foi destruído pelas ações malignas dos homens.

O estrago ao longo do tempo foi feito, não repondo o que retiraram e não revitalizando o que dele extraíram, como se a seiva nunca fosse acabar. Nunca se imaginava que um dia não se ia ter água nem para saciar a sede. As chuvas batidas só fazem o homem irracional esquecer de que basta outro tempo de estiagem, sem ventos e sem nuvens carregadas, para tudo terminar com as lavouras e com as monstruosas barragens erguidas. Como disse o profeta, o mar vai para sempre virar sertão, e quase ninguém irá mais falar dos bons tempos e dos ventos do passado.

AS CHUVAS NÃO APAGAM AS RUÍNAS

Há uns dez ou quinze anos, a Assembleia Legislativa da Bahia, com especialistas no assunto, membros do Comitê da Bacia do São Francisco e representantes ambientalistas, elaborou uma campanha de proteção do rio e produziu um vídeo onde mostrou as ruínas e os escombros deste patrimônio nacional. De lá pra cá, quase nada foi feito de benéfico, só degradação e ficar esperando por chuvas, como se elas fossem a salvação definitiva.

 

Há pouco tempo, entre novembro e dezembro de 2017, a capacidade da Barragem de Sobradinho atingiu seu ponto crítico de 1,6%, a mais baixa da sua história. O clamor foi geral, e o “Velho Chico” entrou em estado terminal em seu leito. O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco denunciou a triste realidade e o governo federal falou em recursos para sua revitalização, os quais nunca chegaram como prometido.

Com as chuvas do início do ano, o seu volume útil elevou-se para 36,50% em abril. No mesmo mês do ano passado, a reserva era de 15,83%, segundo a Agência Nacional de Águas, por causa do baixo índice pluviométrico em Minas Gerais e oeste da Bahia onde estão os principais afluentes (Corrente e Rio Grande).

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