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ATLAS DE CONQUISTA

 

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Um trabalho inédito de grande importância para estudantes, educadores, historiadores, sociólogos, jornalistas e geógrafos, o “Atlas Geográfico de Vitoria da Conquista” foi lançado ontem à noite (dia 12/030), na Casa Régis Pacheco, pelos professores e doutores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb, Altemar Amaral Rocha e Ana Emília de Quadros Ferraz.

Numa iniciativa própria e independente, a obra que contém dados de mapas, clima, solo, dimensões, riquezas naturais entre outros itens sobre o município, levou cerca de dez anos para ser elaborada. De acordo com os autores, não existe na Bahia e no Brasil, na esfera municipal, um trabalho específico desse porte geográfico tão rico em detalhes.

É mais uma conquista independente de pesquisadores e até mesmo de escritores que nos últimos anos têm se debruçado em colocar Vitória da Conquista no mapa do conhecimento. Dentre tantos outros, é mais um legado para as atuais e futuras gerações do município, desta vez na área da geografia.

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É mais um espaço preenchido por iniciativas próprias de estudiosos em determinados setores que, infelizmente, não têm contado com o devido apoio e atenção da parte do poder público. É mais uma mostra da lacuna deixada pelas instituições públicas que deveriam investir seriamente nesse segmento da pesquisa, da tecnologia e da cultura regional.

 

“ESTOU CAGANDO…”

O cara que diz que está “cagando nas cabeças desses cornos” que o acusam é o mesmo que chegou aqui na nau Cabrália em forma de morotó e depois virou bicho grande comedor de onça, lobos, capivara e leão.

É o mesmo cara que rouba a energia e a água do vizinho. É o cara que olha do alto da sua torre de marfim e acha que todos que estão lá embaixo são otários e imbecis. É o mesmo que do alto do seu poder se considera intocável e impune com a missão de até matar, se for possível.

Por este país a fora, é o mesmo que lhe vende um bilhete falso de uma loteria, ou passa o “conto do vigário” para roubar sua bolsa. È também o mesmo que passa irregular num posto da polícia rodoviária dando uma bela gorjeta para o guarda.

É o cara que fura a fila e o mesmo que nela fica para vender o lugar para outro que aceita por entender que é assim mesmo porque o serviço público não funciona a contento e numa vai ter jeito. É o professor ou o médico plantonista que queima o trabalho.

É o mesmo que acredita que não importa roubar, tanto que se faça alguma coisa. É o cara que chama todo mundo de “negada”, de bando, rebanho e outros termos depreciativos. É o mesmo que aceita esta linguagem sem reagir, por considerar que o cara é popular e está ao seu lado para brigar pelos seus direitos.

É o cara que quer levar vantagem em tudo como na “Lei de Gerson” e só se preocupa em se dar bem na vida, mesmo que os meios justifiquem os fins. É o cara que só dar o peixe porque sabe que vai calar a boca do ignorante acomodado que se contenta em ficar na pobreza eterna.

É o Macunaíma, de Mário de Andrade, o Capiroba, de João Ubaldo Ribeiro ou aquela figura de terno e gravata que com sua lábia bonita pronuncia um monte de clichês políticos que impressionam a multidão. É o mesmo que compra e o mesmo que vende o voto por um mísero favor ou uns trocados.

Por tudo isto e muito mais, a situação em que atualmente se encontra o nosso país já era previsível. É o acúmulo de muitos anos de tudo o que não presta. É como uma promissória falsificada que só se descobre a roubada em que se meteu no dia do seu resgate. Não podemos é ser farinha do mesmo saco.

Aí, meu amigo, o cara vai lhe dar uma desculpa qualquer ou lhe dizer que ele também foi enganado e que todo mundo faz assim. Se todos recebem propinas, tudo está justificado. Chegamos ao ponto que não adiante só trocar de patrão se a coloração política ainda é pior. Eles se acham donos de todos nós e vão continuar nos tratando de rebanho.

 

PEPETELA E A ALMA DE ANGOLA

 

De Orlando Senna

Blog Refletor Tal-Televísión América

Indicado pelo professor Itamar Aguiar

Angola está celebrando 40 anos de independência, ocorrida em 1975 quando Portugal devolveu a soberania do país aos angolanos, depois de meio milênio de dominação. A construção de uma Angola independente, durante essas quatro décadas, não foi, nem está sendo, nada fácil. Teve de superar uma guerra intestina entre os três grupos armados que lutaram pela independência (MPLA, UNITA, FNLA), que só terminou em 2002, e tentativas de invasão por parte da África do Sul, do brutal regime do apartheid.

O MPLA-Movimento Popular de Libertação de Angola controlou a situação e fixou-se no poder, sob a liderança do poeta Agostinho Neto e pautado pelo marxismo-leninismo, que foi substituído no final da década 1990 por um sistema de economia de mercado e democracia multipartidária. Multipartidária em termos, já que, após a morte de Agostinho Neto em 1979, ocupou o poder o engenheiro José Eduardo dos Santos, que está completando 36 anos como presidente.

Especialistas em política africana dizem que as reeleições se devem ao bom desempenho de Santos na administração das maiores riquezas de Angola, petróleo e diamantes, mas os problemas sociais e econômicos são muitos, além de suspeitas e acusações de corrupção (Isabel dos Santos, filha do presidente, é considerada a mulher mais rica da África). Esse cenário confuso e convulso, com elementos relacionados tanto à ancestralidade (a milenar cultura banto) como à construção de um novo país formado por várias etnias é o tema central da obra de um dos maiores escritores da atualidade, o angolano Pepetela, Prêmio Camões de 1997.

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O CÂNION DE CONQUISTA

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Muito lixo e entulhos se acumulam numa grande vala aberta pelas enxurradas das chuvas nas imediações do anel viário que dá acesso à BA-262 em direção à cidade de Anagé e próxima à carcaça de cimento em forma de pirâmide onde seria erguido um memorial em homenagem ao cineasta conquistense Glauber Rocha.

A vala hoje, em razão do tempo e das águas que por ali escorrem, continua se aprofundando e se alargando, mais parecendo com um cânion que logo pode se tornar local de visitação turística. Fora a brincadeira, a situação em plena zona urbana, é crítica e tem afetado os moradores dos bairros adjacentes.

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O poder público precisa tomar uma providência urgente para tapar a vala e realizar uma obra de drenagem das águas das chuvas. Ali já se tornou uma área de infestação de insetos, ratos, cobras, escorpiões e outros animais peçonhentos. Nem é preciso falar das consequências à saúde humana, sem levar em conta a invasão desses animais nas residências mais próximas.

CONQUISTA PERDE JOGO E DINHEIRO

Carlos González – jornalista

O Esporte Clube Primeiro Passo de Vitória da Conquista, que em janeiro completou uma década de fundado, enfrentou na última quarta-feira o que, sem exagero, pode ser avaliado como o maior desafio de sua vida. Apesar de já ter disputado as séries “C” e “D” do Campeonato Brasileiro, o melhor representante do futebol do interior baiano, 76º colocado no ranking nacional, foi um dos 80 clubes selecionados pela CBF para participar da Copa do Brasil, torneio que leva o campeão à Libertadores da América.

Infelizmente, o Conquista não deu nem o primeiro passo. A esperança, que estava no verde de sua camisa, se desvaneceu nos 20 minutos finais do jogo contra o Palmeiras. No duelo entre o Bode e Porco ganhou aquele que mais se adapta ao terreno lamacento, como realmente se encontrava o campo do Estádio Lomanto Júnior, apesar dos esforços, tardios, é verdade, da prefeitura conquistense, que não evitaram as críticas da imprensa visitante.

Na minha opinião, o Conquista encarou o Palmeiras, nos 45 minutos iniciais, de igual para igual. Sofreu o primeiro gol, aos 13 minutos, através de um pênalti duvidoso. O time não se abalou, chegando ao empate no começo do segundo tempo. A queda de rendimento físico, consequência da correria do primeiro tempo, num campo de grama alta e enlameado, veio com o segundo gol palmeirense, e, nem mesmo com um jogador a mais – Arouca foi expulso aos 28 minutos -, o Conquista reagiu ao jogo mais técnico do adversário, que venceu por 4 a 1.

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CONQUISTA NA ROTA DA CHAPADA

 

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A terceira maior cidade da Bahia de clima ameno, polo da cafeicultura no sudoeste e hoje forte centro comercial e educacional desponta para ser a porta de entrada de turistas vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Goiás e de outros estados para a Chapada Diamantina, bastando apenas implementar os principais projetos do novo aeroporto e do abastecimento de água que estão em andamento.

Atrativos e estrutura empresarial não faltam para conquistar esta rota hoje seguida pelos visitantes a partir de Salvador com destino às cidades de Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Mucugê e outras importantes do coração da Chapada, num longo e cansativo percurso por Feira de Santana (BRs 324 e 116 Rio-Bahia) até alcançar a rodovia federal 242 em direção ao oeste e Brasília.

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As perspectivas para esta mudança de rota turística através de Vitória da Conquista, que conta hoje com uma das economias mais dinâmicas do Estado e do país (comércio e serviços), são as mais promissoras nas contas dos empresários, especialmente do segmento hoteleiro e das agências de viagens. Novos empreendimentos industriais também são esperados com a chegada da Barragem do Rio Pardo, solucionando o problema de água.

O setor imobiliário se agiganta nas direções dos municípios de Barra do Choça (leste), Itambé-Itapetinga (sul) e Anagé-Brumado (oeste). Na área educacional, a cidade recebe mais duas faculdades de medicina (UFBA e Santo Agostinho) que se somam a da Uesb –Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Fainor e FTC são outras instituições de nível superior, além das existentes no campo do ensino à distância, prometendo aumentar a população em mais de 100 mil habitantes nos próximos dez anos.

A tão esperada logística é o novo aeroporto cujas obras (pista e vias de acesso) estão em fase de conclusão, dependendo tão somente da abertura de licitação para a construção do prédio sede e instalação dos equipamentos necessários ao seu funcionamento. A previsão é que esta definição do projeto se concretize ainda neste mês de março.

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Outra ação do poder público imprescindível ao desenvolvimento sustentável e ordenado da cidade é quanto à solução do trânsito através da realização de projetos viáveis de mobilidade urbana. Com cerca de 120 a 130 mil veículos rodando diariamente nas ruas, Conquista está com o trânsito travado e o transporte público não atende mais a demanda crescente da população que pede melhorias.

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MEMÓRIA PERDIDA

 

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Dentro do matagal entre lixos e entulhos, próximo ao Anel Viário, na saída de quem segue em direção a Anagé, Brumado e outras cidades do sertão do sudoeste, ainda está lá a carcaça de cimento em forma de pirâmide onde seria erguido o Memorial em homenagem ao cineasta conquistense Glauber Pedro de Andrade Rocha.

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A iniciativa de ali ser o futuro Templo Glauber Rocha, uma espécie de museu de resgate das obras do cineasta e provocador cultural foi do então prefeito Murilo Mármore no final de seu mandato, em 1992, só que não houve recursos, apoio de seus sucessores e outros órgãos para tornar o projeto realizável.

Na época, a mãe de Glauber, dona Lúcia, reuniu esforços e, com muito sacrifício, conseguiu montar o sonhado memorial no Rio de Janeiro, num espaço pertencente a um órgão federal, no bairro de Botafogo. Com a falta de recursos para manter o local, no ano passado as obras do cineasta foram distribuídas entre outras instituições.

Não temos aqui em Conquista quase nada que lembre o ilustre filho da terra a não ser a casa onde ele nasceu, na rua Dois de Julho, antiga rua da Várzea. Lembro muito bem de ter recebido amigos de Salvador e de outras cidades que demonstraram o desejo de conhecer a Casa Glauber Rocha, imaginando que lá era um ponto turístico-cultural, tipo museu, que guardava a memória do cineasta, como Casa Jorge Amado, em Salvador, Afrânio Peixoto, em Lençóis e tantos outros lugares que preservam seu passado e sua história.

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Esta ingratidão, típica de Vitória da Conquista, não é somente com relação a Glauber Rocha, mas se estende a outras personalidades da literatura, da poesia, da música e das artes em geral que aqui prestaram seus serviços, divulgaram suas obras e o nome da terra. São tantos que nem vou citar nomes. Glauber é mais uma memória perdida entre tantas outras do passado.

SOCIEDADE DA ACELERAÇÃO

De Orlando Senna

Blog Refletor TAL-Television América

Indicado e comentado por Itamar Aguiar

O tempo é o maior dos mistérios. A única maneira do ser humano fazer uma ideia do que é o tempo é relacionando-o com o espaço, com a materialidade do espaço, com períodos que se fazem necessários para se deslocar entre um ponto e outro na Terra e entre nosso planeta e outros corpos do universo. Uma relação que começa na realidade de nossos passos e se dilui outra vez no mistério quando nos lembramos da física clássica de Isaac Newton ao afirmar que duas linhas paralelas se encontram no infinito.

Teorias contemporâneas, pós quânticas, supõem que as paralelas não se encontram e sim se separam no infinito, no mesmo não lugar, na mesma utopia. Tudo que se refere ao tempo, mesmo quando o relacionamos com o espaço que achamos saber o que é, se esvai no não entendimento do eterno, do que não tem princípio nem meio nem fim, o maior desafio para a imaginação humana. Einstein chegou à conclusão, como sabem, que tempo e espaço estão realmente entrelaçados, mas ambos são relativos. De qualquer maneira, a relação espaço/tempo é, até agora, nossa tábua de salvação do fazer sentido, do minimamente entendermos onde e como vivemos (já que o porquê jamais saberemos).

Às vezes com poesia, como a possibilidade de vermos o passado, vermos com os olhos, fisicamente: quando olhamos para uma estrela brilhante que já não existe, que desapareceu há muito tempo e cuja luz ainda está cruzando o espaço, obedecendo à velocidade dela. Ou ouvir o passado, quando o som do trovão só é percebido depois do clarão do relâmpago porque velocidade de luz e som são diferentes. Às vezes com grande impacto no nosso viver cotidiano, como o que a humanidade está vivendo neste momento de mudança de ritmo, que sociólogos e filósofos batizaram como Aceleração Social.

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NAS TREVAS DA COELBA

O impacto emocional de um repórter quando entrevista uma vítima de agressão não é o mesmo quando ele é o próprio agredido. É quando o cidadão se sente um “marginal” do sistema capitalista predador que só visa o capital. O cliente é só um caroço da fruta que depois de chupado pode ser jogado fora.

Estou falando da Coelba, mas poderia ser de outra empresa que faz parte do capitalismo terceiro mundista desumano que apenas copiou a tecnologia do primeiro mundo para reduzir custos. Para não fazer rodeios, vou logo ao ponto da questão. Neste final de semana, por volta das 16 horas de sábado (dia 28) houve falta de energia no bairro Jardim Guanabara.

Como estamos vivendo num país imprevisível de apagões e escassez de água, principalmente, fiquei esperando pelo retorno da energia até às 19 horas. Ao sair no portão da rua de minha residência, senti que somente minha casa estava às escuras. No momento, fiquei atordoado sem entender a situação e só liguei para a ouvidoria 08000717676 e no teleatendimento da Coelba 08000710800 por volta das 19h20min dando conta que estava nas trevas e precisava de um atendimento para verificar o problema.

Como acontece em todo sistema de telemarketing das empresas que se dizem “reguladas” pelas agências, comecei a sofrer torturas de esperas, tendo que ouvir musiquinhas e propagandas enganosas da firma. Só depois de uns cinco a dez minutos uma moça, ou uma senhora, me atendeu pedindo o número de contrato da conta. Como estava na escuridão, passei de cabeça o número do meu CPF.

Depois de toda lengalenga e espera, a atendente disse que minha casa seria atendida dentro de três horas e ainda reclamou que eu deveria ter ligado antes. Imaginava que estava num apagão como já é costume. Impaciente, como qualquer um nas trevas ficaria, inclusive inseguro, voltei a ligar às 20h11min. e, depois de ouvir muita musiquinha e mais propaganda, a recepcionista disse que minha ocorrência já estava registrada no sistema e que aguardasse.

Como não suportava mais ficar à luz de velas sob tortura, resolvi dormir e só no domingo (dia 1º) pela manhã, 9h11min, liguei para o 08000710800. Após ouvir a propaganda e a musiquinha irritante, a moça voltou a dizer que minha queixa estava registrava e esperasse um preposto da Coelba até o final do dia. O prazo agora não era mais de três horas. Como já estava de dia pude anotar os protocolos 8060869760. Aí, a linha caiu e tive que fazer mais duas ligações com os protocolos 8060870023 e 8060869833.

Não dava mais para confiar vendo tudo perder na geladeira e impedido de exercer minhas atividades corriqueiras de leitura e pesquisas. Fui até a Coelba, no Bairro Candeias, e nem um vigia para me passar uma informação. Então, recorri a um eletricista particular quando ele detectou que o problema era interno.

Se eu ficasse esperando pela Coelba passaria mais uma noite no breu, irritado e estressado com o péssimo tratamento. Durante o dia, ainda tive que ouvir ligações do sistema eletrônico da prestadora de serviço da Coelba com o registro da minha reclamação, pedindo que apertasse o número dois se já tivesse sido atendido, ou o quatro no caso contrário. Claro, era só ligar e apartava o quatro.

Não vou aqui nem falar dos aumentos constantes de energia porque é outro tipo de massacre ao cidadão que só tem deveres e nada de direitos. Ainda contratam palestrantes de autoajuda para pregar que o cliente é a peça principal do sistema. Acredite se quiser. Neste país impera a lei do faroeste onde o matador é aquele que saca mais rápido o gatilho, mesmo que seja nas trevas.

 

 





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